DC Multiverse Movies

Gatos e ratos


Um sujeito entra em uma sala escura e pequena, suas vestes se destacam em meio às tonalidades sombrias do lugar, e o mesmo ocorria com sua voz, já que assobia alegremente enquanto seus dedos correm por dezenas de ferramentas mecânicas à medida que seus olhos desviam a atenção dos objetos sem vida para a única coisa animada ali, um homem de trinta e seis anos extremamente assustado com a chegada de seu raptor. Ele (o raptor) sorri na tentativa de diminuir a pressão que afeta o coitado, mas tudo que consegue é aumentar ainda mais seu pânico.
— Então você tem trinta e seis anos, Boy? Esse é seu apelido no jardim de infância, não é? Boy? - Indagou o raptor passando a mão na cabeça fingindo estar secando suor para, posteriormente, "secar" as mãos no casaco roxo sobre seus ombros.
— O que você quer? - Perguntou o homem aos prantos.
— Isso é uma pergunta muito complicada pra minha mente simplista - Destacou o sujeito rindo histericamente, como se o sofrimento de Boy não bastasse - Foi esse o apelido que sua professora lhe deu três semanas depois de entrar na escolinha?
— Como você sabe disso?
— A pobre senhora Dingles estava tão pálida em seu leito, falando aquelas coisas fofas e bonitas sobre seus queridos pequeninos - O raptor suspirou falsamente antes de continuar - Ela contou a respeito do começo da carreira, de como se tornou a professora mais querida da escolinha da cidadezinha.
— Olha, eu tenho muito dinheiro, tenhos mais de dez contas. Se você me tirar daqui juro que te dou tudo o que quiser.
— O engraçado é que, ao ouvir todas aquelas histórinha eu imaginei que fosse encontrar uma parte em mim que simpatizasse com seu passado - Prosseguiu o indivíduo, ignorando a declaração de sua vítima - E eu encontrei, na parte mais simples de todas. Foi isso que te trouxe aqui. Eu imaginei que brincar com a senhora Dingles não daria pro gasto, já que a velha não consegue nem babar no marido durante a noite (pobre coitado)... mas eu lhe dei um passatempo tão rápido que ela nem esperou os primeiros cinco minutos para babar - Ele ri com gosto enquanto simula os gemidos e sussurros de desespero da antiga professora de Boy, que começa a chorar sem se conter por um instante, o que leva seu raptor a segurar seu queixo com força - Ele ficou emocionado, meus caros parceiros, exatamente como todo mundo ao saber que a pessoa que começou sua vida miserável foi pro balde de lixo ardente - Ele sorri com insanidade, passando uma mão no queixo para decidir o que usaria, então pega um martelo com vigor, testando a cabeça do objeto na mesa de alumínio ao lado das ferramentas penduradas.
— Por favor - Insistiu o homem tentando se desvencilhar das amarras em suas mãos - Eu imploro...
— Não precisa se humilhar para mim, meu caro Boy. Se tivesse escutado sua mulher oito anos atrás, talvez tivesse arrumado um emprego decente em uma corporação de respeito. Talvez estivesse feliz e tranquilo com sua família... hehe, enfim, talvez sua filha tivesse nascido com uma fobia que não fosse medo de palhaços como eu - Ele segura uma risada a princípio, então a solta abafada, fazendo com que Boy gritasse enfurecido.
— Seu monstro - O raptor ergueu o martelo ao mesmo tempo que seus olhos tomaram proporções amedrontadoras.
— As pessoas vivem machucando seus corações, Boy. Entretanto, não acho que esteja tão preocupado com a bastarda que sua mulher teve com um eletricista - Ele ri insanamente, segurando o impulso de bater com o martelo na mão de sua vítima - Sendo assim, que tal machucarmos mais um pouquinho esse coração mole até ele VAZAR do seu peito, hein? AHahahahha...
Quando o Coringa larga o martelo ensanguentado sobre a mesa de alumínio, um homem vestindo um terno colorido surge, trazendo uma pasta de arquivos.
— Chefe, encontrei isso aqui e o outro decidiu contar o que sabia.
— Ele não é tão burro quanto esse aqui. Ele realmente não tava nem aí com a bastarda - Exclamou o psicopata com frieza.
— Esse foi um ótimo truque, chefe - Elogiou o capanga meio hesitante.
— Não foi truque, a mulher dele realmente disse que a filha não era dele - Afirmou o Coringa com uma risada insana.
— Mas a família dele você deixou viver - Observou o capanga com seriedade.
— Um lado sempre pende mais que o outro Willy, vamos voltar na casa do que falou e dar a má notícia para seus familiares.
— Vamos matar o que falou?
— Óbvio que não, Willy - Declarou o Coringa com repugnância - Vamos matar a família inteira hahahaha.
Um homem percorre um amplo túnel, pisando em um esgoto a céu aberto com nada além de uma lanterna. Seu rosto soa devido ao calor das tubulações e ele pega um lenço para secar seu rosto, não fosse uma mão escura segurá-la com força, empurrando o sujeito para a parede sem hesitação, revelando seu rosto sombrio encapuzado.
— Batman - Afirmou o homem com a voz trêmula, cuja mão se contorce de dor ao tentar se desvencilhar do Morcego.
— Soube que você trabalha para a Argus - Comentou com seriedade.
— E daí? - O Morcego passa a apertar o braço do indivíduo com mais força.
— Daí que o sistema impenetrável de vocês foi invadido três dias atrás e agora um funcionário de vocês foi encontrado morto.
— Ninguém sabe - Explicou o homem com frieza, o que deixou o Batman ainda mais irritado a ponto de arremessá-lo em uma tubo imenso.
— Mas vocês sabem quem invadiu, embora não saibam como. Se não fizerem alguma coisa logo, mais agentes estarão mortos. Quem sabe um amigo seu? - O homem encara o Morcego como quem reconsidera sua posição - Me diga onde posso adquirir o plano de voo da operação que ele está procurando.
— Se eles souberem - Ao invés de apertar seu alvo, Batman simplesmente agaichou-se e semicerrou os dentes.
— Eu posso garantir que eles não saberão que estive lá, e mesmo se descobrirem, eles tem um problema bem maior nas mãos.
— Você não é o único a andar com metahumanos por aí.
— Essa ameaça é maior que um metahumano por aí - Exclamou o Morcego empurrando o sujeito para uma parede, sendo que quando ele se vira à procura do Morcego, não encontra nada além dos túneis de esgoto.
O helicóptero não pousa, sendo que seus ocupantes descem em um edifício isolado no meio de uma cidade agitada.
— Estamos em Paris, crianças. A cidade está agitada por conta de desse edifício em particular. Ás doze horas e vinte e três minutos dessa tarde, uma anomalia começou a trazer seres de outro universo para cá. Esvaziam a área e tudo o que sobrou são as criaturas e uma estrutura prestes a despencar. Meus homens e eu vamos assegurar o perímetro enquanto vocês entram no prédio e tentam controlar a anomalia.
— Como faremos isso? - Pergunta Arlequina forçando ingenuidade - Não tenho diploma de física.
— Com isso - Rick abre uma maleta e revela um dispositivo prateado com uma esfera vermelha em seu centro - É um detonador reverso. Sua função é reverter a explosão de energia que está acontecendo lá dentro. Vocês precisam colocar essa coisa debaixo da explosão e voltar em duas horas.
— Moleza - Afirmou Arraia Negra se preparando para entrar no prédio quando Flag mirou sua pistola - Não vai tentar me matar com esse brinquedinho, vai?
— Não preciso. Temos uma equipe de controle que está monitorando todos os seus movimentos e ações. Se tentarem qualquer coisa, eles vão ativar dispositivos explosivos implantados em seus pescoços.
— Bobagem - Zombou Digger arrumando sua roupa.
— Faça como achar melhor - Impaciente, Lawton empurra Arlequina e Crocodilo e apanha a maleta indo sem pressa para dentro do prédio - E vocês? Vão ficar só olhando? - Assim, todos seguem o Pistoleiro enquanto a equipe de Flag se espalha pelo solo, sendo que o próprio vai procurar seu superior.
— Flag? Que diabos está fazendo aqui?
— Com todo o respeito, senhor, colocar uns contra os outros não vai facilitar em nada a missão.
— Isso é problema deles, não meu, quanto menos seu, agora volte ao seu trabalho, coronel - Floyd observa a maleta antes de encarar seus parceiros que vem logo atrás.
— Vamos nos dividir em duas equipes, assim cobrimos as duas entradas principais, já que os elevadores estão inutilizáveis.
— Quem determinou que você está no comando? - Perguntou Arraia Negra tomando a maleta para si, o que faz Lawton mirar sua arma no criminoso.
— É assim que você brinca? Se te ameaçam você já abaixa a cabeça e vira cachorrinho? - Questionou Katanna indignada.
— Vocês não entendem, isso não é um jogo. Eles tem o controle de tudo. Não existe ameaça ou suposição. Essa é a primeira missão de todos vocês, mas eu já passei por isso centenas de vezes, da última vez falhei feio por não conseguir convencer meu esquadrão de que os dispositivos eram verdadeiros. Eles tentaram me matar e a todos no lugar que invadimos, então vi meia dúzia de cabeças explodindo pelos ares.
— Sinistro - Afirmou Harkness ao passar a mão no pescoço e sentir o explosivo em seu organismo.
— Deve haver um jeito de tirar isso da gente - Insistiu Arraia Negra se aproximando dos colegas.
— Estão conectados a nossas colunas, só podem ser removidos se desativados por eles mesmos, e eles só farão isso quando não formos mais úteis.
— Nesse caso, vamos levar essa merda até a explosão - Concluiu Arlequina erguendo seu martelo.
— Uma pergunta, como vamos colocar isso debaixo da exploxão? - Perguntou Katanna erguendo sua espada.
— Nossa colega Magia vai cuidar disso, não é? - A bruxa não responde, apenas segue o grupo sem questionar. Eles caminham até encontrar as duas escadas principais, quando Floyd toma a frente do grupo.
— Katanna, Digger e Magia vão pela escada esquerda. Arlequina, Crocodilo e Arraia vem comigo pela direita.
— Porque não posso ir com Arraia? - Perguntou Bumerangue indignado.
— Porque não confio em vocês dois juntos. Agora podemos ir?
— Não sei porque essa frescura toda, o que tem aqui tão complicado que eles não possam fazer? - Eles escutam ruídos indecifráveis que logo revelam sua origem, centenas de monstros vermelhos com partes escuras que latejavam, lançando chamas pelos ares.
— Continua falando Harkness - Pediu Lawton com ironia sacando suas pistolas, enquanto os demais pegam suas respectivas armas. Os mais próximos são alvejados na cabeça pelo Pistoleiro, enquanto outros são liquidados por granadas que Arlequina arremessa, antes de avançar sobre outro punhado de criaturas, esmagando suas cabeças e braços com seu martelo. Katanna se segura em um corrimão para arremessar seu corpo contra os adversários, cortando dezenas de membros fora antes de Digger girar seus bumerangues pelos arredores, acertando outros monstros enquanto Crocodilo rasga os corpos. Sangue alaranjado escapa das cavidades expostas, com Arraia pulando sobre seu colega para atirar pequenos tridentes com seus pulsos armados. Quando terminam seu trabalho, encaram os corpos com profunda satisfação, até que mais inimigos surgem, obrigando-os a se separar aleatoriamente pelas escadas, desviando de feixes de fogo, que queima as paredes igual a papel. Ao observar profundas rachaduras se formando, Pistoleiro encara Magia apavorado.
— Ei, precisamos que controle isso urgentemente.
— Isso? - Perguntou a bruxa sem compreender o que Lawton dizia.
— As rachaduras... a instabilidade... a morte - Ao observar as paredes, Magia concorda com um meneio e ergue seus braços com maestria, emitindo poderosas rajadas de energia escura sobre as paredes, cujas rachaduras não fazem a parede ceder - Acho que serve, agora vamos - Arlequina vem atrás de Floyd, com Crocodilo e Magia em sua reta, fugindo o mais depressa possível para os andares superiores.
— Precisamos acertar essas coisas com algo mais permanente - Afirmou Pistoleiro procurando algo em sua bolsa quando Arlequina para de correr pouco antes do começo de um corredor.
— Permanente? Porque não disse isso antes? - A ex-psiquiatra ergue três granadas e as arremessa no chão, causando uma explosão que destroça três metros de concreto, fazendo todas as criaturas despencarem do alto até o último andar, se espatifando e quebrando todos os ossos do corpo.
— Insano mas brilhante - Elogiou Lawton observando o buraco enorme no chão antes de puxar Arlequina para além do corredor.
— Obrigada. É meu charme natural - Ao chegarem em um hall amplo, Floyd encara seus companheiros e descarrega sua arma em um sofá para descontar sua raiva - Você sabe como ser espontâneo.
— Harkness e Arraia estão subindo juntos e ainda por cima estão com o rastreador.
— Rastreador? - Perguntou Crocodilo confuso.
— Sim, aquilo não vai impedir explosão nenhuma, só vai mostrar ao míssil que eles vão enviar qual o alvo a ser atingido.

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