Ela, com a no final
"O ar desconcertado em seu rosto"
Lavínia não devia ter dito nada.
Deveria ter deixado que Rael continuasse falando. Sobre super-heróis ou fosse lá o que fosse, mesmo aquelas coisas que ela não entende muito bem. Era melhor aquele meio sorriso que o ar desconcertado em seu rosto, afinal.
Não, não apenas desconcertado, Lavínia sabe.
A mandíbula, os ombros, os dedos inquietos.
Ele não sabe como reagir a isso.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!“E alguém sabe?”, ela se pergunta.
Sua mãe virou contra ela. Sua irmã a olhou como se ela fosse uma aberração. Mesmo Maíra, que a conhecia desde pequena e se ofereceu para dividir um apartamento, demorou um tempo para entender que Lavínia não estava apenas “se fantasiando”.
Talvez devesse falar sobre como a amiga dele tinha recitado bem o poema. Talvez devesse sugerir procurarem um puxativo. Talvez devesse se esconder no banheiro e não sair de lá nunca mais.
Porém nada disso o faria esquecer do que ela disse, faria?
— Isso... Isso não deveria importar, não é? – Rael diz, enfim.
— Eu...
— Olha... Hum... Lavínia...
— Rael...
Por que ela falou aquilo?
Ela sente que estragou tudo.
— Eu não quero que importe, Lavínia.
Ele se esforça para mostra um sorriso.
Mas Lavínia percebe que seus ombros continuam tensos.
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