Coração de Carmesim

Parte 6 – Oráculo.


O exército conhecido coração de carmesim haviam acampado próximo a floresta após finalmente ter contido o incêndio provocado pelo dragão dourado, eles esperavam pacientemente pelos caçadores ou por alguém responsável pela liberação da criatura que devastou mais de trinta hectares com seu bafo ardente.

Um dos soldados apresentou uma das runas apagadas que havia encontrado na caverna, tais runas eram escrituras que permitiam prender o dragão utilizando uma mistura de magia e alquimia, já que tal criatura era imune à magia.

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— De alguma forma, alguém mal intencionado fez de propósito. – Explicou o soldado na frente de seu líder.

— Mesmo assim, um feiticeiro capaz de manipular dragões é impossível de existir, nem mesmo o Conde Costa que dominou o vilarejo da Costa é capaz de tal ato.

Um dos soldados que estava ao lado deles ouviu a conversa até o momento de se pronunciar.

— Falando sobre o vilarejo da Costa, até quando deixaremos aquela vila a mercê do Conde da Costa? Poderíamos invadir e atacá-lo, podemos revidar magia.

— Estamos esperando eles pagarem os impostos do reino...

— Mas isso é cruel, aquela vila faz parte do nosso reino...

— Não posso fazer nada, regras são regras.

Um tremor assustou todos os soldados que estavam acampados na região, o líder do coração de carmesim olhou para o horizonte e logo viu uma fumaça densa subir para os céus junto com aves de todos os tipos voarem para longe assustados com o estrondo.

— O que foi isso?

— Só pode ser os caçadores. – O líder vestiu seu elmo e logo montou em seu cavalo. – Vamos averiguar.

Quando finalmente chegaram no local da colisão eles se assustaram ao ver um dragão dourado desacordado no chão e em cima dele, um sujeito com uma coroa, barba e um nariz pontudo.

Era o rei da imaginação.

— Mas quem é você?

— Eu sou... – Uma fumaça dourada saía das narinas do dragão e ia para as mãos do rei, com o tempo o dragão foi se deteriorando até se tornar simples carcaça dourada. – Seu rei.

Levanto as mãos a frente, ele soltou um raio que dispersou todos da cavalaria, quem era atingido eram transformados em objetos, como baldes, vassouras ou até mesmo bonecos de madeiras, o líder assustado pulou do cavalo e tentou correr, mas logo foi atingido pelo feitiço do rei da imaginação.

— Isso não é o suficiente, eu preciso de mais, se eu quiser existir definitivamente.

Enquanto isso, os caçadores permaneceram atônitos ao ver Jade dentro de seu covil, principalmente o chefe deles que era muito semelhante ao Alan.

— Princesa Diana? Como descobriu nosso esconderijo? – Indagou um dos crocodilos antropomórficos.

— Eu não sou a princesa Diana e estou aqui para resgatar o meu amigo, Alan.

— Alan? Conhece este traidor? – Indagou o chefe deles.

— Traidor? Do que você está falando?

— Por acaso não sabe? Ele libertou o dragão e jogou o contra nós.

Um facho de memória surgiu em sua mente, a floresta consumida pelas chamas, aquela informação respondia sua pergunta, e também que ela tinha perdido a chance de reencontrar seu amigo.

— Por acaso vocês sabem onde ele está?

— Se soubéssemos, não estaríamos aqui. – Comentou um dos caçadores.

— Isso não importa, agora é a nossa chance de utilizá-la como moeda de troca para tomarmos o reino.

— Eu já disse que não sou a princesa Diana. – Comentou Jade.

— Como se você enganasse alguém. – Comentou um dos caçadores.

— Espera. – Interrompeu o chefe deles. – É provável que ela não seja.

— E daí se ela não for? Vamos trocar mesmo assim.

— Não será tão fácil, a verdadeira princesa Diana ainda está no castelo.

— Nós podemos enganar o rei dizendo que a Princesa na verdade é um doppelgänger.

Um estrondo abalou o covil o que deixou todos assustados, principalmente a Jade.

— Não pode ser! Talvez seja o Alan.

Ela correu para fora do covil enquanto os caçadores curiosos a seguiram.

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Enquanto isso, Alan finalmente despertava após enfrentar e derrotar (sem querer) o Conde da Costa, completamente desnorteado ele foi recebido por festas e agradecimentos pelas pessoas do vilarejo.

— Graças aos Deuses que os mandaram até aqui para libertar nosso vilarejo.

— O maldito reino esqueceu-se de nós ao descobrir que esta vila não tinha matéria prima para explorar.

— Mas você veio e nos salvou muito obrigado.

Sem entender, Alan se levantou e saiu da aglomeração de pessoas, ele logo analisou a situação e percebeu que realmente não estava sonhando.

— Onde eu estou?

— Ora, na vila da Costa, está desnorteado ainda após enfrentar o feiticeiro maligno Conde da Costa? – Indagou um dos camponeses confusos.

— Eu não sei, eu estou um pouco confuso.

Ele se lembrou do dragão dourado, do conde que se tornou em um monstro gigante e de ter defendido o ataque com o escudo em suas mãos, mas de repente um estrondo chamou sua atenção, os camponeses assustados saíram da cola do Alan e correram para fora da vila onde puderam ver a fumaça ocasionada pela colisão.

— Só pode ser o terrível dragão dourado. – Disse um dos camponeses, ele puxou Alan por perto e o empurrou para fora da vila.

— Nos salve do dragão grande herói.

— Precisamos de vossa ajuda.

— Espera um pouco! Grande herói?

— Não seja tão humilde, vá lá e derrube o dragão dourado.

— Parece que um idiota o libertou da caverna, aquele imbecil.

Alan sentiu-se ofendido, afinal de contas foi ele que por acidente libertou o dragão da caverna, e consequentemente sentia-se responsável tanto pela floresta em chamas, quanto pelo estrondo onde na sua cabeça passava a hipótese de que era novamente a criatura alada destruindo um vilarejo com suas labaredas incandescentes.

— Talvez eu encontre alguma saída. – Ele pensou alto.

Enquanto isso, no castelo do reino, a estrutura foi abalada pelo mesmo estrondo e logo mais tarde eles receberam a visita de alguém bem incomum, o próprio rei da imaginação.

Os cidadãos da cidade central estavam curiosos ao saber de onde vinha aquele estrondo, mas logo ignoraram, no meio deles havia o rei da imaginação que agora estava vestido como eles.

Dentro da camiseta ele tirou um orbe dourado, um sorriso surgiu em sua face deformada pela refração da luz, ele logo encarou as ruas, o castelo, as casas e os jardins que logo seriam destruídos pela sua magia.

— De alguma forma eu posso sentir um “oráculo” nesta região, talvez a autora dessa história passou aqui por um tempo, então...

Ele jogou o orbe para o alto, tal orbe ganhou forma de um dragão gigantesco, o mesmo dragão que ele havia absorvido tempos atrás.

— Vamos ver se chamo atenção da autora, se eu estiver certo, pessoas que não são deste mundo não são feridas pelos personagens.

As pessoas não acreditavam no que via, um dragão furioso sobrevoando a capital e cuspindo fogo nos telhados das casas que eram logo mergulhados pelas chamas incandescentes, pessoas corriam desesperadas, a cavalaria era chamada e até mesmo a princesa Diana permaneceu estarrecida com o ataque do dragão.

— Como isso é possível? – Indagou a princesa.

— É melhor sairmos daqui antes que você seja atacada. – Disse o conselheiro.

— Nada disso, não vou abandonar meu povo agora.

— E o que pretende fazer?

— Ora, eu vou à luta.

Assim ela correu até seu pai que entendeu a situação, em um passe de mágica, o rei urso sofreu uma metamorfose até se tornar em um lobo negro gigante, ela então montou nele, empunhada com sua espada, armadura e escudo partiu para enfrentar o dragão dourado que assombrava aquele lugar.

Jade ao se aproximar do estrondo viu nitidamente o dragão sobrevoando o castelo do reino, ela então mudou de curso e correu o mais rápido que podia.

Alan ao se aproximar da floresta em chamas teve sua atenção chamada pelo mesmo dragão.

Tudo corria conforme ao plano do rei da imaginação, a felicidade era tanta que ele era o único a sorrir diante da cidade devastada pelo poderoso dragão dourado, enquanto pessoas corriam desesperadas para fora da região tentando salvar tudo que podia.

— Eles estão pertos. – Disse o rei da imaginação.

— O que está acontecendo com minha história? Não foi isso que eu imaginei. – Reclamou Jade.

— Eu preciso de alguma forma impedir aquele dragão, é minha culpa por ter libertado, apesar de que eu estou realmente com muito medo de me aproximar daquele lugar. – Disse Alan que virou a direita na floresta destruída pelas chamas.

Ambos acabaram se encontrando após se trombar no meio do caminho, Jade caiu para direita enquanto Alan caiu pela esquerda, Ela colocou a mão no ombro com o rosto completamente torto por conta de uma dor insuportável.

— Ai meu ombro! – Choramingou Jade.

— Droga, por acaso você tem corpo de aço? – Reclamou Alan.

Jade se surpreendeu ao ver Alan na sua frente, logo ela imaginou que ele era o líder dos caçadores por conta da espada e escudo em seus punhos.

— É você Alan?

— Você é alguma personagem deste livro ou a própria Jade?

— Sou a própria.

— Como você veio parar aqui?

— Podemos deixar as perguntas para depois, precisamos impedir aquele dragão.

— Por quê? Não temos a mínima chance.

— Porque a minha história está partindo em um rumo que eu não planejei e eu sinto um mau pressentimento sobre isso.

Diana junto com o exército denominado coração de ouro estava postos ao ataque contra o inimigo, O rei da imaginação estava contente ao perceber que seu plano havia chegado ao ápice enquanto Jade e Alan junto com os caçadores que os perseguiam corriam até a cidade central, o conflito já estava sendo armado pelo destino.