O Bailar de Asas Douradas

Presságio de Tempestade


Yaha subia as encostas enquanto as nuvens cinzentas aglomeravam-se no céu. Encontrou-se com Lázaro, que vinha correndo. Em volta do olho: um círculo amarelo; e, na boca, um corte recém-aberto.

— O que fizeste? — Yaha perguntou.

— Eu temi — engoliu em seco — que ele houvesse te machucado.

— Teu desgosto por ele não o faz Gelpah, o devorador de almas.

— Fiquei temeroso. Eu não o conheço, afinal.

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— Tu tens que partir — ela disse, levantando a voz acima da própria dúvida. — Tu sequer tinhas o direito de viver nesta casa, de beijar-me, de dividir minha cama.

— Eu tinha, pois tu permitiste-me — Lázaro falou, queimando como candeia. — Queres voltar para teu marido e chutar-me daqui, faça-o; mas não me culpe apenas pelo que concordaste em fazer. Ou afirme que não tens outra escolha.

— Que escolha? — vozeou. O trovão cortou o ar. — Abandonar meus filhos? Levá-los comigo? Geanna e Max precisam de segurança. Tu não podes oferecer-me isso, por mais que me ames, ou que eu te ame. Porque, pelos deuses, eu amo. Se fosse eu a única variável, a minha decisão poderia ser diferente.

— Pensas demais nos outros.

— Diga-me, quando uma mulher teve o direito de pensar em si mesma? Sequer à Besante foi permitido.