CLAIRE

Eu sempre adorei a chuva. De verdade. Porém também sempre odiei o momento que se passa antes da chuva. O céu está cinzento e entupido de nuvens, e as pessoas estão com muita pressa para tentar fugir da chuva. Hoje estava ainda pior. Esse clima tenso pré-chuva já havia se arrastado por todas as cinco horas as quais lutava contra o trânsito nova-iorquino. O taxista não parava de buzinar, e não saíamos do lugar há muito tempo. Finalmente, começou a chover. A chuva era suave, com várias e finas gotículas. As calçadas se esvaziaram rapidamente e pedi para o taxista terminar a corrida. Cheguei à porta do Empire State cinco minutos depois. Comecei a subir até o último andar, com várias interrupções. Ao ver as familiares paredes de mármore sorri para mim mesma. Olhei de relance para um relógio de parede. Estava dois minutos atrasada, será que o garoto ainda estaria lá? Minha resposta veio correndo atordoado pelo corredor. Ele parecia hipnotizado, e nesse transe nem percebeu que eu estava no caminho. Só percebeu quando esbarrou em mim, tropeçou e caiu no chão. Virou-se atordoado para mim e pareceu tentar falar alguma coisa

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— Foi… Vo… Vo…

— Calma aí amigo – eu sorri para ele e o ajudei a se levantar

— Eu… Eu preciso ir – ele escorregou de novo coma pressa – minha amiga… ela sumiu, com a… a amiga dela fada e…

— Isabella e… Aiyrah não é? - ele assentiu com a cabeça – Se acalme. Elas devem estar bem.

— Como você pode ter tanta certeza? - ele parecia muito assustado.

— Hmmm… Deixa eu me apresentar. Sou Claire Montgomery. - ele finalmente conseguiu ficar de pé e eu estendi a mão para cumprimentá-lo. Ele ficou tão supreso que caiu no chão de novo – OK. Chega de bobeira. Fique de pé. Eu estou aqui para ajudá-lo em uma missão de auto-conhecimento e… - eu comecei a rir loucamente

— O que foi? - ele estava mais atordoado que antes

— Eu só estou aqui porque ouvi falar que você é uma criatura “nova” - a culpa me comia por dentro, porém eu não podia deixá-lo saber – E… Porque eu sou uma garota maravilhosa, eu vou te ajudar a encontrar suas amigas

— Porque eu devo confiar em vocẽ – agora que ele estava de pé, podia ver que ele era um garoto alto e esbelto, com lindos olhos azuis e bocas rosadas. Mas não podia me distrair

— Porque comigo, você tem uma chance bem maior de encontrar suas amigas e eventualmente, se preciso, derrotar Berlinda – sua cara de dúvida me obrigou a explicar – A bruxa maior…

— Bom, parece que você é minha única opção. - ele olhou para os lados – Por onde começamos?

Sorri enquanto tirei de minha mochila uma pequena esfera colorida e a joguei no chão, criando um portal espiral. Segurei sua mão com força

— Começamos fazendo uma equipe

— Como… Mas quem?

— Acho que vai saber quando dizer aonde estamos indo – eu sorri novamente

— Para onde estamos indo?

Agora foi a hora de meu maior sorriso, seguido de uma pequena risada:

— Vamos para o Japão