– O que você quer dizer com isso Belle? Do que você está falando? – Ela não me respondeu. Belle parecia estar mergulhada e perdida em seus pensamentos, ela começou a movimentar levemente o seu tronco para frente e para trás me deixando pertubado.

– Como isso é possivel? Como isso é possivel? – Ela repetia as palavras de forma bem rápida e parecia estar cada vez mais desorientada. Ela levou suas mãos até a sua cabeça e fechou os olhos. Eu estava como todos no quarto: paralisado e sem saber o que fazer. – Minha cabeça está um caos! São muitas lembranças despejadas de uma vez só, eu não sei se aguento... é muito... é muito pra mim! – Eu olhei para Jasper pedindo por auxilio. “Desculpe-me Edward, mas as emoções dela estão intensas, não consigo controlar”. Eu assenti meio a contragosto e percebi que o tormento que Belle estava sentindo estava aumentando cada vez mais.

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O sofremento de Belle me fez, finalmente, reagir. Cheguei perto dela, afastei suas mãos que precionavam a cabeça e virei seu rosto para que ela olhasse para mim.

– Belle, fique calma e olhe para mim. – Ela comprimiu ainda mais suas palpebras. Ela não queria me ver. Isso doeu muito. – Por favor. – Eu supliquei e eu estava bem ciente de que a minha voz tinha saído em um tom bastante dolorido, apesar de eu ter feito o máximo para reprimir isso.

Aos poucos Belle foi abrindo os olhos e eu pude ver o brilho escarlate que saia deles. O encontro de nossos olhos fez a minha respiração falhar.Mesmo com olhos vermelhos de prededor, ela estava maravilhosa. Ela tentou desviar o olhar; o que me fez ficar magoado pois eu percebi que ela não queria olhar para mim, provavelmente ela me queria longe; mas eu acho que a intensidade do meu olhar a prendeu de alguma maneira forçando-a a me encarar.

– Calma, tudo vai ficar bem. – Ela deu um longo suspiro e depois começou a relaxar. “Tudo bem, eu consigo controlar as suas emoções agora. Vou mantê-la calma” Jasper pensou. – Agora, me diga, você está bem? Do que você está falando?

– Você não ouviu o que eu disse? –Ela disse meio irritada e eu a olhei meio incabulado. Será? –Você tentou me convencer de que eu poderia ser a Bella e agora que eu estou afirmando isso você duvida? – Ela disse em um rosnado nervoso como se estivesse respondendo ao meu pensamento.

– Ok, acho melhor a gente sair. – Alice disse empurrando todo mundo para fora e Esme a ajudou.

– Mas agora que a coisa tava ficando boa você expulsa a gente Alice? Sacanagem viu!

– Emmet, querido, a gente ainda pode ouvir.

– Mas não é a mesma coisa! – Emmet disse para Rosalie meio contrariado.

Esme foi a última a sair. Ela ficou parada na porta por um momento olhando para nós dois. “Vai dar tudo certo, você vai ver” ela pensou tentando me transmitir confiança. Eu esperava que ela estivesse certa.

– Por que você diz isso? – Eu olhei timidamente para ela com medo de que ela ficasse nervosa com as minhas perguntas. Ela parecia estar sem paciência. Ela soltou um longo suspiro antes de falar.

– Por que eu me lembro de tudo agora. Tudo! Claramente, como se tivessem acabado de acontecer. É até... dificil de assimilar tanta informação de uma vez só. – Eu estava pasmo. Então é realmente possivel? Eu fiquei mudo, sem saber o que dizer. – Acho que você finalmente conseguiu o que queria. Eu finalmente me tornei ela, por completo. – Ela disse dando um sorriso fraco e me fazendo exaltar.

– Não, não Belle! – Eu segurei as suas mãos, mas ela não segurou as minhas – Eu sempre a amei, mesmo antes disso tudo, de toda aquela conversa. Eu não amo a sua aparência, eu amo você por inteira! Entenda, eu não podia deixar de ficar intrigado. E não foi sua aparência que dispertou a minha curiosidade, eu sempre achei isso uma infeliz coincidência, mas foram as coisas que você falava, os flashs de memórias. Se você estivesse no meu lugar, você não faria o mesmo? Você não iria querer entender o que está acontecendo e tentar descobrir se isso é possível? – Eu quase falei em tom de súplica, eu esperava desesperadamente que ela me entendesse. – E, querendo ou não, você não é a Bella e nunca vai ser. Você é Belle, e agora você também é a Bella, entende? E eu amo você de qualquer forma, sempre amei e sempre vou amar.

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Ela ficou um tempo em silêncio refletindo tudo o que eu disse a ela. Uma ruga se formou entre as suas sombrancelhas e eu vi uma dúvida se formar em seus olhos.

–O que você quer dizer com isso? Que eu não sou nem uma e nem outra? Quem eu sou então?

–Eu não estou dizendo isso, eu nem posso, não tenho esse direito. Só cabe a você descobrir. Mas eu acredito que não tem como você ser apenas uma ou apenas outra. Acredito que agora você é ambas.

–Ambas, como se fossem uma só. – Eu sorri concordando com a afirmação de Belle. Ela havia entendido.

Ela finalmente apertou a minha mão e me deu um leve sorriso.

– Desculpe-me. – Ela disse sem olhar para mim e eu a abracei.

– Não há nada para se desculpar, querida. – Eu beijei o topo de sua cabeça e a trouxe mais pra perto. Foi o nosso melhor abraço, tê-la em meus braços sem precisar se preocupar em tentar não machucá-la era a melhor sensação do mundo.

Ela correspondeu ao meu abraço e afundou o seu rosto em meu tórax respirando bem fundo logo em seguida. Ela me apertou mais um pouco para junto de si e eu deixei escapar um gemido. Ela estava bem forte.

– Ooops! Desculpa. – Ela disse se afastando um pouco e colocando a mão na boca meio sem graça e desajeitada. Eu apenas sorri e balancei a cabeça.

– Pare de se desculpar. Não há motivos. – Não há palavras que descreveriam a minha felicidade em tê-la de volta.

Mas será que eu realmente a tinha de volta? Ela me aceitaria de volta como seu namorado? Namorado me soava totalmente errado. Eu deveria ser seu marido, e não namorado. Eu queria mais do que depressa assumir esse papel, mas como eu poderia se nem ao menos eu sei se ela ainda me quer? Eu sei que eu a quero, eu a desejo e muito, e tê-la em meus braços, sabendo que ela não corria mais perigo de ser machucada por mim, só aumentava o meu desejo.

Eu comecei a alisar os seus cabelos e a inalar o cheiro doce deles. Como eu amo a ausência da dor e da queimação. Belle levantou o olhar e me encarou. Eu só encontrei amor em seu olhar. Ela se aproximou um pouco e abriu a boca levemente. Percebi que ela estava incerta e exitante. Acabei com a incerteza minha e dela e selei de uma vez nossos lábios. Eu senti um grande êxtase quando senti o gosto de sua boca na minha. Eu a beijei com mais vontade do que nunca e fiquei meio irritado quando ela se afastou de mim quebrando o nosso maravilhoso beijo.

– Você escondeu isso de mim todo esse tempo! – Ela disse acusudariamente para mim me fazendo soltar uma leve risada.

Ela me beijou novamente e dessa vez como mais vontade e isso me deixou louco. Eu estava bem ciente de que o meu corpo havia acabado de tremer de prazer e de que o dela fazia o mesmo em resposta. Não demorou muito e eu já estava deitando-a na cama, fiquei feliz por ela deixar. Eu já não comandava meu corpo, minha mente estava sem foco, tudo o que eu pensava era em ter Belle aqui e agora. Como se tivessem vida própria, as minhas mãos rasgaram rapidamente toda peça de roupa que ela usava. Ela fez o mesmo comigo.

– Eu te amo. – Ela disse com uma voz meio grave de desejo. Eu sorri e olhei em seus olhos encontrando suas pupilas dilatadas, também denunciando o seu desejo.

– Eu também te amo, mais do que a minha própria vida. – Nos beijamos novamente e deixamos nos levar pelo êxtase, prazer e pela luxúria.

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– O que vamos fazer a respeito da minha mãe? – Belle susurrou enquanto eu alisava os seus cabelos com os meus dedos. Estávamos abraçados um ao outro na cama agora.

– Não sei, eu não pensei sobre isso ainda. Mas por enquanto ela ainda acha que você está em coma no hospital sob observação, por isso ela não pode te ver. – Ela apenas mecheu levemente a cabeça depois se apertou mais a mim. Depois me ocorreu uma coisa, outra que eu ainda não havia pensado a respeito. – Você tem que se alimentar. – Ela levantou um pouco a cabeça e ficou me olhando com os seus olhos escarlates.

– Eu não estou com sede. – Eu olhei para ela surpreso.

– Não está?

– Não, pelo menos não muito, é apenas uma leve queimação. – Isso me surpreendeu, ela é uma recém nascida não era para ser assim. Me surpreendia que ela não tinha saído correndo pela porta até agora a procura de uma vítima, mas isso? Isso era mais do que surpreendente.

– Mesmo assim, acho melhor irmos. É melhor você estar bem alimentada se quiser ver Nessie e Charlie. – Eu sorri para ela e ela arregalou os olhos.

– Charlie?

– É, é o nome do seu neto. – Ela levantou num pulo e eu pude ver que ela segurou um grito.

– Nasceu? Quando? Cadê ele? Cadê a Nessie? Eu quero vê-los! – ela exigiu e eu sorri.

– Sim, no dia do seu acidente. A Nessie ficou muito abalada e acabou entrando em trabalho de parto. Eles estão bem, estão seguros. Jacob está tomando conta deles. E você só irá vê-los depois que voltarmos da caçada. – E quando estivermos com todos da família por perto, mas isso eu não iria mencionar por agora por que eu sabia que ela acharia que não confiamos nela. Ela fez um biquinho (lindo) mas acentiu.

– A parte humana.

– Exatamente. Vamos? – Eu disse já me levantando da cama e indo em direção ao closet para vestir alguma coisa. Belle ficou sentada na cama, sem saber o que fazer, então me lembrei que ela não tinha roupas. Antes de eu fazer qualquer movimento, Alice já estava batendo na porta.

– Aqui. – Ela disse me entregando um vestido azul, lingerie e um par de sandálias.

– Obrigado.

– Disponha. – Eu fechei a porta e entreguei a roupa e os sapatos para Belle. Percebi que ela estava meio sem graça enquanto se vestia.

– O que foi?

– Todo mundo deve ter ouvido a gente. – Se ela pudesse, com certeza teria corado. Eu apenas sorri.

– Não se preocupe, eles sairam assim que Alice e Jasper perceberam o que iria acontecer. A Alice apareceu por que... bem, é a Alice. – Eu disse e ela riu.

Quando ela terminou de vestir eu percebi que eu estava parado admirando-a a tempo de mais e que ela estava esperando por mim.

– Edward!

– Desculpe-me, mas é que... você está maravilhosa. – Ela abaixou o olhar e sorriu. Descobri que esse era o seu novo modo de demonstrar vergonha.

– Obrigada. – Ela disse em um leve susurro.

– E então, preparada Belle? – Ela sorriu mas revirou os olhos.

– Claro que estou, mas... me faz um favor? – Eu apenas dei de ombros. – Não me chame mais de Belle, me chame de Bella. – Eu olhei para ela meio pasmo. Eu estava ouvindo direito?