No compasso do receio

O tom do medo


Cinco anos é tempo demais para esperar alguém. Eu segui minha vida. Tive meus fracassos, meus namoros. Quase sempre mulheres. Por uma única vez, um homem. Ele me lembrava você. Era inteligente, introvertido e escondia uma mágoa muito grande dentro de si. Não lembro como terminamos. De alguma forma, não deu certo...

Os meses são tão tranquilos neste vilarejo. As crianças sempre pedem para brincar comigo nos dias de folga, e os pais depositam em mim uma confiança que acredito não merecer. Ajudo as senhoras a carregar as compras, converso com o dono da mercearia, visito a professora da escolinha para trocar histórias e comer bolos deliciosos.

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Acho que a enfermeira mais nova gosta de mim... Essa ideia surge subitamente, sem explicação. Eu me perco em pensamentos enquanto ela sopesa a bandeja com o almoço do adestrador de cavalos. Sorri ao passar.

Não que faça muita diferença se realmente gosta. Não há um único dia em que eu não pense em você. Você e suas ilações... Sempre foi um gênio. E eu... um imbecil completo. Como poderia te proteger? Se fosse apenas das outras pessoas, ainda poderia me arriscar. Mas... Kurapika. Eu não tinha como te proteger de si mesmo.