Tudo por você

Capítulo 15 - Penélope e Dean


PENÉLOPE

Róger e eu não tivemos muito tempo para estar próximos durante aquela semana. Ele estava com um trabalho grande para concluir. Mesmo assim trocamos mensagens, recados, áudios e chegamos a papear virtualmente por alguns minutos antes de dormir. E foi tudo.

Estava me sentindo tranquila com essa história de ir com calma. Nunca fui de atropelar decisões importantes, agora que me sentia decidida e encontrar o cara em quem deveria apostar minhas fichas, chegar a parte em que ele e eu seríamos namorados poderia até demorar um pouco, mas quando acontecesse seria uma relação bem pensada e madura. Como todas as relações deveriam ser. Como Victória esperaria que fosse.

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Mesmo assim, não parei de pensar na tal festa surpresa. De vez em quando me lembrava que passaria horas dentro daquela fraternidade. E por mais que Dean tivesse me garantido que eles não fariam as costumeiras brincadeiras, ou que a bebida seria controlada, aquela era uma experiência totalmente nova. Algo inusitado para a minha vida regrada. E a medida que os dias passavam mais e mais vezes me encontrava meditando no assunto.

Até com a roupa a usar me preocupei.

Não queria exagerar. Mas também não queria ser de menos.

Josy me ajudou, encontramos a calça perfeita. Ela preferia vestido. Mas ainda não me sentia tranquila para tanto. Até porque os dela literalmente não combinam comigo, já que eu não teria nada que servisse para uma ocasião assim.

No final, quando o sábado a noite chegou, e com ele a festa surpresa Josy se mostrou agitada. Seu velho estilo, mulher fatal, voltou com força total. O suéter preto decotado, a calça jeans ligada salientando as pernas torneadas e a bunda redonda. Sapatos de salto altíssimos, ultra maquiada.

Me senti como uma adolescente perto dela. Minhas roupas apesar de diferentes não passavam a mesma impressão. As calças retas, suéter decote v, mas comedido e botas de salto grosso ainda me pareciam formais...

Foi ela quem me maquilou, mas não deixei que exagerasse. Entretanto, Josy não abriu mão de uma coisa. Dos olhos. Ela acha que meus olhos precisam ser salientados. Diz que são meu cartão postal. Então... eu permiti que eles tivessem sua dose de saliência.

Por que aceitei isso?

Não sei. Mas era certo que queria me sentir diferente.

Dean chegou poucos minutos depois que Josy ligou para ele. Estava como sempre, bonito, perfumado e sexy com suas calças que reforçam cada músculo trabalhado das coxas. Camisa e jaqueta. Os cabelos levemente úmidos como se tivesse saído do banho poucos minutos antes de seguir para nos buscar. Apesar de puxados para trás, liberavam aqueles rebeldes fios que balançavam de acordo com os movimentos dele.

Ele me olhou de alto a baixo quando sai na portaria. Sorriu e disse:

— Você está muito bem Penélope.

Bem? O que aquilo queria dizer? Que adjetivo mais sem graça esse!

Mesmo assim agradeci:

— Obrigada... - aquele era o primeiro elogio que ouvia de Dean sobre a mudança nas roupas. E não era nada perto do que ele disse a Josy logo em seguida:

— Uau! Alan é um cara de sorte... - e riu. Josy bateu com a mão no ombro dele e eu soube que minha colega de quarto estava se derretendo por dentro diante das palavras de Dean.

Pouco depois seguimos para a fraternidade que estava absolutamente normal segundo me disseram já que não sabia o ritual diário daquele lugar. Dean explicou que Brendan havia programado um jantar romântico para os dois na noite anterior, por isso, Lissa acreditava que o sábado seguiria normalmente. Portanto, a casa deveria parecer normal, como sempre era.

Entramos e nos acomodamos junto ao pessoal que esperava próximo da cozinha. Dean foi chamado por alguns rapazes mas voltou para perto de nós em poucos segundos. Estacionou o corpo junto ao meu e apoiando as mãos no balcão ouviu os comentários que Alan e Josy faziam. Lentamente relaxei e até consegui rir das bobagens que a dupla falava.

Havia gente na sala assistindo a um jogo qualquer, comentando e rindo. Num clima alegre e tranquilo. Esperei sinceramente que seguisse assim, e segundo Josy, eles estavam agindo como normalmente agiam. Então, nada tinha com que me preocupar.

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A casa não era exatamente o que eu esperava. Estava limpa e arrumada. Não havia latas de cerveja soltas pelos cantos. Louça na pia. Coisas esparramadas. Talvez fosse apenas porque naquele noite seria a festa surpresa para a namorada de Brendan. De qualquer forma, era um bom sinal. Um sinal de que eles eram capazes de serem organizados quando queriam.

Depois da chegada de Lissa, nós fomos liberados para passear e fazer o que tivéssemos vontade. Não posso dizer que eu realmente fiquei a vontade. Mal conhecia a maioria das pessoas que estavam lá. Lissa me apresentou a sua colega de quarto. E também a duas amigas mais próximas.

Dean, depois daquele tempo parado ao meu lado, sumiu das minhas vistas. Greg ocupou seu lugar e permaneceu comigo por algum tempo. O jogador também me apresentou algumas pessoas, outros jogadores, especialmente. Depois, subiu, disse que ia jogar video game, perguntou se eu queria ver o jogo. Questionei onde seria o jogo e ele me disse que no quarto de Alan. Josy subia naquele momento com dois copos na mão e me chamou para ver o ficante jogar. Acabei subindo também. Ela estava bem a minha frente e distraída em observar o ambiente, não percebi que estava entrando no quarto errado. Parei antes de ingressar no cômodo vazio e arrumado. Mas com um aroma peculiar e conhecido.

Aquele era o quarto de Dean? Me perguntei sentindo o cheiro do perfume dele espalhado no ambiente. E falando no diabo ouvi:

— Tá fazendo o que aqui Penny? - era a voz dele atrás de mim, me voltei rapidamente.– Investigando os quartos? - perguntou maroto.

Me movi para o lado, ele estava perto demais. Com uma mão apoiada na parede e o rosto próximo do meu. Senti minhas bochechas arderem e fui logo oferecendo desculpas:

— Entrei no quarto errado. A Josy me chamou para ver o Alan jogar. - dei um passo para o lado e perguntei: - Por quê?

— Porque este é o meu quarto.

Ele disse olhando para dentro, como se eu não soubesse. E imediatamente disse a mim mesma que ele não sabia que eu sabia.

Me voltei e dei uma rápida olhada na mesma direção que ele.

— Pensei que era o quarto de Alan. A porta estava aberta... Josy me convidou para ver o jogo... - já havia dito isso, pensei no exato momento em que as palavras escaparam pelos meus lábios.

Dean riu. Me acomodei sobre a perna, sentindo a parede nas costas, perguntando:

— Qual o motivo do riso?

— O quarto do Alan é uma bagunça só, você nunca confundiria o dele com o meu se nos conhecesse melhor.

Desta vez eu ri.

— Vai me dizer que você é do tipo que gosta das suas coisas organizadas?

Ele ficou sério.

— Gosto sim. E por favor, se você não vai entrar, me dá licença, vou fechar esta porta antes que...

ele se inclinou para a frente e rapidamente deslizei para o lado insistindo que concluísse a frase

— Antes que?

Um sorriso malandro e uma piscadela me disseram que não sairia coisa boa dali.

— Antes que alguém resolva que dá para namorar aqui...

Me olhou bem de perto e meu corpo aqueceu.

— E faça bagunça no meu quarto.

Puxei o ar e olhei em volta no corredor meio sem saber o que dizer.

— O quarto do Alan é o próximo a esquerda. - ouvi sua voz informar - Deve estar lotado de gente. E se você quiser um conselho de amigo. Melhor não ficar lá muito tempo.

— Por quê?

— Porque acaba ficando lotado de jogadores gritando e fazendo zoeira.

Ele se afastou de mim, enfiou os dedos nos passadores das calças.

— Você não joga?– perguntei sem conseguir me desviar daquele lugar.

O infeliz sorriso maroto se espalhou pelos lábios bonitos.

— Hoje vou dar chance para os outros. Se eu for pra lá não saio tão rápido – arrogante metido pensei – e também porque não estou a fim de ocupar meu tempo jogando.

Não perguntei o que ele pretendia fazer naquela noite para ocupar o seu tempo. Mas com certeza seria agarrar uma daquelas garotas que estavam na festa correndo e se atirando pra cima dele.

— Vou dar uma espiada no jogo. - falei tomando a direção que ele me indicou.

— Ok, faz como quiser... - sorriu de leve, me ofereceu as costas e seguiu em direção a escada.

Fiquei observando ele se afastar. Não era a primeira vez que fazia isso. Balancei a cabeça como que obrigando meu cérebro a se desconectar da imagem do cara mais charmoso e arrogante daquela casa e finalmente acessei a porta do quarto de Alan.

No mesmo instante percebi que Dean tinha razão. Não conseguiria ficar ali por muito tempo. Era demais pra mim todo aquele contingente de vozes, gritos, e gente se aglomerando pelo chão ou sobre a cama.

E Josy alegrinha no meio deles.

Com certeza estava no paraíso. Deduzi sem conseguir recriminá-la.

Não mais...

DEAN

A festa funcionava a todo vapor, sai da peça da TV onde o pessoal assistia a um jogo de basquete e segui para a outra sala onde os outros dançavam. Não via Penny há algum tempo. Estava tentando não impor minha presença. Ela já me aturara mais do que o normal, sem reclamar, nas últimas horas. Mas, era inegável que a cada chance que tinha dava um jeito de ficar longe e evitar conversa. Então, por que insistir? Bem, talvez porque eu estivesse a fim de passar mais tempo come ela e evitar que outros se aproximassem.

Logo que chegamos, um ou dois caras perguntaram sobre ela. Quem era. O nome. Se um de nós estava pegando. Tratei de desconversar todo mundo. Sabia que qualquer coisa que dissesse poderia me causar problemas. Se falasse que ela estava sozinha, um deles acabaria investindo, e daí duas coisas poderiam acontecer, ou ela cederia ou se sentiria acuada. E definitivamente, nenhuma das opções seria uma boa.

Se dissesse que um de nós estava pegando, e ela soubesse, minha vida como participante do grupo de estudos e suposto amigo teria fim imediato no momento em que a mentira caísse nos ouvidos dela. E pode ter certeza de que cairia. Sempre tem alguém para entregar.

Então, falei uma meia verdade. Disse que ela era nossa tutora num grupo de estudos e que tinha namorado. Falei que não gostava de jogadores. Que seu namorado era um nerd ricaço. Pronto, acabou o interesse rapidinho. Ainda assim, notei vários olhares espichados pra cima dela.

Mesmo que Lissa ou Josy fossem mais “vistosas”, a primeira com estilo modelo, alta, magra, bem distribuída. A outra curvilínea, delicada, charmosa. Penélope tinha algo que atraía a atenção. Talvez o jeito ou aquele ar de menina indefesa, que de indefesa não tem nada. De qualquer forma, Penny pode ser considerada bonita. Sei bem disso. E os outros caras também notaram.

Só que... não estava preparado para topar com aquela visão.

No meio do caminho para a outra sala a vi conversando com uma amiga de Lissa. Uma garota que também pode ser chamada de nerd, só que daquele tipo que é descolado. Que se veste bem e apesar de inteligente, não é arredia.

Elas estavam segurando copos de... encarei o rosto de Penélope. Ela estava bebendo?

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Não! Ela não bebe! Como então isso aconteceu?

Sem pensar duas vezes, imediatamente me aproximei dela. Quando seus olhos encontraram os meus percebi que a coisa havia passado do limite. Imaginar Penny bebendo por livre e e espontânea vontade era algo que não entrava na minha cabeça. Porque simplesmente não combinava com ela ficar bêbada. Então como isso acontecera?

Ela sorriu. Um sorriso bobo e... encantador. Daquele tipo que ela nunca me ofereceu.

Merda! A porcaria estava feita.

— Penny... - falei quando cheguei bem perto. - O que você está bebendo?

Já levava a mão para o copo, mas antes que tivesse segurado ela o afastou.

— Ponche... - falou sorrindo mais.

Suspirei e finalmente peguei o copo.

— Está ficando maluco Dean? - ela me perguntou com a voz levemente estranha. Tive vontade de rir. E teria rido se fosse outra a pessoa que estivesse na minha frente.

— Você sabia que esse ponche tem álcool Penélope?

Seus olhos se apertaram suavemente. Não sabia. Lá estava a resposta que eu buscava.

— Quem deu isso pra você? - perguntei encarando a amiga de Lissa.

— Ela pegou sozinha. - a garota falou estendendo as mãos – Já estava bebendo quando começamos a conversar.

E o jeito como me olhou mostrava claramente que não compreendia porque eu estava nervoso ou me preocupando com Penny. Que se foda o que ela pensa. Precisava resolver aquela situação.

— Quantos deste você bebeu Penny? - perguntei segurando o braço dela.

Num gesto rápido ela o retirou da minha mão nem bêbada ela aceita que eu a toque.

— Um ou dois...

Um ou dois? Merda! Para ela era mais do que suficiente. Duvido até que Penélope tome refrigerante. Que dirá ponche batizado com vodka, e como essa garota não percebeu que... tomei um gole. A coisa estava tão suave que não pegaria em ninguém. Olhei para os olhos azuis e o rosto rosado. Em ninguém que estivesse acostumado a beber ao menos um pouco. O que não era o caso dela.

— Acho melhor você ir pra casa.

Informei determinado. No dia seguinte ela ficaria furiosa por ter ido a festa e por ter bebido. E a culpa ainda seria minha. Para ela a culpa de tudo na vida era minha.

— Ainda é cedo. - ela retrucou.

Rebati de imediato:

— Não é cedo coisa nenhuma.

Autoritária ela meteu o dedo no meu rosto.

— Você não é meu pai Dean.

— Mas sou seu amigo. - falei firme e ela me encarou de perto.

— É mesmo? De verdade?

Puta merda! Estava perto demais.

— Sou... e porque sou seu amigo vou levar você pra casa agora! - segurei o braço dela, e girando por trás a conduzi para o corredor avisando: - Fala pra Josy que eu levei a colega dela pra casa...

— Ok... pode deixar.– a outra afirmou erguendo a mão num gesto que indicava positivo.

Penny ia travando pelo caminho e eu a empurrava corredor a fora. Na saída peguei o casaco dela e a obriguei a vestir. Ela não parava de se mexer. Parecia que estava lidando com a minha irmã. Reclamava e sorria enquanto eu tentava encaixar aqueles malditos botões nas casas. Quem ainda usa jaqueta com botões? Quem? Oras quem. Penélope usa.

Quando saímos para o ar frio da noite ela se aproximou um pouco de mim, estranhei o gesto, mas não recusei. Só rezei para que ela não lembrasse disso no dia seguinte. E também, se lembrasse, azar, afinal estava ajudando e não me aproveitando da situação... qualquer outro podeira. Ela se encostou mais em mim dispersando o pensamento seguro e cavalheiresco.

Agradeci aos céus quando finalmente chegamos ao meu carro. Abri a porta, ela entrou e se acomodou, passou o cinto mas não conseguiu fechar no lugar. Me inclinei sobre ela para completar o serviço. O banco era alto, ficamos com os rostos bem próximos. Parei no meio do caminho de volta, encarando os olhos dela através da luz fraca. Penny sorriu, estava linda, e seria a primeira bêbada que eu beijaria sem pestanejar.

Sim, porque facilmente poderia ter repetido o beijo. Mas, ao mesmo tempo, sabia que seria injusto beijar alguém que não está totalmente no controle de suas vontades. Alguém que não quer um beijo meu. Num movimento rápido me afastei, era o que deveria fazer. Bati a porta e fiz a volta.

Penny se acomodava no banco quando sentei no meu. Dei a partida e liguei o ar. Em poucos segundos o ambiente estava quentinho e aconchegante. Seria um trajeto parcialmente ligeiro até o prédio dela. Mas, acabei indo mais lento do que deveria.

Penélope silenciou, de repente senti o rosto dela inclinado para o lado, estava quase dormindo. Era só me mover um pouco para a direita e a cabeça dela cairia sobre o meu ombro. Com cuidado fiz isso. E ao primeiro sinal de que encontrara onde se apoiar, ela se acomodou. Soltei o meu cinto e ajeitei o rosto dela acima do braço direito. Estava dormindo mesmo. De outra forma reclamaria da proximidade.

Quando chegamos, a afastei com calma. Mas tive de chamá-la para retirá-la do carro.

— O que foi? - ela perguntou me olhando sonolenta. Dispersa. Perdida.

— Vamos para o seu dormitório.– informei.

Ela se voltou de lado para mim fechando os olhos.

— Me deixa aqui. Está quentinho.

Balancei a cabeça, por mais que aquela situação estivesse muito boa, não poderia permitir que se prolongasse. Acabaria pagando muito caro depois.

— Vai ficar frio aí rapidinho. - falei sério segurando o braço dela, puxando-a para o lado de fora.

Ela se recostou em mim, merda de garota.

— Cadê suas chaves?

Sem resposta. Enfiei a mão nos bolsos do lado de fora da jaqueta.

Nada!

Que porra! Será que a Josy estava com as chaves?

— As chaves Penny!​?

— No bolso de trás... da calça - ela respondeu num sussurro com o rosto enfiado na minha jaqueta.

— Então pega! - mandei em tom firme. Ela pareceu não me ouvir.

— Pega as chaves Penélope! - falei mais firme. Ter uma irmã caçula estava me ajudando muito naquele momento.

Um longo suspiro antes que ela levasse as mãos para o bolso de trás das calças e depois me alcançasse o molho com três chaves.

Fomos em direção a porta, abri e ingressei. Encarei as escadas. Ia levar uma hora pra subir aquilo tudo. Que droga! Sem problemas ergui o corpo dela nos braços. Penny se acomodou de novo em mim, respirando regularmente. Quase dormindo. Não havia ninguém naquele prédio naquela hora. Um silencio total dominava para todos os cantos. Parei diante do dormitório, com certo trabalho abri a porta. Entrei, coloquei a garota sobre a cama, a ajudei a retirar a jaqueta e ela se inclinou para deitar, agarrou o travesseiro. As pernas ainda estavam para o lado de fora do colchão. Não ia colocar aquelas botas sob os lençóis, me acoquei e desamarrei os cadarços. Retirei as duas deixando aos pés da cama. Depois terminei de acomodá-la sob os cobertores.

Penny não viu mais nada. Estava definitivamente dormindo.

Passei as mãos pelos cabelos dela, puxando-os para afastá-los do rosto. Ela suspirou mas não abriu os olhos. Sabia que era hora de ir embora. Mesmo assim fiquei ali por mais alguns, ou vários, minutos. Simplesmente olhando. Era a primeira vez que colocava uma garota na cama sem antes dormir com ela.