Canary Cry

O Resgate da Donzela


Desviei dos demais fotógrafos após responder algumas perguntas de alguns repórteres e entrei no meu carro. Assim que o fiz, segurei no volante e respirei fundo. Depois comecei a rir. Eram reações estranhas, eu sei. Mas eu tinha acabado de colocar Frank Bertinelli na cadeia.

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Estava com um sensação boa por ter feito isso. Claro que devo muito ao Arqueiro Verde, mas eu também tenho meu mérito.

Dei a partida no carro e dirigi. Logo recebi uma ligação, vi que era número desconhecido mas atendi mesmo assim.

— Alô?

— Canário Negro? É o Henry!

— Henry, como...

— Não temos tempo para isso. E não se preocupe, não contei ao Arqueiro Verde quem você é, só estou te ligando porque ele precisa da sua ajuda. Estão perseguindo ele nesse momento.

— Quem está perseguindo ele?

— A polícia.

— Como assim? Sabia que não gostavam dele, mas...

— Tem um arqueiro que está se passado por ele. Esse arqueiro matou uma repórter para incriminá-lo. A polícia não acreditou que não era ele, como você deve saber.

— Certo, vou para o esconderijo então. – desviei a minha rota e logo cheguei no local, pois não estava muito longe. Vesti meu traje, que estava sempre comigo e peguei a moto do Arqueiro Verde, já que o carro era na verdade do meu pai.

— Canário Negro?

— Ela mesma. Onde o Arqueiro está?

— Quinta Avenida, na direção do estádio.

— Entendido. Contate ele e diga que estou à caminho. – espero que meu pai não esteja envolvido na perseguição, mas o conhecendo como conheço, duvido que não esteja. – Aqui! – gritei ao avistar ele correndo entre as vigas e caixotes de uma construção. Assim que ele me viu, pulou por cima dos caixotes e eu aproximei a moto para que ele pudesse pular e segurar em mim.

— Bem à tempo! Obrigado por vir!

— Tive que regatar a donzela em perigo! – ele riu.

— Certo, eles ainda estão atrás de nós.

— Atrás de você, na verdade.

— Tecnicamente, agora você se tornou minha cúmplice e eles estão atrás de você também.

— Que ótimo! – revirei os olhos – Qual é o plano?

— Não quero deixar ninguém ferido, pensei em apenas despistar. Mas não tenho certeza se vai funcionar.

— Entendi. – virei à esquerda e depois à esquerda novamente, indo na direção que estávamos antes.

— Porque está voltando?

— Porque acho que tenho um plano.

— É bom esse seu “acho” se tornar um “tenho certeza”. – dei um sorriso de canto.

— Vamos descobrir. – virei à esquerda e depois a direita, voltando à construção que estávamos antes.

— Passarinho, o que você está fazendo? – ele disse ao notar que eu estava indo na direção de um muro.

— Segura firme! – logo que disse ele o fez e eu usei o grito da Canário para destruir o muro, espaço o suficiente para uma moto passar, mas não para um carro. Em seguida entrei na estrada novamente e segui para o esconderijo.

— Garota, você é sensacional! – sorri e acelerei.

***

— Depois dessa fuga fantástica que terminou com você arrebentando um muro no grito, precisamos sentar e pensar sobre esse Arqueiro.

— Porque ele te incriminaria? Pode ser alguém que te conhece por baixo da máscara?

— Acho difícil. – ele sentou e fez uma careta pensativa, colocando a mão em baixo do queixo. Confesso que ao vê-lo assim me trazia uma sensação estranha. Mesmo com máscara ele era muito bonito e sua pose durona o deixava mais atraente. – Mas posso considerar essa possibilidade. – meu celular tocou e era Tommy me ligando, quase tinha esquecido que havia marcado um jantar com ele.

— Bem, eu adoraria ficar aqui confabulando com você, mas preciso ir. – acenei e saí.

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***

— O Oliver mudou mas em certos pontos continua o mesmo. – disse Tommy.

Tommy Merlyn é o melhor amigo de Oliver. Depois que o Queen’s Gambit afundou, nos tornamos mais próximos por motivos óbvios. Com o tempo Tommy demonstrou interesse por mim, mas desde que Oliver havia ido, não estava pronta para nenhum relacionamento e nem sei se ainda estou.

— Eu sei, mas quero deixar as coisas ruins que aconteceram entre nós no passado. – falei. – Mas enfim, como foi de viagem?

— Foi bem. A convenção estava meio chata, mas depois que cheguei e encontrei Oliver, larguei um pouco o serviço para recuperar o tempo perdido. Embora meu pai tenha ficado me enchendo por isso.

— Ele ainda quer que você seja médico?

— Sim. Ele fica com aquela bobagem de “filho perfeito” na cabeça. Mas acontece que eu não sou assim. De uns tempos pra cá ele tem ficado pior. – ele bufou - Bem, vamos esquecer meu pai maluco e falar de você. Como está no trabalho? Fiquei sabendo que conseguiu colocar Frank Bertinelli atrás das grades.

— É, foi difícil mas eu consegui. – sorri vitoriosa – Mas infelizmente, meu trabalho nessa cidade ainda não acabou. Existem muitos criminosos que precisam ser levados à justiça e eu pretendo fazer isso.

— Dinah Laurel Lance, sempre tentando salvar o mundo!

***

— Porque chegou tarde hoje?

— Estava em uma breve perseguição. – meu pai respondeu.

— Ah, é? Quem estavam perseguindo?

— O Arqueiro Verde. Estávamos quase pegando ele, mas aí a Canário Negro apareceu e o ajudou a fugir.

— Hum, entendo. – não estava me sentindo muito bem omitindo essas informações do meu pai, mas era preciso, ele não entenderia se eu contasse a verdade.

— Aliás, parabéns pela prisão de Frank Bertinelli. Sua mãe ficaria orgulhosa. – sorrimos – Só tome cuidado, aquele cara pode ser bem perigoso até mesmo na cadeia.

— Tudo bem pai, consigo me cuidar sozinha.

***

Hoje o dia havia sido corrido. Tive que pegar alguns papéis em Central City novamente e aproveitei para ver Cisco e o atualizar das novidades. A cada vez que eu falava sobre o Arqueiro Verde ele soltava um gritinho. Acontece que ele é muito fã.

E agora eu estava encarregada de arrumar uma papelada gigante. Não via a hora de sair do escritório e ir ajudar o Arqueiro Verde, porém por infelicidade minha, teria que ficar até mais tarde.

Então depois de um longo expediente, terminei tudo e finalmente pude ir para casa. Sorte minha que meu pai tinha me emprestado seu carro novamente, então eu não precisaria caminhar tanto. Pois agora que sou a Canário Negro, o perigo das ruas não tem me assustado tanto.

Destravei o carro e antes que eu abrisse a porta, uma flecha passou entre minha mão e a maçaneta.

— Arqueiro Verde? – olhei para cima me deparando com a figura encapuzada, mas conhecia o Arqueiro Verde o bastante para saber que não era ela. Era o arqueiro impostor, ou Arqueiro Negro, como Cisco insistiu em chamar. Mas porque ele viria atrás de mim? – O que você quer?

— Você! – disse ele e veio atrás de mim. Abri a porta do carro rapidamente e joguei minha bolsa, mas quando fui entrar ele disparou outra flecha, dessa vez explosiva, entre mim e a porta. Então rapidamente corri para o outro lado já que ele se aproximava.

O Arqueiro Negro se aproximou e num movimento rápido eu virei e acertei um soco nele, em seguida virei de lado e desferi um chute, mas ele segurou o meu pé, me atirou no chão, preparou uma flecha e apontou a mesma para mim.

Eu poderia usar o grito da Canário para sair facilmente dessa situação, mas não podia revelar minha identidade secreta. Então pensei rápido e chutei suas pernas para que ele caísse, no entanto ele levantou junto comigo e atirou um flecha na minha direção. Desviei da mesma me abaixando. Ele tentou acertar um chute mas desviei colocando meu ombro para trás.

— Fique parada, não quero te machucar!

— Pena que eu não posso dizer o mesmo! – avancei acertando dois socos no rosto dele, no entanto quando fui acertar o terceiro, ele segurou minha mão e bateu ao lado do meu corpo e eu caí no chão.

— Larga ela! – uma flecha verde parou entre mim e o arqueiro impostor. Então Arqueiro Verde desceu por uma corda e iniciou uma luta com o outro. – Laurel, saí daqui! – eu queria ajudar, mas assim não podia, então obedeci.

— Não, ela fica! – me virei para eles, logo o Arqueiro Negro atirou uma flecha que atravessou a minha perna direita e eu caí de joelhos com as mãos na boca. Era uma sensação horrível mas eu não podia gritar. A dor era insuportável, minha respiração era pesada, lágrimas saiam dos meus olhos mas eu não podia gritar.

Naquele momento parecia que eu era a donzela em perigo que precisava de resgate, mas nem por ajuda eu podia gritar.