Alexa

Sarpar é especialidade dos fugitivos


Estava sempre a sarpar de algo.

Seus joelhos sofreram com a fuga do trem. O maquinista havia descoberto a intrusa. Alexa pulou nos trilhos antes que ele pudesse pegá-la.

Bela imagem aquela, garota andando ao lado dos trilhos, cabelos emaranhados, mochila nas costas, joelhos arranhados e, claro, os fones do walkman nos ouvidos.

Robert Smith cantou três músicas até chegar ao centro da cidade, qualquer que fosse.

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Parecia como qualquer outra que ela havia passado, mas era mais quente e movimentada. Garotas passeavam de patins e polainas nas calçadas, garotos com os cabelos puxados para trás, estilo John Travolta, ofereceram-lhe cigarros mentolados.

Alexa perdeu-se em pensamentos.

Se roubasse um carro?

Ela não sabia fazer ligação direta e, além disso, chamava atenção de mais.

Teria que sentar e esperar.

A loja a sua frente fazia barulho de sinos toda vez que alguém passava pela porta. Havia uma linda Nikon na vitrine.

Alexa gostava de fotografia, era, na realidade, a única matéria que se empenhara, mas considerada supérflua pelos adultos enferrujados, com cédulas verdes cegantes nos olhos. Cortaram a aula por falta de verba.

Talvez pudesse tirar fotos na Costa Oeste.

Se conseguisse chegar até lá.

Então, irradiando amarelo, a Kombi apareceu.