Moonlight

Capítulo 62


...- Apenas alguns dias de tranquilidade depois que retornamos da Itália, soubemos do que estava acontecendo em Seattle. Desaparecimentos inexplicáveis, assassinatos em série... uma brutal escalada da violência que sem dúvida chamaria a atenção numa cidade pacata, tudo isso deixou a polícia e a população estarrecidas. Eles cogitavam a ação de algum serial killer ou de uma gangue, mas os Cullen estavam monitorando a situação e logo perceberam que não era obra de nenhum ser humano. Aquilo só poderia ser fruto de algum vampiro recém-criado. Não apenas um, mas vários deles agindo descontroladamente como são os primeiros anos depois da transformação. Porque sem dúvida eles eram pouco discretos e indisciplinados.

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Fico imaginando como eu serei depois da mudança. Não posso deixar de pensar nisso. Como eu vou ser? Não quero atacar pessoas! Não quero ser um monstro! Quero ser uma vampira boa: uma Cullen.

— Mamãe, eu não quero ser assim – a agonia preenche minha voz e meus olhos são suplicantes para Esme. – Eu vou ser assim?

— Não necessariamente querida, cada um tem sua maneira de passar pelo processo de transformação. Claro que a dor é a mesma, mas cada um sofre e suporta de um modo particular. Talvez a preparação e a consciência do que estará acontecendo te ajudem.

Tomara! Deus a ouça!

— Foi o que aconteceu comigo irmã. Talvez o tempo em que eu aprendi e me preparei para o que eu escolhi ser tenha me ajudado a passar pelo primeiro ano.

— Acho que pode ter sido por causa de seu dom, Bella. Ninguém mais teve essa reação.

— Verdade, mas ninguém mais teve o preparo que ela teve – diz Carlisle. – Acredito que você vai se sair tão bem quanto ela.

— Não se preocupe querida; eu e seu pai vamos cuidar para que você não faça nada de que venha a se arrepender depois – assegura Esme.

Bella retoma a narrativa:

— A intervenção dos Cullen na situação se tornava cada vez mais necessária. Eles não queriam que os Volturi precisassem se envolver. Na verdade ninguém iria querer uma visita dos vampiros italianos e ainda mais que Seattle é tão perto de Forks que eles sem dúvida viriam nos visitar e veriam que eu ainda era humana, contrariando o que eles ordenaram. Eles disseram para me transformar, mas não especificaram quando. Eu iria sem dúvida me tornar uma vampira, mas não precisava pressa. O que seriam mais alguns meses como humana? Não seria um problema se eles não tivessem vindo antes do esperado.

‘Eu não queria que fosse necessário que os Cullen se envolvessem, mas eles pensavam que os recém-criados só poderiam estar vindo por causa deles. Qual outro motivo seria? Eles eram o clã mais próximo dali. Nem os Denali, como Esme sugeriu, seria motivo para a criação de um exército.’

— Eu não disse por maldade, apenas para mostrar todas as alternativas – diz mamãe.

— Eu peço desculpa se eu fui muito rude com você, mãe. Você sabe que eu não quis magoá-la. Eu sabia o que você pensava naquele momento e eu vi as suas intenções não eram perversas, como se quisesse tirar do nosso caminho e jogar a culpa nos nossos primos – diz Edward.

— Não era minha intenção filho. Eu sei, eu entendo você, eu o perdoo. Já passou, está tudo bem agora.

— Então, um dia ao retornar para minha casa comigo Edward percebeu um cheiro diferente que não conseguia identificar. Pediu para que os irmãos também seguissem o rastro, porém o aroma parou na rodovia. O desconhecido deve ter pegado uma carona. Emmett e Jasper não voltaram de mãos vazias, eles trouxeram um pequeno ramo com o cheiro do visitante, mas nenhum deles reconheceu. Sem dúvida era um vampiro novo, mas não tão novo porque deixou meu pai vivo. Se fosse um recém-criado provavelmente não teria deixado Charlie vivo.

‘Isso me deixou angustiada na época, pois eu era apenas humana. Não podia deixar meu pai morrer por minha causa, ele era um alvo fácil. Eu não deveria expô-lo, eu me sentia mal por isso. Claro que depois desse episódio minha nova família passou a cuidar de meu pai sem que ele percebesse.

‘Como ninguém reconheceu o cheiro do vampiro ficamos especulando quem poderia ser. Um curioso como Esme disse ou algum Volturi novo, ou alguém fazendo um favor aos Volturi como Rosalie disse? Não sabíamos quem poderia ser e isso era angustiante. A pessoa que estava fazendo isso poderia muito bem saber do dom de Alice e estar impedindo que ela visse de propósito. Voltei para casa com essas questões em mente. Os Cullen disseram para eu não me preocupar que eles poderiam lutar contra os novos, mas eu ainda estava preocupada. Era uma luta muito acirrada e algum deles poderia não sobreviver. Eu não suportaria perder nenhum deles. Eu pensava no assunto, pensava sem parar...

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‘Dias mais tarde eu percebi que uma blusa vermelha e algumas outras coisas minhas haviam sumido. Pensei e conclui que alguém tinha roubado meu cheiro.

‘Mas a realidade me trazia de volta para a Terra, pois enquanto isso o dia da formatura se aproximava, foi no dia 11 de junho e Alice insistiu em preparar uma festa para celebrarmos. Não havia nada de mais, pois poderia ser mesmo a última festa para algum de nós. Eu não queria pensar nisso, mas era inevitável. Só eu é que não gostava e me sentia pouco à vontade em ser o centro das atenções.

‘Durante a formatura eu encaixei todas as peças do quebra cabeças e descobri que não foi apenas um visitante curioso que esteve no meu quarto. Foi alguém que tinha um propósito em mente e sabia exatamente o que procurava. Ele queria meu cheiro para mostrar para outros que saberiam quando me encontrassem. E esses outros só poderiam ser os vampiros novatos de Seattle. Um exercito de vampiros estava vindo atrás de mim para me matar. Não era por causa dos Cullen, eles queriam a mim. E como os Cullen iriam me defender, eles iriam atacá-los também.’

— Faríamos tudo novamente quantas vezes fosse necessário, querida – diz mamãe. Eu não sinto nem um pouco de ciúmes de Bella porque agora eu sei que fariam tudo para me proteger também. – Valeu a pena, Bella, nós a salvamos e você nos salvou. E mesmo se não tivesse seu dom a protegeríamos do mesmo jeito porque você era a companheira de Edward.

— Mas quem teria criado um exército? Porque um exercito de vampiros. Então eu compreendi que era necessário para enfrentar todos os Cullen. E quem saberia sobre os Cullen? Quem saberia que eles iriam me defender? Victoria. Victória ainda queria vingança por causa da morte de seu companheiro James. Ela viria atrás de mim um dia e então eu tive o estalo de que era ela quem estava por trás disso. Ela deve ter tido essa ideia quando ajudou seu parceiro a me perseguir e acabou chegando até o Texas, lembra? – eu aceno que sim e então ela continua.

— Ela não estava agindo sozinha, pois sabia que Alice estaria observando suas ações e então ela delegou a tarefa a outro. Um vampiro não muito novo como os recém-criados, mas um pouco mais experiente para ajudá-la a conduzi-los indiretamente para o que ela queria. Assim como Maria tinha criado Jasper com o propósito de ser apenas disciplinador da tropa. Mais tarde descobrimos que isso era verdade e que Victoria também tinha um amigo chamado Riley...

‘Eu contei tudo isso para Alice antes da formatura e pude perceber que ela também pensou que eu estava certa. E mais tarde também disse para Edward.

‘A festa era para mim, mas também de Edward e Alice, mas ninguém parecia lembrar disso; só era a minha festa. Alguns minutos depois chegaram alguns rapazes da tribo Quileute, Jacob e seus amigos, e eu não queria que eles tivessem vindo. Eu estava preocupada com Alice. O que foi que ela tinha visto? Porque ela sumiu desse jeito? A campainha tocou novamente mas eu não queria atender, eu estava aflita e não queria que nada e nem ninguém me atrapalhasse. O que Jacob veio fazer aqui? Será que meu soco foi muito sutil e ele não entendeu que eu estava desconvidando ele?’

— Foi sim Bella, eu nem senti nada. E me desculpe por ter quebrado a sua mão – diz Jacob entrando na sala, acompanhado por Renesmee, sem a menor cerimônia como se fosse de casa. E ele é mesmo de casa, mas não tinha que se meter assim no meio da conversa.

— Espera um pouco Bella você quebrou a mão dando um soco nele? Por quê?

— Eu dei um soco na cara dele porque ele me beijou à força.

Nenhum homem deveria se prevalecer dessa vantagem física que a natureza lhes deu. Cretinos. Prevalecidos. Nojentos.

— Ainda não esqueci isso, cachorro – diz Edward.

— Papai! – diz Renesmee.

— Eu não vou fazer isso de novo, você sabe.

— Ai de você se fizer isso com a minha filha agora, você vai ver.

— Eu sei, eu sei – diz Jacob para apaziguar Edward.

— É bom mesmo.

— Mas porque você quebrou a mão Bella? Não deu o golpe como era para ser? – eu nem saberia como dar um soco em alguém, nunca precisei. Mas quem sabe talvez eu daria um chute no meio das pernas se algum engraçadinho viesse para cima de mim.

— Não, eu fiz certo. Acredito que se ele fosse humano teria surtido efeito. Mas eu quebrei a mão porque ele é um transfigurador e eu era apenas uma humana naquela época.

— Na verdade foi apenas uma entorse, não chegou a quebrar – diz Carlisle. - A entorse mais comum é a do calcanhar.

— Ah, agora entendi o que é entorse, obrigada papai – olho para ele grata e ele sorri satisfeito consigo mesmo em ter podido ajudar. Eu já fiz isso nos meus dois pés, torci os dois tornozelos.

Bella prossegue:

— Mas Jacob decidiu entrar mesmo sem eu ter aberto a porta. Ele e os dois amigos dele, porque ele não se sentia tão a vontade naquela época para vir sozinho a casa dos Cullen. Jacob veio até mim e percebeu que eu estava nervosa. Me pediu o que houve e eu lhe disse o que eu sabia, mas que com certeza Alice tinha visto algo e eu precisava encontrá-la para saber, mas não a via em lugar nenhum.

‘Ela desceu as escadas e me encontrou ali encurralada por aqueles três meninos que pareciam ameaçadores, então me chamou e fomos para uma outra sala onde estavam todos. Os Cullen já sabiam de tudo Alice tinham visto que eles finalmente haviam decidido atacar dali a dois dias. Não precisariam ir até lá, pois eles viriam para cá. Precisávamos resolver como faríamos para eles não terem que entrar na cidade, porque seria muito ruim que entrassem em confronto ali.

‘Alice estava vendo que o grupo de recém-criados estava diminuindo, mas isso não me deixava mais tranquila. Agora não apenas os Cullen iriam lutar, mas também os lobos. Eles eram crianças! Eles iriam se matar! Não sabiam o que estavam fazendo, e eu não poderia permitir que ele fizessem isso. Os vampiros poderiam lutar, pois não eram inexperientes, mas nem por isso eu deixava de me importar com eles.

‘Eles poderiam se machucar, mas nenhum deles parecia preocupado com isso. Na verdade, agora parecia que a euforia era um sentimento comum tanto para os Quileutes quanto os Cullen. Eles iriam vencer, estavam certos disso. Não sabia como era para eles, mas agora eu sei que eu estava preocupada à toa.’

— Não precisava se preocupar conosco, Bella – diz Alice. – sabíamos nos cuidar, mas obrigada mesmo assim.

— Então os vampiros e os lobisomens marcaram como que um encontro para se prepararem para a batalha, um treino, para aquela madrugada logo depois do fim da festa na clareira da floresta.

...XXX...