Flores campestres

À luz da lua, os cabelos de Ino brilhavam como um besante. Sakura ergueu a mão na intenção de tocá-los, mas hesitou quando ela se remexeu sob o cobertor, colocando-as frente a frente.

Por um momento, Sakura prendeu o fôlego, temendo acordá-la. Seus rostos estavam a dois palmos de distância, e ela quase podia sentir a respiração de Ino contra a pele. Teve de resistir ao impulso de beijar-lhe a bochecha e ameaçar quebrar o silêncio do quarto.

— Não é justo que você seja bonita até dormindo — sussurrou em tom de segredo, sorrindo para o rosto adormecido de Ino.

Cautelosamente, levou os dedos aos cabelos louros espalhados pelo futon. Num afago muito suave, apreciou a textura e a fragrância de flores campestres das madeixas. Seus dedos resvalaram no ombro que escapava pela gola larga da camisola, e foram recolhidos rapidamente quando Ino grunhiu.

Na outra ponta da fileira de futons, Temari tossiu, e Sakura temeu que as amigas soubessem o que estava fazendo – mesmo que Ino estivesse separando-a delas. Precisaria se contentar em apenas admirar Ino em silêncio.

— Bem que você poderia se apaixonar por mim — suspirou pesadamente.

Sakura virou-se de costas para ela, tentando ignorar o aperto no coração.