Camaleão

Beijos de tinta


Mesmo depois de duas semanas, Ino ainda não sabia definir o que tinham. Havia beijos, cafunés e tardes na estufa de sua casa – como aquela. Mas nenhuma das duas oferecera um nome para isso.

— Juro que estou tentando. — Sakura deu um muxoxo, baixando o pincel e tirando-a de seus devaneios. — Mas não está ficando igual ao seu.

— Se pincelar com muita pressão, o traço fica grosso — corrigiu Ino. — Precisa deixar a mão leve, assim...

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Ela molhou o pincel no godê e pintou mais uma pétala na rosa que desenhava com um traço meticuloso.

— Assim? — Sakura atacou-a com o pincel sujo de tinta.

Ino sobressaltou-se, arregalando os olhos para o risco alaranjado em seu braço. Em sua folha de canson, a rosa estava arruinada por um borrão brusco que a cortava ao meio.

— Ah, não acredito! — Ino torceu os lábios numa careta tristonha.

— Desculpa!

Sakura apanhou um lenço de papel para limpá-la, de repente alarmada pela brincadeira. Porém, Ino sorriu matreira contra-atacou com uma pincelada em seu nariz. Segundos depois, estavam gargalhando e pintando uma a outra numa guerra de pincéis.

Era o momento perfeito para pleitear um beijo, como Ino acabou por fazer.

Talvez o nome disso fosse amor.