Contos de Espadas e Escudos - Pedidos

[Noite sem lua, vento frio vindo do norte, um quarto escuro, em uma torre palaciana]

— Você não pode dizer que faz isso por paixão.. — Comentou a mulher vestida de preto.

O nortenho apoiado no parapeito a fitou nos olhos e se voltou para o horizonte noturno.

— Não existe beleza nenhuma nisso, mesmo que você seja o melhor de todos.. — Completou, bebendo uma taça de algo. Sua expressão era mais próxima à tristeza do que da alegria.

O silêncio se quebra depois de alguns segundos.

— Eu não sei o porquê você é tão incrível quando faz essas coisas, mas não faça mais. — Disse com angustia - Ou.. pelo menos, só faça quando for impossível de não fazer..— Completou, elevando sua voz, transbordando.

Dos olhos do homem de pele clara, escorriam lagrimas. A escuridão da noite sem lua não permitia que a mulher visse.

— O seu passado ficou lá na terra dos Hviit, lá, ouviu? — E bateu com as mãos nos braços da poltrona em que se sentava.

— Aqui, com Thomas, com Den, com Neola... comigo — Sua voz quase sumiu - Aqui é o teu presente, é o teu futuro.. — E o som do choro tornou-se mais alto que o da sua voz.

Seu choro aumentou instante após instante. Todo seu sentimento transbordava por seus olhos, por sua alma.

— Não seja um assassino! — Ela gritou, batendo novamente no braço da poltrona. O Grito abafado surgiu junto de mais lágrimas.

— Você vai se perder nisso.. e eu não quero te perder.. — Diz em meio a soluços e fungadas.

O soldado, tão alto quanto um orc, tão branco quanto à neve, e tão confuso quanto uma criança perdida em meio a uma multidão de desconhecidos, não tinha reação.

Suas pernas falharam e então caiu de joelhos, virando-se para ela, ainda escorado no parapeito. Agora vem dele o som de choro que implode.

As roupas de tons escuros escondiam as lágrimas que escorriam, mas o olhar da mulher podia velas.

— Você é tudo que eu tenho.. — Ela diz se aproximando de Hadgard.

— Não me faça ter que te matar dentro de mim.. — E tocou o rosto do guerreiro Hvitt, este, que levou uma de suas mãos aos seus olhos, e a outra até a mão da mulher, apertando-a com força, com seu coração.

Um raio avermelhando corta a escuridão. A mulher pode ver que o sol começa a nascer. Hadgard apenas tenta conter suas lágrimas com sua mão.