Sverdssen: Bastardos do Mar da Espada

Contos de Espadas e Escudos - O Sonho


[Dia nublado, chuvoso, som de batalha, cheiro de sangue, gritos de dor]

A chuva fraca e constante emplasta o solo terroso, deixando a lama avermelhada. O sangue se mistura com ela tornando a terra fétida.

As espadas se tocam e tilintam. Os gritos de dor e raiva se confundem. Há corpos por todo o lado, na praça do mercado, nos portões de madeira, no cais, até mesmo na entrada do salão do governador.

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Morra escória! — Exclama o nortenho ao atingir um homem armadurado.

Não era o primeiro, ou mesmo o segundo homem naquele dia, que perdia a vida para sua espada.

Alguns cavaleiros de Pafluth lutam próximos do guerreiro. Eles se impressionam com o espetáculo de carnificina que o nortenho apresenta.

Estão nas escadarias do templo de Gartuin e, a estátua do Deus Escudeiro está manchada por sangue.

O cheiro de fumaça surge no ar, mas não conseguem ver fogo.

Estão queimando as casas! — Grita um dos cavaleiros enquanto empurra um dos invasores para longe.

As ordens do Barão são para defender o templo — Brada outro cavaleiro que de trás, do topo da escadaria, observa toda a situação.

A discussão é interrompida com a chegada de outra tropa de invasores. Um deles se destaca por sua armadura escura e elmo característico.

Um lobo. Um logo negro. A pelagem de algum animal cobre suas costas, ombros e pescoço.

Ele estende sua espada apontando para o nortenho.

Não os deixem entrar no templo — Ordena o cavaleiro do topo da escadaria.

Os cinco cavaleiros que estão a baixo se preparam para o o confronto. Hadgard parece relaxado, com escudo e espada em descanso. Ele observa o lobo negro que retribui.

Os invasores avançam sobre os cavaleiros, com superioridade de dois para um.

O nortenho e o rival se encaram como se não houvesse o som da batalha ao redor.

Ambos sorriem. Correm em na direção do outro.

São rápidos; as espadas cortam o ar o fazendo gritar. São resistentes; os escudos se chocam, mas nenhum sai do lugar.

São quase iguais, exceto pelo tamanho. Muito brancos, fortes, altos. O invasor e nitidamente maior.

O pai não vai chorar — Diz em outro idioma, que os cavaleiros não conseguem entender, o lobo negro.

O relâmpago estoura e estremece o chão.

Só a mãe — Hadgard responde, na mesma língua.

Não, nem ela. O pai a matou quando você se foi — A voz transmite uma alegria sórdida.

A chuva fica mais lenta, enquanto o rosto do guerreiro toma-se pela raiva. Ele grita.

Niord! — E sua voz torna-se mais alta que a batalha.

Golpes com raiva, com força. O lobo negro mal consegue se defender.

Os dois colidem.

Hadgard cai de joelho de um lado, o invasor de rosto visível, se ajoelha do outro. Seu capacete cai.

Os cavaleiros ainda de pé, veem um homem muito semelhante ao guerreiro nortenho.

Os dois se levantam em rota de colisão. Os corpos se chocam, mais forte do que as outras vezes.

Silêncio.

Escuro.

Suor.

Um grito abafado.

Maldição! — Exclama o nortenho de olhos arregalados.

Ulthergard? — Diz, encostando seu corpo novamente em sua cama.

A mulher ao seu lado parece assustada com a reação do nortenho. Olhando para ele sem entender a linguagem que usou.

Você está bem? — Diz com receio.

O soldado recorda que não está sozinho, virando-se para a mulher.

Sim, só... tive um sonho ruim — Responde, envergonhado.

Chamamos de 'pesadelos' por aqui — Ela comenta com um sorriso - Essa é sua língua?— E já pergunta.

Ele diz que sim movendo sua cabeça ainda encabulado.

O dia ainda estava clareando, fazia frio, a mulher não perdeu tempo e se aninhou no peito do nortenho, que a tomou nos braços.

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Deitado, se perguntava sobre o motivo do passado o visitar em sonhos que tratavam do futuro.

Adormeceu logo depois.