Diário de Guerra

Capítulo 24 - O preço da culpa


24 de Outubro, Polônia, 1942.

A culpa ainda sopesa em minhas mãos me deixava desconcertado. Não era a primeira vez que eu assistia um ato de covardia como aquela, mas quando eu vi aquela garotinha, meus pensamentos se voltaram para a seguinte questão: E se fosse minha filha?

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Encarar aquele fardo deveria ser algo normal para mim naquela altura das coisas, mas porque não estava sendo? Porque eu ainda insistia em sentir repulsa, em pegar uma arma e tirar vidas?

A garota morrera em minhas mãos, nas minhas próprias mãos e eu não fiz nada para impedir aquilo, apenas vinguei sua morte achando que aquela atitude amenizaria as coisas, mas não amenizou.

Naquele mesmo dia, nos infiltramos em um dos campos de concentração nazista. Nos deparamos com mais horror e desumanidade. Câmaras de gás, pessoas nuas expostas ao frio cortante, crianças sendo surradas, dentre outras atrocidades.

Eliminamos o máximo de inimigos possíveis e, quando fomos descobertos, evacuamos com destreza para o nosso acampamento impecavelmente camuflado. Lá, após tratar de meus ferimentos e tomar uma sopa rala e sem sal, sentei-me em minha tenda e escrevi para Nádia.

A promessa estava de pé, se eu não escrevesse na certa estaria morto.