A piece of cake

O (aparentemente) louco da pistola


Quando notei os sinais, um sorriso me subiu aos lábios. Eles estavam lá o tempo todo. Eu que era cego.

Olhei para os lados e encontrei o helicóptero circundando minha cabeça enquanto ganchos levavam os executivos desacordados de volta ao veículo. E à medida que o som insuportável das hélices em trajeto retundo me deixava quase surdo, tentei me lembrar das nostálgicas noites de violino arranhado por Sherlock Holmes.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Eu não teria admitido naquele momento, mas pensar na possibilidade de que eu estivesse certo trazia ao meu coração um pouquinho de esperança. Portanto, dessa maneira, inverti a situação e coloquei o cano do meu revólver dentro da minha boca, olhando para Jim Moriarty com a melhor expressão de deboche que eu conseguia.

Senti o rosto dele vacilar um pouquinho quando abri a palma da mão em cinco e fui, lentamente, diminuindo a contagem; dedo a dedo.

Durante minha contagem extremamente lenta, pude notar outro som por cima das hélices: uma espécie de sirene, e as luzes, vermelhas, piscando freneticamente por cima do muro que protegia Sherrinford.

Menos dois dedos. Menos três dedos.

Meus olhos tornaram a observar, de esguelha, a movimentação por detrás do muro.

Um dedo, apenas.

Tactctá!

— JOHN!