Eu segurava o papel com a sextilha. Tentava dizer a mim mesmo que não sentia saudades. Mas o sacolejar do ônibus era um convite à memória dele. Leorio havia me salvado. Havia aliviado minha dor. Enquanto cochilava, as palavras vinham a meu encontro, às vezes devagar, às vezes rápido. “Venha dormir em meus braços, onde sempre há alento.”

Acordei de súbito. Finalmente chegara a meu destino. Desci do ônibus, encarando a paisagem. Aquele povo construíra toda uma vida nos cursos sinuosos de um cânion. Estava diante do mercado. A Sêmita dos Saqueadores. Ali encontraria mais um par de olhos escarlates.

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