Ganhei uma boneca, uma vez, e era a mais linda que eu já tinha visto: cada bolinha do colar pintada à mão por mamãe, cada preguinha da roupa costurada com um cuidado enorme, as bochechas vermelhas de tinta, ou talvez de alegria. Pra mim ela queria era viver! Então a arrastava pra lá e pra cá, dançando pelo jardim, e quando estava toda marrom eu parava, porque aí ela ‘tava toda manchada de vida, de terra.

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Um dia tiraram-me a boneca, e aí ela ficou lá, lavada e branquinha, sentada na cadeira. Sem vida, novamente, sem manchas marrons de amor.