Shit, my glasses!

Epílogo

***

— Eu não vou casar! Quando vocês vão aceitar isso? – Marlene disse, depois de uma risada.

— Deixe só ele aparecer com um buquê de rosas, ajoelhar e mostrar o anel – Petúnia falou, olhando significativamente para o marido.

— Ou aprontar um jantar especial, à luz de velas e tudo – Alice disse em seguida, com um sorriso apaixonado. Frank brincava com o filho, perto dali.

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— Quem vocês pensam que eu sou?! – Sirius protestou. – Olha bem pra mim. Eu lá tenho cara de Remus? – o louro rolou os olhos. – Nunca faria coisas tão melosas. Até parece que não me conhecem.

— Talvez o anel dentro de uma caixa de filme fotográfico, Pads – James sugeriu, recebendo um sorriso de Lily; era exatamente como ele tinha feito o pedido. – É diferente, e funcionou pra mim.

— Funcionou até demais, huh? – Pandora comentou, olhando para o pequeno Harry, que brincava com o primo, Dudley, e Neville, o filho de Alice.

Lily e James sorriam abobados sempre que o assunto era o filho. Harry Potter estava completando um aninho, com seus cabelos espetados, iguais aos do pai, e olhos verdes e brilhantes, como os da mãe. Alguns diriam que era loucura, que tudo tinha acontecido rápido demais. Quero dizer, só haviam passado quatro anos desde que Lily tinha retornado à Londres, logo depois da morte de seu pai.

Após poucos meses, as irmãs Evans tinham conseguido alugar a casa que viveram em Cambridge, o que foi muito bom já que “dinheiro extra nunca é demais quando se espera um bebê” – palavras de Petúnia –, e James não demorou a convidar Lily para morar com ele novamente. Dessa vez a ruiva não tinha motivos para recusar e, menos de um ano e meio depois, veio o pedido de casamento.

— Saiu mais cedo da agência por quê? – a ruiva questionou ao entrar em casa. James deu-lhe um beijo antes de responder.

— Planejei uma coisa para hoje.

— Espero que não tenha tentado cozinhar de novo – riu.

— Ah, não. Fui esperto, dessa vez: pedi uma pizza. E trouxe aquele sorvete que você gosta.

— De torta de limão? – ele fez que sim. – Vamos comemorar algo? – se aproximou dele, pondo os braços em volta do seu pescoço.

— Na verdade, sim – Lily arqueou uma das sobrancelhas. – Eu sou péssimo com palavras, você sabe. Então me desculpe por não fazer um discurso, nem nada do tipo – ele tirou algo do bolso e estendeu na direção dela. Era uma caixinha de plástico, preta e cilíndrica. A ruiva pegou, sem entender nada, e abriu.

— Ai, meu Deus – ele se ajoelhou, enquanto ela tirava o anel de dentro da caixa de filme fotográfico.

— Lily, você quer cas-?

— Sim! Sim, sim! Claro que sim! – interrompeu-o, pulando sobre ele, derrubando-o completamente no chão.

Como os noivos queriam algo pequeno, apenas para a família e amigos mais próximos, a cerimônia aconteceu em três meses. Marlene parecia uma louca, tentando arrumar tudo – sorte de Lily ter a melhor amiga como organizadora de eventos. Apesar do planejamento rápido, tudo ocorreu dentro do esperado e a noite fez-se mágica. A ruiva diria que o mais impressionante foi ter Petúnia levando-a até o noivo, jamais teria imaginado tal cena.

— Queria que nossos pais estivessem aqui.

— Eles iam adorar ver você de véu – Petúnia sorriu, ajeitando o vestido da irmã, minutos antes de entrarem no pequeno salão, onde todos aguardavam a noiva.

— Obrigada, Túnia – ela contraiu o cenho. – Por estar aqui comigo – explicou.

— No fim das contas nós somos irmãs, não é mesmo? – riram. – Está pronta? – Lily respirou fundo e acenou que sim com a cabeça, aceitando o braço que a outra oferecia.

Ela e James logo se mudaram para um apartamento novo, maior. Talvez pelo fato de já estarem morando juntos antes, os primeiros meses de casados não foram tão difíceis como todos costumavam dizer. Eles sempre conseguiam acertar as coisas numa conversa civilizada – a não ser nos dias de TPM de Lily –, isso também ajudava a manter a harmonia.

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Mesmo antes do casamento, filhos sempre foi um assunto muito abordado pelos dois. James nutria um grande desejo de ser pai e, definitivamente, era uma coisa que Lily também queria. A ruiva já beirava os trinta anos e seu relógio biológico dizia que aquele era o momento. Tudo estava estabilizado, trabalho, casamento, dinheiro; não havia motivos que os fizessem hesitar. Então, com pouco mais de um ano residindo no novo apartamento, eles decidiram que enfim era a hora.

— James... – cutucou-o, no meio de uma madrugada. – James, acorda.

— O que foi? – abriu os olhos de vagar, vendo um borrão ruivo. Tateou a mesinha de cabeceira até encontrar os óculos. – Tudo bem? Aconteceu alguma coisa?

— Eu acordei e não consegui voltar a dormir porque meu estômago parecia estar rodando, então me veio de novo aquela ideia na cabeça e eu aproveitei que já tinha comprado alguns e... – mostrou os cinco testes de gravidez. – Todos deram positivo.

Coincidentemente, Alice engravidou na mesma época e elas se aproximaram muito por causa daquilo, sempre trocando ideias sobre coisas que liam e viam, aprendendo juntas aquela nova fase. Harry nasceu um dia depois de Neville; imediatamente se tornou a pessoa mais importante da vida do casal. Era uma miniatura de James, com os olhos de Lily. A forma física de todo o amor que existia entre eles.

Como esperado, se tornaram ótimos pais. James mal conseguia ficar distante do filho e Lily era capaz de se apaixonar ainda mais quando o via com o bebê nos braços. Os olhos do rapaz cintilavam e ele parecia estar segurando a coisa mais preciosa do mundo – e, para eles, realmente estava.

Aquele foi um ano cheio de aprendizados, e não apenas para Harry. Ainda que estivessem extremamente felizes e realizados com tudo aquilo, o casal não podia negar que aquela era, com certeza, a coisa mais difícil e cansativa pela qual alguém podia passar. Lily só faltou pular de alívio quando Euphemia e Fleamont se dispuseram, animados, a fazer a festinha de um ano do bebê.

— Harry! Vamos cantar parabéns? – a avó carregava o bolo; os olhinhos dele reluziram.

James pegou Harry no colo e se juntou a ruiva atrás da mesa de doces, enquanto todos iniciavam um coro de “happy birthday to you”. Harry ria e batia palminhas, empolgado, ao mesmo tempo que os pais o encaravam com sorrisos de orelha a orelha. Eram uma bela família.

Os anos até podiam ter passado, mas James continuava o mesmo, e coisas desastrosas ainda aconteciam a todo instante. Não seria diferente no aniversário do filho, quando esse arrancou os óculos do seu rosto e sacudiu-os com vontade.

— Não, não, não, Harry! – Lily disse inutilmente, antes que o objeto se espatifasse no chão.

Houve uma pausa, onde todos encararam os óculos quebrados, então Harry voltou a bater palma e rir.

— Acho melhor eu repensar a história das lentes.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.