A Sereia De Vidro

Sempre quis mudar o mundo, não é?


Duas semanas depois da fatídica noite no hotel no Missouri, estávamos cruzando o estado em direção ao mar. E apesar de encantado por Lyrin e suas historias fantásticas, parte de mim seguia hesitante, principalmente pelo fato dela não demonstrar qualquer arrependimento peia morte daqueles homens.

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E numa sopesa mental, tentava justiçar a falta de empatia, por tudo que poderia ter passado na mão daqueles algozes, mesmo assim, quanto mais a conhecia, mais mistérios surgiam naqueles olhos. Eles pareciam enfeitiçar - me todas as vezes que tomavam a cor púrpura. Simplesmente, conscientemente não conseguia dizer não para ela, e mesmo quando percebi meu rosto estampado num cartaz de procurado e o desespero tomou conta de minhas entranhas, bastou olhar para eles, para todo o medo e culpa perder o sentido.

Não vai comer? Diz, me estendendo o sanduiche.

— Não estou com fome, como vamos conseguir o tal vidro?

— Só tem um jeito de se conseguir vidro sereia e é matando uma.

— Eu não sei se posso fazer isso.

— Você já fez.

— Como?

— Sobreviveu a uma, você é especial Edgar, sempre quis mudar o mundo, não é? Foi pra isso que sobreviveu. Juntos vamos voltar pra casa e fazer nosso povo livre.