Diário de Guerra

Capítulo 25 - Desligue a humanidade


25 de Dezembro, Polônia, 1942.

Dois meses se passaram desde a nossa pequena invasão em um dos inúmeros campos de concentração nazista. Desde então, diversos ataques surpresas nos são feitos e a retaliação no mesmo nível. A cada dia que se passava, uma mortalha era providenciada em honra aos mortos e nosso exército cada vez mais escasso.

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Escrevia de forma frequente para Nádia e para minha mãe. Ganhei uma fotografia de minha noiva tricotando a primeira roupa de nosso filho ou filha. Meus olhos se encheram de lágrimas e cerrei os punhos, aquilo nunca acabaria? Por mais quanto tempo ficaríamos ali, com o perigo de sermos mortos a qualquer instante?

Hoje era natal, e a neve caía vagarosamente, exatamente igual ao dia em que eu soubera do meu alistamento. Minha trajetória na guerra me mostrou os horrores que o ser humano é capaz de fazer e como devemos nos portar diante dessas atrocidades. O segredo para se enfrentar um período como esse era simples: devíamos desligar nossa humanidade.

Sem ela, executaríamos nosso trabalho melhor e evitaríamos que nossas emoções atrapalhassem nossa sobrevivência. O que mais eu preciso ver, ou saber, para entender que, nessa guerra, ou você mata ou morre?