Tudo Para Dar Errado

A jornada - Parte IV


PDV Geral

Freddie se mostrou bastante desconfiado após a ligação inesperada do Brad, ainda mais por Sam começar a agir de maneira prestativa e carinhosa.

— Chegamos - disse o motorista para o casal no banco de trás do táxi. O nerd mal pagou a quantia e o motorista já saiu expulsando os dois para fora do veículo.

— Que mal educado - o nerd olhou para a loira, que se manteve calada e com um sorriso forçado no rosto. - E você não vai falar nada?

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— Eu? - ela fingiu que nada aconteceu dentro do carro. Já o nerd esperava uma reação mais agressiva da Puckett. - Bom, acho melhor a gente entrar logo! Estamos atrasados, né?

Freddie apenas confirmou com a cabeça, retirando os dois ingressos do bolso. Segurou firme a mão da namorada e caminharam em direção de um hotel luxuoso: The Korg Hotel. Várias pessoas já se encontravam enfileiradas na entrada do hotel...

Ao adentrarem no local, o casal se surpreendeu com a quantidade de gente espalhada para todos os cantos. A impressão que tinham era que este hotel era maior que o que estavam instalados, e de fato era. Havia um imenso chafariz na área central, pessoas com fantasias estranhas (maioria de Alienígenas Selvagens), torres de comida e bebidas, máquinas de jogos, fora balões azuis e verde para qualquer canto que eles olhassem.

— Uau! - disse Sam para o nerd, que também fez uma expressão de surpresa, sem saber para onde fixar o olhar. Um garçom logo veio trazendo uma bandeja com várias taças de champanhe. - Aceito, sim! - disse a loira, pegando uma taça cheia.

— Sam! - Freddie repreendeu.

— O que foi? - ela questionou, bebeu um gole do champanhe e revirou os olhos para o namorado. - Relaxa, Freddie, você não vai precisar pagar pelas bebidas. São "cortesia do evento".

Ele ignorou, buscando não começar uma discussão boba. Olhou em volta mais uma vez e reparou em atores do filme "Uma Jornada nas Estrelas" não muito distante deles.

— Vamos falar com eles! - disse Freddie, voltando a segurar a mão da loira. Ambos correram e desceram alguns degraus para se reunir a um amontoado de gente que procurava tirar fotos com o elenco original do filme.

Por fim, eles conseguiram falar com alguns atores, pegar autógrafos, conhecerpessoas; para, logo em seguida, procurarem aproveitar as mordomias daquele hotel grandioso.

(***)

Já era tarde da noite quando o casal procurou uma mesa vazia para uma refeição. Os dois pediram lagosta e, enquanto isso, iam bebendo uma taça de champanhe.

— Está gostando do evento? - quis saber Freddie. A loira parecia se entreter com a vista do grandioso hotel.

— Sim, muito. - ela admitiu, colocando um sorriso no rosto, enquanto segurava a taça com firmesa. - Sabe, não imaginava que esses eventos nerd eram tão bons... Nossa, o que eu estou dizendo!? - Ela olhou estranha para o nerd, que riu do comentário.

— É, Sam, essas palavras acabaram de sair de sua boca! - Ele gargalhou, agora tomando a taça das mãos da loira e pousando na mesa. - Não venha por a culpa no álcool.

— Que seja - ela riu livremente, olhando para o namorado de um jeito apaixonado. - O que eu quero dizer é... - ela abaixou os olhos. - Nunca passou pela minha cabeça que eu poderia estar aqui com você. Aceitando essa viagem apenas por conta de um evento bobo de nerd... E vendo esses caras estranhos fantasiados de alienígenas... Para mim, é tudo novo. Você acrescentou algo para a minha vida, nerd.

Freddie riu, emocionado com o depoimento sincero da Puckett. Ele curvou o corpo/pescoço para dar um beijo na namorada.

— Ah - Ele interrompeu o beijo, já se levantando da cadeira. - Preciso ir no banheiro.

— Agora? A nossa lagosta já está a caminho...

— É rápido! - ele disse, aparentemente apertado.

— Tudo bem! - a loira ri, já pegando a taça pousada na mesa. - Só não se perde, okay?

Assim que o Benson se afastou da mesa - procurando um banheiro mais próximo -, Sam começou a revirar os seus bolsos a procura do Pear Phone.

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Sam [via telefone]: Carl-ly!? - ela suspira aliviada. - Ufa, ainda bem que você atendeu.

Carly: Oi, Sam... - seu tom de voz era desanimado. - Que voz grogue é essa?

Sam: Eu bebi um pouco... Enfim, como andam as coisas aí?

Carly: Péssimas. O Brad descobriu tudo, garota! Ele até acabou de pegar um voo para se encontrar com vocês... Talvez ele chegue aí ainda de madrugada...

Sam: O quê!?... Droga! Me conta exatamente como isso pôde acontecer...

Carly, do outro lado da linha, pegou fôlego. A história parecia longa:

Carly: Bem, começou exatamente depois que você viajou. Eu fui tomar o meu banho e justo quando saí do banheiro, Brad me pegou andando normalmente pelo apartamento, e eu, claro, tive que fingir sentir fortes dores a ponto de cair no chão, dramaticamente. Foi péssimo para mim... Enfim, o Spencer voltou para Seattle e notou que eu estava mentindo quanto a mentira, não me pergunte como, mas ele persistiu para que eu tomasse uns remédios de dores e eu me neguei. Foi aí que ele, Brad e o meu avô decidiram me levaram para um outro hospital... E aí que ferrou tudo.

Sam: Não acredito que o Brad continuou desconfiado depois de tudo. E olhe que o doutor que te atendeu, ex-namorado da minha mãe, transpareceu ser tão verdadeiro quando mentiu na frente dele...

Carly: Infelizmente o ex da sua mãe não trabalha em todos os hospitais de Seattle.

Sam: Ah, vai saber... Pam pode muito bem ter 'passado o rodo' em todos os doutores desse mundo e eu nunca ficarei sabendo da existência de todos eles. - Justo no momento da ligação, a bandeja da lagosta chega na mesa da Puckett. - Olha, Shay, vou ter de desligar. Minha lagosta chegou.

Carly: Sua lagosta!? Sam, e quanto ao nosso problema? Brad vai encotrar vocês!

Sam: Eu dou um jeito. Ele não vai encontrar a gente... Nem que eu mesma mande o Freddie de volta para Seattle mais cedo.

A loira desligou a chamada de áudio. Sua única atenção no momento era a refeição: pegou um pedaço da lagosta, colocou em seu prato e se serviu tranquilamente. Ela estava partindo para mais uma rodada de lagosta quando notou a demora do Benson.

— Benson, Benson... - Sam não sabia se largava a lagosta no prato e tentava procurar o nerd; ou continuava sentada/entediada a sua espera. Murmurou baixinho: - É bom você não ter se perdido.

Nesse momento, a imagem de 'várias ruivas seminuas tocando nas partes íntimas do nerd' passou sorrateiramente na mente da loira. Ela levantou da cadeira furiosa e correu a procura de um banheiro mais próximo.

— Freddie! - gritou no meio do hall, correndo desesperadamente. A loira chegou até a atropelar um ator famoso do filme, que gritou para que expulsasse a Puckett do hotel.

Uns guardas chegaram a correr atrás da loira, que estava muito ocupada atrás de um banheiro masculino.

— PAREM ESSA LOIRA! - gritou um dos guardas para as pessoas que a Puckett empurrava sem dó. Ela já estava disparada, entrando com roupa e tudo dentro de uma imensa piscina.

Ela só saiu quando a poeira baixou e outras pessoas já não sabiam exatamente para onde ela tinha ido. De certa forma a água fria fez a loira tirar da mente que o namorado poderia estar sendo assediado por um grupo de ruivas seminuas...

No entanto, ela continuou, calmamente, procurando o banheiro masculina. Após andar bastante, a loira finalmente encontra um banheiro.

— Você tem que está aqui! - ela pediu mentalmente, enquanto ia invadindo o banheiro masculino. Olhou em volta e aparentemente encontrou o espaço vazio, mas, um breve barulho fez a loira continuar procurando naquele mesmo local.

Para a surpresa da Puckett, quando chegou na área dos mictórios, encontrou o nerd extremamente assustado. Ele se encontrava com as mãos para o alto, se rendendo para um rapaz anão, fantasiado de alienígena, que portava uma arma de brinquedo.

— Sam, o que faz aqui no banheiro masculino!? - questionou Freddie, surpreso e com medo.

O rapaz anão agora apontava a arma para a loira, que não conteve as risadas.

— Eu tive que vir atrás de você, pateta! - ela disse, sem medo algum da "arma" está apontada para a sua pessoa. - Fiquei preocupada com a sua demora no banheiro. - ela tentou ser séria: - Tanto desespero para no final encotrar você aqui brincando com esse estranho aí.

— Não é brincadeira, Sam! Ele está armado, sim! Toma cuidado!

— É de brinquedo, nerd. - Ela voltou a rir, cruzando os braços. - Anda, dá tchau para o seu amiguinho e vem... A nossa lagosta está esfriando.

A loira tentou dar mais um passo, apenas para puxar o namorado, mas acabou piorando a situação. A arma agora estava apontada diretamente no rosto da Puckett.

— Ah, moleque! - irritada com a "brincadeira", a loira deu um soco na arma e, surpreendentemente, desparou fogo próximo de seus cachos loiros. - UOU!

Freddie conseguiu empurrar o anão alienígena, pegar na mão da loira, e ambos correrem para fora do banheiro.

— O que foi isso!? Eu bebi demais ou...!? - Sam questionou ao Benson, enquanto ambos corriam desesperadamente.

— Não, aquele era um Alien de verdade... Que nem no filme! - disse Freddie, assustado.

Como se não bastassem os seguranças, que voltaram a correr atrás da loira, ela agora teria de lidar com a perseguição do pequeno alien, que também vinha atrás do Freddie.

A solução que os dois acharam foi fugir do hotel, roubar uma moto de um desconhecido - que passava na entrada do The Korg Hotel - e tentaram voltar para o hotel em que ambos se instalaram.