Capítulo 22

“Cedo ou tarde eu vou te achar, é melhor que se mostre agora” avisou Shinkai, fechando-se dentro do galpão com o invasor ainda anônimo.

Por ser uma bagunça de rebotalhos, não havia muito lugar para se esconder. Esperava que a pessoa se mostrasse logo para que pudesse apagar suas memórias de vez e se livrar do estorvo. Quem sabe pudesse usar sua alma para compensar a liberta do cinzeiro, semanas atrás?

Porém, a falta de lugar para se esconder, fazia também óbvia a localização dos demais trabalhos do clube artístico e Hayato só percebeu seu erro quando o estranho o qual procurava, correu como um vulto até a estante de metal que guardava os vasos.

“Não mexa niss...!” ele não teve tempo de avisar; em poucos segundos, a estrutura havia sido empurrada, caindo no chão em uma bagunça de ecos metálicos e cacos partidos.

Por um momento, Shinkai permaneceu calado, observando o cenário de caos com o corpo trêmulo. Tantos anos – centenas! – de trabalho, destruídos! Ele mataria o desgraçado responsável por aquilo!

“Muito obrigado, Arakita...” uma voz macabra chamou pelo seu vizinho e só então ele percebeu Yasutomo no local do crime. “Não teria conseguido sem você.”