O final foi insuportavelmente doloroso — e não mais do que isso.

Foi inverossímil como tudo na vida e, como se todos fossem para sempre, ela chorou com o término do namoro.

Até descobrir que, de alguma forma, o final não fora a pior das coisas.

O que passara meses acreditando ser solidão, talvez nem existisse.

Com aqueles dois que consideraria melhores amigos mais a frente e mais uma quantia considerável de álcool e cigarros, ela conseguiu se distrair de toda a sua angústia. Foi por isso que em uma terça-feira dessas, desistiu de chorar debaixo das cobertas e foi se aventurar com eles em alguma sessão de cinema.

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Minutos antes de o Guilherme chegar, receberam um convite.

Um show de punk.

Não deram atenção ao estranho e sua proposta inusitada, empolgadas com a possibilidade de assistir o filme alternativo que apenas os três gostavam.

Com a chegada de Guilherme, descobriram que o filme já não estava mais em cartaz; gastaram o entardecer com promoções de hambúrguer e cervejas baratas no boteco mais próximo.

“Por que não vamos ao show de punk?” Guedes sugeriu, quase esperançosa.

Não encontraram o estranho quando chegaram aonde fora indicado. O lugar era pequeno, escuro, com poucas pessoas mais velhas que pareciam se conhecer de tempos.

Nada de banda, nada de show, nada de Joy Division.

Foram embora exatos quinze minutos depois.

“Eu nunca mais saio com vocês duas” Guilherme brincou diante do desastre que se tornara a noite. “Vocês com certeza dão azar”

E no meio de todo aquele rolê catastrófico, ela nem mesmo se lembrou que ainda tinha um coração precisando de todos os tipos de remendas. Mesmo com sua estranha perspectiva, tudo tinha sido ótimo.

Logo para ela, que sempre fora tão pessimista.

Nunca soube que existiam maneiras mais simples para ser feliz.