A empregada termina de arrumar o quarto e, pedindo licença, senta na cama para olhar seu trabalho. Era sua arte. Respirou a calma de um quarto vazio e arrumado e se embriagou de solidão. Seu êxtase estava no ter-se. Com orgulho sorria. Sentia a Graça. Talvez em si estivesse em busca do silêncio mais puro. O silêncio que só se consegue dormindo. E através desse silêncio sonâmbulo entender que a solidão não é estar só, mas se encontrar finalmente no vazio de si, onde dá-se o pensamento livre em sua forma primária, sem associação. Assusta. É bruto, dolor. Mas vale. Era possível, mas, esperta, a moça preferia viver de quase. Tinha medo de ouvir e morrer. O viver a chamava, pois tinha descoberto o gosto

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