O Bailar de Asas Douradas

Transparências e mudanças


Yaha puxou as amarras do vestido azul contra a sua pele de alabastro. Desceu as escadas descalça, a madeira rangendo sob a ponta dos pés. Ao chegar na cozinha, calçou os sapatos de couro, afivelou-os ao tornozelo e saiu porta afora. Passou pelos estábulos e seguiu adiante, até a pequena trilha e avante.

Sentia o orvalho da plantação em suas mãos e as pedras sob a sola fina. Chegou a estrada principal. Olhou ao redor; para as folhas que começavam a amarelar; e, a um canto, uma borboleta pousou em uma flor, que envergou com o peso do inseto para um lado e para o outro.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Respirou fundo.

Retornou.

Lázaro estava na cozinha, comendo um pedaço de pão. Olhou-a assim que entrou.

— Acordaste cedo — disse, limpando-se. Ela assentiu, engoliu em seco. — O que há?

— Meu marido. — Ela suspirou. — Eu o amei, Lázaro, mas ele começa a desaparecer em minha mente. Eu começo, que os deuses perdoem-me, a duvidar se alguma vez o verei novamente.

Lázaro deixou o pão na mesa, aproximou-se e abraçou-a.

— O que gostarias que te dissesse?

— A verdade — respondeu; ainda nos braços de Lázaro.

Ele inclinou-se e encostou os seus lábios nos dela.

Ela não se afastou.