Desprezível

Alabastro


Pelo ângulo em que as fotos foram tiradas, parecia que estávamos nos beijando, mas isso não chegou a acontecer.

Não chegou nem perto.

— Pai. – Eu não conseguia falar mais nada. Não importava também se fosse dizer.

Ele iria acreditar?

— Desde quando meu filho é um viado? – Gritou. Era notável sua irritação, ele foi com passos duros em minha direção, por impulso, fui para trás e acabei esbarrando no vaso de alabastro, o favorito da minha mãe. – É para isso que tu vai na escola? É isso que ensinam? A como meu filho deve ser uma putinha.

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Eu estou tentando segurar o choro. Sei que irá ser bem piorar se chorar.

Imagino que era sobre isso que Johan queria conversar.

Alguém, enquanto conversávamos, tirou nossas fotos e sabe se lá o que ela havia escutado.

Acho que não tenho outra opção, sem ser a de me assumir.

— Eu não pedi para ser assim. – Falei por um sussurro.

— Para ser o quê? Desprezível? – Zombou. – Eu não criei um filho viado, seus avós teriam vergonha se estivessem vivos.

— Eu não queria ser assim. – Se eu pudesse escolher, se eu tivesse essa escolha, com certeza eu optaria por ser heterossexual... Mas não posso.