Quartevois

Barry


—Olha, eu não entendo muito sobre mulheres, mas sei quando elas estão chateadas. Está acontecendo alguma coisa, Cait? - ele indagou, ambos estavam sentados na mesa da cozinha do apartamento dela, Natali assistia algum desenho animado na TV, Caitlin parecia nervosa, retraída, era como se escondesse algo, estava assim desda consulta com o médico, consulta à qual ele não pode participar e que ela havia feito questão de não falar nada.
—Se lembra quando conversamos alguns dias atrás sobre evitar mudar a linha do tempo mais do que ela já está mudanda desde de a chegada de Natali?
—Lembro.
Caitlin respirou fundo, ele envolveu as mãos nas da dela.
—Então, aconteceu uma coisa. Não é nada grave, mas realmente pode mudar um pouquinho a linha do tempo.
—Caitlin, você está me preocupando. - alertou fazendo-a suspirar.
—Barry, eu meio que estou, não meio exatamente, porque isso é impossível, então eu estou inteiramente, aí meu Deus, estou dando uma de Felicity! Olha Bar, eu... eu estou grávida.
Ele sentiu tudo ao seu redor parar, era como estar em um acidente em câmera lenta, abriu a boca meio confuso.
—Tem certeza?
—O dr. Jones e três testes de farmácia afirmaram que sim. - Caitlin passou a mão pelo rosto limpando as lágrimas que caiam. - Sei que não era para as coisas ocorrerem assim, não era o nosso plano, está tudo dando errado.
—Ei, ei. Vamos com calma, ok? - a puxou para perto de si e a envolveu em um abraço. - Está tudo bem, as coisas acontecem, porque é assim que a vida é. Nada está dando errado, nada. - assegurou acalmando-a. - Isso é maravilhoso, quer dizer, é assustador, imprevisível, um pouco confuso e amedrontador, ok que não temos nenhuma experiência nisso e nossa vida não é lá essas coisas, estamos sempre cercados de pessoas que querem nos matar, não temos muito tempo, nossos horários são complicados, mas isso é maravilhoso.
Caitlin se afastou encarando-o perplexa.
—Se você está tentando me acalmar, está fazendo isso errado.
—O que eu quero dizer é que, por mais que isso pareça desesperador eu estou aqui ao seu lado e nunca sairei de perto. Você tem uma vida dentro de si, uma pequena vida que precisa da nossa ajuda. Então temos que manter a calma.
—Pensei que você surtaria com isso. - ela falou, ele sorriu calmo, estava surtando por dentro, mas tentava manter o controle por ela. - O tempo mudou.
—É, ele mudou.
—E isso é ruim?
—Não, nenhum pouco. - acariciou o dorso da mão dela com o dedão. -Vamos ter uma família.
—É, vamos sim.
Colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha, ambos estavam nervosos e apreensivos, um bebê mudaria tudo entre eles, o relacionamento ainda estava no início, eles nem haviam falado para ninguém sobre estar juntos, ele nunca havia conversado com Íris sobre sua atual situação, sentia falta dela, mas como amiga, ela era um ótima melhor amiga.
Cisco provavelmente surtaria com aquilo, se qualificando para padrinho da vez, Joe tentaria se manter calmo, porém por dentro estaria entusiasmado com o fato de que logo seria avô. Seus pensamentos rodavam tentando entender o que aconteceria a seguir, a linha do tempo havia mudado, Natali agora teria outro irmão ou irmã mais velho.
—Ei, no que você está pensando? - Caitlin perguntou ao se ajeitar na cama para olha-lo melhor. - Está muito centrado.
—Apenas imaginando. - acariciou as costas dela.
—Imaginando o quê?
—O quanto minha vida mudou em poucos dias. Há algumas semanas atrás estava sofrendo pela minha noiva ter me deixado, agora estou com a mãe dos meus filhos planejando como contar para algumas certas pessoas a chegada de um novo bebê não planejado.
—Mas muito amado. - ela frisou e ele riu.
—Claro que sim, completamente amado.
Caitlin suspirou relaxando o corpo, deitou a cabeça sobre o peito dele e pareceu se esforçar para tentar dormir, mas como, os pensamentos lhe rodavam a cabeça.
—Bar?
—Sim?
—Depois de tudo que aconteceu e que ainda está acontecendo, podemos dizer que a gente está se apaixonando, não é? - ela perguntou em voz baixa, como se temesse uma resposta negativa.
Escorregou pela cama fazendo-a se virar para o outro, a puxou pela nuca lhe dando um beijo calmo que lhe tirou o fôlego.
—Eu te amo. - falou, ela riu baixinho.
—Você sempre fala isso.
—Eu sei, mas que tal isso, Caitlin Snow, talvez tenha sido o destino que nós uniu, mas eu te escolhi como minha melhor amiga, minha companheira de equipe, a pessoa a quem eu confiaria a minha vida. Você é encantadora, engraçada, por várias vezes é entusiasta, por outras, pessimista, tem um sério tique envolveu as pontas do seu cabelo e os nós dos seus dedos. - ela abaixou o rosto rindo. - Seu riso é doce e sincero, gosto de passar as tardes e as noites com você, gosto das nossas maratonas de musicais e do seu gosto exótico pela Fuga das galinhas, sério eu nunca entenderei o que diabos você viu naquele filme.
—É fofo.
Ele revirou os olhos.
—Não, não é. Mas eu gosto de te ver concentrada ao assisti-lo. Você é perfeita com todos os seus gostos estranhos e suas manias, seus erros e acertos, você é a parte de mim que eu nem mesmo sabia que estava faltando. Ei por que você está chorando?
—Eu te odeio Barry. - ela resmungou limpando o rosto com o dorso da mão. - Malditos hormônios.
Rindo Barry passou o braço pela cintura dela, beijou seu cabelo com ternura e acariciou suas costas.
—Calma, ainda temos mais nove meses pela frente para você se acabar de chorar.

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[...]

Caitlin não havia acordado bem, mal tocará em seu café e quando colocou um único pedaço de torrada na boca, correu para o banheiro. Natali ficou assustada e ele apreensivo, sabia dos enjoos matinais, mas aquele parecia um tanto extremo.
—Tem certeza que aquenta ir trabalhar hoje? - indagou encostado na porta do banheiro.
—Claro. - ela limpou a boca enquanto se levantava. - Estou ótima.
Arqueou a sobrancelha descrente.
—Acho melhor você ficar aqui com Natali.
—Não se preocupe, é apenas um incômodo passageiro. - Caitlin assegurou, então colocou a mão sobre a barriga. - Bebê, você está do tamanho de um grão de arroz, mas tenho certeza absoluta que você é o responsável por isso, então a única coisa que te peço e que fiquei quieto, mantenha a calma e deixa a mamãe trabalhar. Está bem?
Aquela era com certeza a conversa mais estranha que já ouvirá na vida, e olha que ele tinha muita especialidade nisso, suspeitava muito que o bebê tivesse ouvido aquilo, mas não quis contestar ao ver a cara de Caitlin, ela sorria alegremente como se tudo estivesse normal, mas seu sorriso se desvaneceu aos poucos, ela colocou a mão sobre a boca e voltou ao vaso vomitando tudo o que havia restado em seus estômago.
—Vou ligar pro Cisco e avisar que você não irá hoje por estar um tanto indisposta. - falou. - Volta pra cama Cait.
Ela resmungou algo incompreensível, mas assentiu em concordância. Caminhou de volta para a cozinha onde Natali ainda estava sentada, a pequenina comia suas panquecas em silêncio, Guarda Ricky estava em uma das cadeira vazia, seus olhos de vidro brilhavam como se soubesse de tudo. Se agachou ao lado dela.
—Papai, a mamãe tá bem?
—Claro meu anjo, ela está apenas cansada. - explicou, os dois haviam concordado em não contar para Natali sobre seu possível futuro irmão, talvez fosse demais para a cabecinha dela. - Por isso mamãe e papai vão passar a manhã com você, está bem?
Os olhos de Natali se arregalaram e ela sorriu em animação.
—Sério papai?
—Sério meu anjo, mas agora tenho que fazer algumas ligações, por que você não vai indo pro quarto da mamãe, em? Ela já deve estar lá.
Natali pulou da cadeira puxando o urso e correu.