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O fim da calmaria


O céu estava plúmbeo, um dos vários avisos de que algum tipo de tormenta se aproximava da cidade. Ariel observava o aumento das nuvens cinzas e a diminuição dos grandes algodões brancos desde o telhado de um edifício.

A tormenta não viria sozinha e não precisava do aviso de sua companhia para que soubesse disso. Supervisões nunca acabavam de forma pacífica, não para Ariel, pelo menos.

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O vento bateu forte, atrapalhando seus cabelos e fazendo com que fechasse os olhos por um instante por um instinto que não era seu, porém ainda ouvia os pensamentos alheios.

“Não vão demorar a chegar, espero que esteja preparada.” As palavras voaram por sua mente, fazendo Ariel encolher um pouco os ombros.

“Você sabe que isso é praticamente impossível.”

Um relâmpago aconteceu ao longe, um trovão talvez sendo ouvido pelos habitantes da cidade, mas não pelos dois seres sentados ali. Apenas os sons dos pensamentos de todos chegavam até a cabeça de um deles, afinal o outro não estava interessado.

“É verdade que você não os escuta nunca?” Perguntou Ariel após ouvir mais uma reclamação sobre a chuva.

“Às vezes, quando necessário.”

“E quando é isso?”

“Quando afeta algum de nós.”