2006

Meu pai morreu, durante um tiroteio contra ladrões. Deixou para trás esposa e três filhos.

— O meu trabalho é puxativo, amo o que faço — papai dizia a todos.

A dor que sentia era indescritível, nada doía como perder meu pai.

Eu estava escondida no meu antigo quarto na casa dos meus pais, na madrugada pós morte de Charlie. Fazia poucas horas desde o assassinato, toda a família estava no primeiro andar, não conseguia ficar com eles, só queria chorar sozinha.

A porta do quarto se abriu, eu estava prestes a expulsar quem fosse, até que vi que era Edward. O rosto dele estava preso em uma expressão desolada, ele entrou no quarto, fechou a porta e caminhou até mim, puxando-me para um abraço. Desabei no colo dele, chorando mais do que antes.

Fazia muito tempo desde aquele nosso encontro na boate, mas soube por meu irmão que Edward estava morando em Los Angeles, ainda tinha sua banda e estava fazendo um sucesso relativo com ela. Também soube que Irina o traiu e eles romperam o noivado, Emmett era um fofoqueiro.

— Sinto muito — Edward sussurrou, beijando minha cabeça.

— Não vai embora — implorei.

— Não vou. — Me abraçou com mais força. — Nunca mais.