Os dias eram tranquilos. Eu continuava minhas buscas, e você se concentrava em seus estudos. Cada viagem era como sarpar para uma realidade distante movida pelas ondas da dor e da saudade. Cada retorno era como abrir os olhos depois de um sonho etéreo. Eu descobria você, descobria seus sorrisos. E parecia bom demais ter alguém em quem confiar, alguém que me desse carinho.

Meu aniversário de vinte e dois anos foi apenas um detalhe. Você me desejou parabéns, e eu respondi com um sorriso. O cheiro do chocolate quente era gostoso, e seus beijos tinham gosto de café. Eu ficava deitado no sofá, pensando em meus pais, em Pairo, pensando nos olhos e na maldade do mundo. E você andando pela casa, apressado. Viu minha gravata? A aula começa em meia hora!

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Naquele dia, você foi aos correios para enviar um medicamento à sua irmã mais nova. Pedido de sua mãe. Eu me admirei com seu cuidado. Quis acreditar que também havia uma cura para o que sentia. Buscava em seus braços o alento que me prometera.

Eu não conseguia te dizer que te amava. Não em palavras. Mas, Leorio, nossos olhos também ficam escarlates quando nós estamos felizes.