Minha vida em pequenas Escalas

Confusões em Família - Parte II


Confusões em Família - Parte II

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Você deve estar se perguntando, o porquê de um cara com um histórico como o meu, estar tentando impedir Derek de dar um bom soco na cara do tal Thomas. Bem eu estive num reformatório e a julgar pela minha experiência, aquele lugar tá cheio de esquentadinhos que cumpriram dois ou três meses e logo voltarão a aprontar. No entanto carinhas centrados, educados e pacientes como o Derek, quando saem do sério, acabavam fazendo grandes merdas, que os levam a passar anos atrás das grades e ter as vidas praticamente destruídas. E se havia alguém que tirava Derek dos eixos, esse era Thomas King.

Me levanto um pouco tonto, porque bati a cabeça na prateleira e Lacey me ajuda confusa, me recomponho e saio pro jardim, acompanhado de Joseph e Nate.

Assim que chegamos, vejo Derek puxar a Vick para trás dele enquanto grita com Thomas e outro cara.

— Se não sair da minha casa, eu vou chamar a polícia! - Grita Derek muito irritado.

— Eu estou aqui por causa da Vick e do meu filho! - Retruca Thomas, enfatizando o “meu”.

— Thomas vai embora por favor! - Implora Vick entre lágrimas.

— Não sem que você me ouça, Vick eu sei que está chateada e tem razão de estar, mas ainda podemos consertar as coisas! Eu sou o pai do seu filho, você não pode simplesmente me descartar e por esse idiota no meu lugar. Isso tudo, que tá acontecendo com a gente é culpa dele e da Alicia, eles querem separar a gente e estão conseguindo. Não percebe?

— Eu não tenho absolutamente nada a ver com a louca da Alícia, o único responsável é você Thomas e essa sua necessidade de que a Vick sofra por sua causa, devia procurar um psiquiatra e deixar a minha namorada em paz! - Fala meu irmão cerrando os punhos ao se aproximar dele.

— Quem precisa de um psiquiatra é você, anos perseguindo uma mulher que nunca quis você! - Grita Thomas. Derek avança sobre ele com um cruzado de direita e ele rebate com um soco no estômago do meu irmão. Vick tenta se meter no meio, mas eu a seguro. Joseph aparta a briga e acaba levando um soco de Thomas.

— A seu filho da mãe! - Fala Joseph revidando, nisso o cara que acompanhava Thomas se lança na frente dele empurrando meu irmão ao chão. Derek derruba Thomas com uma tranca de pernas, enquanto Joseph e o outro cara trocam socos e meus ouvidos são estuprados pelos gritos estridentes da Victória. Corine e Lacey saem de dentro de casa e começam a gritar também e Emma chora desesperada. Eu peço pra Nate levar Vick para dentro, que me acerta alguns tapas, pelo simples fato de eu não permitir que ela grávida, se meta na briga de quatro caras enfurecidos. A gritaria chama a atenção de alguns vizinhos enquanto eu tento tirar Thomas de cima de Derek com um chute forte nas costelas. Os dois vizinhos tentam controlar a situação, mas assim que são acertados sem querer, entram na briga e a coisa sai totalmente do controle. Um dos caras me segura pelo colarinho e me lança sob a mesa do jardim, fazendo com que as tábuas se partam sob as minhas costas. Antes que me acerte um soco eu giro pro lado fazendo - o acertar a madeira trincada e urrar de dor. Levanto - me um pouco dolorido e vejo Thomas rolando com Derek pelo chão do jardim, nisso chega Joseph e o puxa para longe do meu irmão, o barulho de sirenes acaba com toda a bagunça.

Meia hora depois estávamos todos na delegacia, tendo de aguentar Derek e Thomas discutirem e trocarem alfinetadas através das grades das celas.

— O que vai dizer pro meu filho, quando ele perguntar porque o pai e a mãe dele, estão separados enh?

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— Certamente vai ser algo menos odiosos do que quando teve de explicar porque tava transando com as suas alunas. - Digo em defesa do Derek, já que ele era péssimo no quesito ofensas.

— Ninguém te chamou na conversa o xerox do rascunho. - Retruca Thomas.

FInalmente nos levam até o delegado.

—Bom eu já conversei com o sr. king e o amigo dele, agora quero a versão de vocês dos fatos. Mas antes como vocês podem ser gêmeos e terem sobrenomes e datas de nascimento diferentes?

— Fomos adotados por famílias diferentes e houve um pequeno engano quando meus registros foram feitos a data devia ser 24 de dezembro, como o menino Jesus. - Digo com um sorriso simpático.

— Tenho certeza que o menino jesus não foi parar na delegacia por desordem pública. - Ele fala sério.

— Bom será que podem me explicar o que aconteceu? - Questiona o delegado.

Derek passa a próxima hora tentando explicar o triângulo amoroso complicado entre ele Vick e Thomas, mesmo assim não impediu que o delegado processasse todo o mundo envolvido na briga, obrigando - nos a pagar 300€ cada de fiança. Enquanto esperávamos, sento do lado do meu irmão, enquanto Corine e Vick assinam os papéis e fazem os pagamentos.

— Tente levar pelo lado bom. - Digo sorrindo.

— Lado bom? A nossa primeira reunião de família teve você descobrindo que quase comeu a própria irmã, o ex da minha namorada fazendo um escândalo e uma briga com direito a vizinhos e policiais?

— Bom, a cara do Thomas está mais inchada que a sua, nossa primeira briga juntos foi com outras pessoas e não entre nós mesmos, que irmão pode dizer isso? E principalmente eu não vou pro inferno, quer dizer não por conta de ter um tesão enorme pela Lacey e temos curso superior e direito a cela especial.

— Que, história é essa da Lacey?

— O joseph casou com a mãe dela quando ela tinha três anos. Então não preciso trocar o brasão Stark pelo Lannister do meu perfil de fãs de game of thrones. Ah e é claro, Victória ta pagando a sua fiança e não a do Thomas.

Quando voltamos para casa doloridos e sujos, me deparo com Nate, adormecido em um dos sofás e Lacey no outro com a cabecinha de Emma apoiada no seu braço. Ela desperta com o barulho e abre um sorriso ao me ver, em seguida Corine acorda Nate e Lacey os chamando para ir para casa.

Lacey solta bocejo e se levanta trazendo Emma até mim.

— Nossa isso que eu chamo de uma reunião de família estilo philadélfia. - Ela diz com um sorriso.

— Obrigado por ter ficado com a Emma. - Digo.

— É para isso que serve a família, cuidar um dos outros, entrar numa briga ou comer seus chocolates escondidos no sofá.

— Os chocolates eram da Vick.

— Ops. Foi ideia da Emma. - Ela respondeu levantando as sobrancelhas. _ Bom já estão me esperando é melhor eu ir.

— Lacey, tá afim de almoçar amanhã?

— Não. Eu não sei se notou mas nossos encontros são sempre meio estressantes. Eu vou nessa. Bom fim de noite.

— Estressantes, não é bem a palavra.

Tomo um banho com Emma na banheira e ela me olha e ri passando a mãozinha pelo roxo na minha testa.

— Tá achando engraçado é? Foi uma noite memorável não foi? Eles parecem legais, não parecem?

No dia seguinte despertei com Emma mordendo minha bochecha. Pego o travesseiro, coloco sobre a cabeça e segundos depois ouço um tuf e o choro de Emma. Tiro o travesseiro e ela estava no chão ao lado da cama.

— Você precisa aprender a descer da cama. - Digo voltando a me deitar e ela chora mais forte.

— Okay, já estou levantando. - Digo.

Era um sábado bonito e a casa estava uma bagunça, decido dar o fora e fugir da faxina. Pego Emma e vou pro Branch tomar café. Conto a Samuel sobre a nossa doida reunião e ele me olha com cara de espanto.

— Uau então a garota que você tava pegando é a sua irmã. - Constata ele.

— Não, Tecnicamente meu pai biológico é pai de criação dela isso não nos torna irmãos… - Me defendo.

— Ah meu Deus, você ainda tá interessado nela.

— Talvez.

— Nossa cara ela é filha do seu pai e tipo se vocês se casarem você já pensou como vai ser complicado toda a vez que a Emma for desenhar a árvore genealógica na escola?

— Nossa casar, da para ir com calma? - Falo assustado.

— Okay a opção ao casamento é em jantares, natais, ação de graças, pelo resto da sua vida, você conviver com uma ex peguete, que por acaso também é filha do seu pai. - Ele diz irônico.

— Você falando assim soa muito mal.

— Não soa mau Noah, é mau. Se eu fosse você, tirava essa garota da cabeça, das duas…- Ele fala em tom de malícia.

— É você tá certo, o melhor que eu faço é esquecer, mas ela tão gata isso é injusto… - Digo soltando um suspiro.

— Faz assim, sabe depois do Miguel toda vez que eu ficava animado com alguém eu imaginava a pessoa com alguma doença venérea, daquelas horrorosas cheias de pus ou verrugas que mostram quando a gente é adolescente para que tenhamos medo de transar. Acaba com o tesão na hora, desde então nunca mais pulei a cerca. - Ele diz sério e eu dou uma risada.

— Obrigado, vou tentar.

— E tudo em cima para hoje a noite? - ele fala já com um olhar pidão.

— E eu tenho escolha?

O dia passa e por volta das seis começo a me preparar para a chegada do anticristo. Derek e Vick iam jantar fora, o que me dava certa vantagem, afinal reduzia o número de civis inocentes expostos ao Miguel.

Coloco uma camisetinha camuflada em Emma e inicio a operação. Com ela no canguru, vedo todas as portas e gavetas, limitando a área e o acesso a possíveis armas as forças inimigas. Preparo sanduíches, pipoca, refrigerante, dvds infantis e deixo alguns doces em cima do armário caso fosse necessária uma negociação.

Por volta das sete ouço a campainha tocar, ponho Emma na segurança do cercado e vou até lá atender. Samuel está super elegante com um terno azul de corte moderno e Miguel usa uma fantasia bem suja do homem de ferro.

— Sam sabe aquela coisa quadrada que fica na lavanderia? A gente coloca sabão e aperta uns botões e as roupas saem limpas. - Digo vendo o estado do garoto.

— Ele não deixa eu tirar a fantasia há uma semana, e ele não cabe inteiro dentro da lava roupas. E… porque estão usando camisetas camufladas? Ele questiona voltando o olhar para Emma que agora consegue ficar em pé, segurando - se na grade do cercado.

— Estávamos fazendo fotos de família. - Respondo apenas.

— E porque tem fita adesiva tampando metade da casa? - Ele diz olhando pros lados, e eu apenas rio.

— Bom, vou nessa. Miguel, comporte - se certo? Nada de dormir muito tarde ou provocar algum incêndio certo?

— Certo papai. - Responde o garotinho.

— Ele trouxe o Ipad e alguns brinquedos na mochila. Divirtam -se. - Fala Sam.

Assim que Sam sai pela porta ele olha para mim e dá aquele sorrisinho sádico.

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— Vamos brincar tio Noah? - Ele pergunta com ar inocente.

— Brincar, claro do que quer brincar?

— Esconde, esconde. - Ele responde.

— Ótimo eu sou muito bom nisso. Eu conto. - Digo.

— Não, eu conto primeiro.

— Okay.

Pego Emma e vou me esconder enquanto ouço a contagem de Miguel, “oito, vinte dois, três, cinco e lá vou eu” , uso o closet do corredor para me esconder com Emma, faço sinal para ela ficar quietinha e ela ri e esconde o rostinho no meu peito. Era incrível como estava aprendendo truques novos a cada dia. Passo cerca de cinco minutos e o calor do armário começa a incomodar.

— Miguel… Vem nos achar. - Digo alongando o final da primeira e da última palavra. Provocando - o. Espero mais um pouco sem sinal de vida do garoto, forço o trinco da porta e está trancada.

— Filho da p…- Paro e encaro os olhinhos castanhos da Emma. _ Mãe dele.. - Completo.

Começo a bater na porta e chamar por Miguel. Depois de cerca de quinze minutos, Emma já havia se entregado ao choro, e a vozinha do garoto surge do outro lado da porta. Uso toda a minha psicologia infantil para convencê - lo a me destrancar, porém ele apenas ri e chuta a porta algumas vezes.

— Miguel, eu não to brincando se você não abrir essa porta agora, o monstro enorme que mora no quarto vai vir te engolir.

— Tem um monstro no quarto?

— Sim.

— Ainda bem que eu não estou preso num armário e posso correr. Boa noite tio Noah. - Ele diz calmamente e ouço os passinhos se afastando.

“Ah garoto do inferno, me perdoe por isso Derek.” - Penso.

Coloco a Emma no chão e chuto a porta até arrombar. Eu iria acabar com aquele moleque! Saio no corredor a passos largos e deslizo no chão, engordurado por óleo de cozinha. Tento me equilibrar no piso com Emma nos braços. A bebê me olha com ares de espanto, como se pressentisse o perigo de cada passo.

— Tudo bem soldado, temos que ter cuidado ao andar pelo campo minado, mas estaremos seguros do outro lado. Eu espero. - Digo deslizando um pé para frente e em seguida sinto uma esguichada de água em meu rosto e vejo Miguel segurando uma pistola Nerf. Avanço rapidamente e escorrego batendo com as costas e a nuca no chão, por reflexo consegui segurar Emma acima de mim, evitando que ela caia. No entanto, não sou rápido o suficiente para que o fio de saliva que escorre da boquinha dela, pinge bem no meu olho. Aliás minha filha parecia um são bernardo de tanto que babava nas últimas semanas.

Respiro fundo e levanto com cuidado, vou até meu quarto, coloco a Emma na segurança de seu berço e começo a procurar o terrorista pela casa.

— Miguel, você mexeu com o cara errado. - Digo indo até a cozinha e pegando uma garrafa de refrigerante a qual eu sacudo fortemente.

— Eu vou te achar. Vem cá, titio tem uma coisinha para você. - Digo adentrando na sala ele surge de trás da guarda do sofá e acerta um soco nas minhas partes sensíveis. Eu continuo estático, dou um sorriso e abro a garrafa lançando um jato de coca cola contra ele, de cai sentado no chão.

— Já ouviu falar em protetor genital? Ótimo para usar em esportes de alto impacto ou com crianças espertinhas. TOCHÉ - Digo vendo a cara de confuso de Miguel.

Com a situação controlada levo o garoto pro banheiro e tento tirar a fantasia molhada, mas este começou a gritar “socorro, ele quer me deixar nu” e antes que os vizinhos chamassem a polícia, desisto. Volto para sala seco o chão e uso o aspirador de pó para retirar todas as pipocas que Miguel havia espalhado. Nisso percebo a cara de espanto do garotinho, o qual um braço eu havia sido amarrado com fita adesiva a uma das paredes, para manter ele sob vigilância enquanto eu fazia a limpeza.

— O que foi? Nunca viu ninguém limpar não? - Pergunto e me aproximo e ele olha pro aspirador de pó assustado.

— Peraí, o grande Miguel tem medo de um aspirador de pó? - Digo com um sorriso.

Talvez não seja muito ortodoxo, mas com a ajuda do aspirador de pó, dei banho no Miguel, o vesti com o pijama, jantamos, assistimos tv e brincamos com um negócio esquisito e viciante chamado spinner e as 10 o coloquei para dormir tranquilamente sobre um dos sofás

— Emma, nós vencemos! - Falo baixo batendo a mãozinha dela na minha. A pequena se debruça sob meu peito, eu beijo seus cabelos e adormeço.