Sverdssen: Bastardos do Mar da Espada

Contos de Espadas e Escudos - Conflito


[Tempo nublado, chuva fraca, vento forte e gelado, cheiro de sangue no ar]

Um grande homem coberto por uma capa de peles sobe em uma torre ostentando seu grande machado.

No nível do chão, homens lutam. Homens matam homens.

Para a morte! — Exclama um entre tantos combatentes.

Homens mortos.

A chuva se mistura com o sangue transformando a lama em poças vermelhas.

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A linha de soldados vestindo amarelo se rompe. Apesar de um número maior, mais deles caem com os golpes precisos das espadas e machados dos invasores.

Trajando uma armadura de couro escura o guerreiro, tão branco quantos os demais, abate mais uma vítima. Sua espada perfurou o peito do soldado. Ele trata tudo com naturalidade quando retira sua lâmina e a limpa no corpo da própria vítima.

Flechas cruzam o céu. O guerreiro de armadura escura apara uma com seu escudo e avança contra os atiradores.

Um soldado de capacete arredondando se choca contra seu escudo, mas é arremessado longe. O guerreiro é nitidamente maior.

Os dois se entreolham.

Presa e Predador.

O grito de um segundo soldado amarelo chama a atenção do guerreiro. O atacante desfere golpe seguido de golpe, todos sendo defendidos, por espada ou por escudo.

Hvitt bastardo! — O soldado grita enquanto ataca mais vezes.

O guerreiro Hvitt apenas defende.

Você não é um guerreiro.. — Ele diz antecipando outro ataque do soldado, ferindo-o gravemente.

Nenhum de vocês é um guerreiro... — Reclama apontando sua espada para a batalha que acontece desapontado.

Seus aliados matam um por um dos soldados de amarelo. Os gritos e o som das espadas colidindo tomam o ambiente.

O nortenho é interrompido antes de falar quando o soldado que havia sido derrubado o ataca. Seu escudo o salva, mas se quebra. Ele reage com velocidade ao penetrar sua lâmina no corpo do atacante. Ao retira-la as tripas também saem pelo ferimento.

Ele grita em dor excruciante.

O guerreiro branco como a neve, o observa. A chuva cai sobre seu corpo, o vento o atinge ferozmente. Fecha seus olhos e abre seus braços. Apenas sente o momento.

Irmão, você não vai invadir?— Outro homem com a mesma armadura escura e de pele muito clara fala. Ele monta um cavalo.

Os Tildos não são guerreiros— O guerreiro de pé comenta enquanto guarda a espada em sua bainha - Não vejo glória nenhuma matar camponeses que não sabem segurar uma espada — Ele comenta dando as costas para o cavaleiro que o encara consternado com a resposta.

Nosso pai nos ordenou que matássemos todos eles! — O cavaleiro grita gesticulando com uma das mãos.

Por Niord Thorengard, como matar crianças, mulheres e velhos fará sua canção chegar até o banquete dos Deuses? — Brada o guerreiro que agora encarava seu irmão.

Os dois se entreolham. O que monta o cavalo é nitidamente maior, seu cabelo castanho balança com o vento forte enquanto a longa e escura trança do outro quase não se move.

Você nem parece um de nós, Hadgard.. — Diz com raiva o cavaleiro - Deveria ser punido pelo pai — Ao terminar, cospe na direção do irmão, demonstrando seu desapontamento.

Hadgard vira as costas para o cavaleiro, outra vez, que parece ficar ainda mais irritado. Ele caminha na direção da praia.

É isso que nós fazemos Hadgard! — O irmão montado grita enquanto vê o outro indo embora - É o que nos faz ser reais! — Ele grita - Invadir, pilhar, Matar! É o que nos sempre fizemos! — E termina, mas seu irmão parece ignora-lo totalmente.

Hadgard caminha olhando a praia, a dezena de barcos parados na linha de areia escura.

Estou cansado disso— Ele fala.

Estou cansado de ser o cão que meu pai incita para atacar..— Seus olhos fitam o horizonte, mas suas palavras são para um homem que chegou há pouco tempo. Mais alto, com o cabelo louro, trançado como seu. Sua barba é o que mais chama a atenção em sua figura.

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— Luto desde que sou uma criança.. mas a quantos anos não vamos atrás de uma luta digna?— Cerra seus punhos ao falar.

Não vou mais matar camponeses— O tom de sua voz se torna mais triste.

A pausa abre espaço para a resposta do guerreiro que ouvia.

O que você fará então?— Sua voz é mais rouca e cansada que a de Hadgard – Somos Hvitts, lutamos, matamos e morremos— Ele comenta com bastante seriedade.

O jovem Hvitt vira-se e encara seu tio. Está sério, decidido.

Vou honrar Niord— Diz.

Seu pai não vai permitir isso— O tio rebate.

Ele não é meu dono— O jovem responde.

Todos nós somos os cães de seu pai..— O veterano diz não demonstrando nenhum sentimento.

O vento grita, como poucas vezes antes. Um sussurro furioso de uma das Damas dos Nove Ventos. Os dois olham para cima, como se compreendessem o que aquilo significava.

Eu não sou mais um cão— Diz Hardgard com vontade.

Seu tio desce seus olhos lentamente a tempo de ver seu sobrinho caminhando para a areia escura.

O veterano solta um leve sorriso.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.