Sverdssen: Bastardos do Mar da Espada

Contos de Espadas e Escudos - O Amigo


[Cheiro de bebidas, ambiente mal iluminado, música ao vivo, muitas pessoas falando]

Sacou de sua bota um papel e procurou a imagem desenhada nele em alguma das placas nas tavernas locais.

A porta de madeira pesada se abriu, levando a claridade e o vento gelado para dentro, trazendo a atenção dos ocupantes para ele que entrava.

Feche a porta quando entrar, homem alto.. — Comentou um orc, o garçom, atrás do balcão. Sua voz era rouca, grossa, mais que a do próprio soldado.

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Fechou-a com cuidado, buscando com seus olhos um lugar para sentar-se.

Você é o nortenho que estão comentando? — O mesmo garçom falou enquanto cortava alguma coisa por de trás do balcão.

Devo ser.. — Respondeu o visitante um tanto desgostoso.

Não quebre nada, certo? — Disse o garçom apontando para um banco a frente do balcão.

O soldado caminha até o lugar, reparando nos olhares curiosos que recebia.

Não quero ser rude, mas de onde venho, orcs querem matar homens e não servi-lhes bebidas — Disse o recém-chegado em tom cordial.

O garçom sorriu com a ousadia do nortenho.

Como dizem, todos vocês são ousados e não medem suas palavras — Falou com tom leve.

Pegou um barril e despejou o líquido escuro em uma grande caneca.

Pegue, é por conta, pela franqueza — E entregou a caneca para o soldado, que a segurou estranhando a atitude da criatura.

Pode beber, não é veneno, é a cerveja da casa — Olhou em volta - É uma merda, mas é a melhor da cidade — Terminou dando uma risada, acompanhada por um ou dois bêbados que estavam próximos.

Com calma, ele colocou a caneca na boca e começou a beber. Um segundo depois tossiu e, cuspiu parte do que tinha não engolido no chão.

Por Niord! — Ele exclamou.

Que espécie de mijo de cavalo é esse?! — Falou batendo com a caneca no balcão.

Depois de um segundo de espanto e silêncio dos clientes, e, do próprio garçom, uma gargalhada em couro fez até mesmo o flautista, bem desanimado, parar de tocar para rir.

Bem vindo a Pafluth — Comemorou tocando o ombro do soldado, fazendo-o se afastar.

Se acalme — Diz o orc com um sorriso simples no rosto.

Não se preocupe, só Gurth que é idiota, o resto dos moradores são boas pessoas — Falou baixinho, enquanto pegava a caneca e completava com mais uma dose.

Mas estão um pouco receosos contigo, você sabe.. seu povo saqueava essas terras.. — Comentou enquanto colocava a grande caneca em frente ao nortenho, que notando muitos olhares para a espada que carregava.

Ele via homens fechados, curvando-se, um pouco incomodados, mesmo aqueles mais sorridentes.

Por que não me diz teu nome? — Voltou a falar o garçom - Eu digo o meu, e todo mundo vai ficar bem.. — Completou abrindo outro grande sorriso, expondo seus dentes proeminentes.

O soldado ficou em silêncio por algum tempo, nada além de um minuto. Pegou a caneca com força e com um ímpeto que assustou o garçom e alguns homens que estavam próximos bebeu-a em dois tempos, sem deixar sequer uma única gota da cerveja fedida escapar.

Hadgard Sverdssen — Disse enquanto batia com força a caneca no balcão.

Os homens, todos eles, viraram-se de costas, e o recém-nomeado, Hadgard, pode sentir o clima mais leve.

Prazer Hadgard Sverdssen, sou Gardak, mas todos me chamam de Thomas por aqui — O orc, tão grande quanto ele, estendeu sua mão esperando um comprimento.

O nortenho sorriu, e estendeu a mão em resposta.