Doce Red

Cova, Carlos


— O que acha? - Pergunta, sentada, a pele branca avermelhada em carne viva, o cheiro de queimado assolando o cômodo, está sorrindo, apontando para um anúncio em papel, as mãos trêmulas, pulsos gastos.

— Mortalhas são melhores.

— Me queime. - Pede. Olhos grandes no rosto magro, olheiras profundas, lábios secos.

— Não, será enterrada, com um bela vestido, para que seus amigos idiotas da igreja vejam, para que o estupido lenhador se agonize na dor. Quero tortura-los. - Aperto o jornal, pernas cruzadas, meu rosto esquenta e mãos esfriam e suo. Nervoso. Ouço Red rir do tapete, ignoro, ela ri novamente, e jogo o papel, agarrando o trapo que chamava de roupa. - Calada - O som gutural em minha voz, ela se cala, porém, ainda sorri, passa a língua molhada sobre meus lábios, a gana subindo, agarro seus bens superiores, macios, pequenos, aperto, ela grita, levando a mão à sua intimidade, tocando.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Carlos.

— Mandei calar. - Não consigo falar, a garganta se fecha, pressiono meus lábios aos dela, afundo dentes até sentir o gosto metálico.

— Aah, não acha - A voz um fio - Parecemos um conto infantil distorcido. - Observo a mão começar, move contra si. Lenta. Forte. Rápida. Ápice.