Prólogo

Eu ainda estou pensando na melhor forma de começar a contar essa história. Depois de muitos anos, eu finalmente consegui me sentar e escrever. Não pense você que isso é tarefa fácil, pois não é. O mundo mudou muito, é verdade. Nada mais é como estávamos acostumados. Talvez no momento em que você estiver lendo isso, meu caro leitor, tudo será diferente, mas eu não tenho certeza disso. A única certeza que eu tenho é que eu já estarei morta. Minha família também. Por isso, senti a necessidade de contar o que aconteceu, desde o comecinho, porque acho que ninguém mais teve esta ideia, visto que estamos no meio de um apocalipse. Nenhuma pessoa em sã consciência pensaria em escrever no meio de uma porra de apocalipse, mas eu preciso fazer isso. Eu espero sinceramente que já tenham encontrado a cura. Que você esteja bem alimentado e limpinho. Que esteja ao lado de quem você ama. Acomode-se, procure um lugar confortável que esta será uma longa história. Se você for uma pessoa emotiva, pegue um lenço, você vai precisar. Você sentirá raiva, medo, tristeza e verá que a moral desta história é que os errantes eram nosso menor problema. Que o grande câncer da humanidade sempre foi e sempre será os próprios seres humanos.

Vou deixar de enrolação e começar a contar isso logo. Eu espero me lembrar de todos que se foram, acredite, foram muitos.