Moonlight

Capítulo 60


27 de dezembro de 2007

— Edward iria se mostrar na luz do sol ao meio dia bem no dia 25 de abril. Isso com certeza provocaria a ira dos Volturi, pois nesse dia celebra-se o dia de São Marcos e a expulsão dos vampiros da cidade e certamente seria uma afronta um vampiro se exibir bem naquele dia. Eles não deixariam impune.

‘Por sorte eu e Alice chegamos pouco antes do meio-dia, mas ela não podia entrar na cidade com o carro, pois as ruas estavam repletas de pessoas e havia policiais impedindo a passagem de veículos. Então eu decidi sair, pedi o que eu deveria fazer e ela me orientou aonde eu tinha que ir. Por mais que eu corresse parecia que eu não conseguiria chegar a tempo.

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‘Era tanta gente que eu abri caminho esbarrando nas pessoas, não havia tempo para ser educada nem para pedir desculpas. Elas que me perdoassem se pudessem ou quisessem, pouco importava. Eu tinha que correr. As badaladas do sino eram um péssimo agouro me dizendo que eu não iria conseguir. Mas eu não podia parar para dar ouvidos ao meu pessimismo; eu teria tempo depois para ficar me lamentando caso eu falhasse. Eu não iria desistir. Ainda não. Eu não podia desistir. Eu iria lutar até o fim.

‘Eu estava pensando que não iria conseguir impedir Edward de se mostrar na luz do sol. Eu estava me xingando por dentro por ser uma humana lenta e desastrada quando vi de repente que no meio da multidão havia um espaço aberto, eu percebi com alívio. Corri sem pensar e quase cai quando tropecei no murinho que havia em torno da fonte no meio da praça.

‘Entrei dentro e molhei os pés, mas isso pouco importava, eu precisava salvar Edward. Ele não podia se mostrar, não podia aparecer para todo mundo ver, seria nosso fim se o fizesse. Eu precisava impedi-lo, ele tinha que ver que eu estava viva e não precisava se matar, pois eu estava bem. Eu estava quase sem fôlego por causa do esforço, mas eu não podia desistir. Era nossa única chance, eu tinha essa obrigação. Nós dependíamos de mim e eu tinha que ser, precisava ser rápida o suficiente. Tinha que bastar. Eu não podia me dar ao luxo de falhar. Descansaria depois de cumprir a missão de resgate. Teria todo tempo para isso.

‘Pulei em seu colo bem no instante em que ele iria sair da sombra debaixo da torre do relógio e se mostrar. Lancei todo o peso do meu corpo para fazê-lo recuar, mas não consegui. Ele me abraçou sussurrando que ‘Carlisle tinha razão’. No momento não compreendi o que ele disse, mas depois eu percebi que ele estava dizendo que há mesmo uma outra vida para nós vampiros.

Papai sorri ao ouvir, ele sabia que no fundo, sob todo o pessimismo o filho acreditava tanto quanto ele em outra vida, mesmo para os vampiros. eles são cristãos apesar de diferentes religiões.

'Ele acreditava que tivesse morrido tão rapidamente que nem percebeu e que tinha me reencontrado na outra vida. Eu precisei dizer diversas vezes até convencê-lo de que nós não estávamos mortos, não ainda; mas que poderíamos mesmo morrer se ele não voltasse para o escuro. Edward finalmente me ouviu e deu alguns passos para trás.

‘Logo nós dois não estávamos mais sozinhos ali no beco, outros dois vampiros estavam ali também: Demetri e Felix. Os dois nos informaram que Aro queria nos ver. Edward disse para eu ir aproveitar o restante da festa, mas os guardas Volturi disseram que eu deveria ir com eles também. Edward não queria que eu fosse e teve que discordar dessa ordem. Estávamos em desvantagem, mas Alice chegou bem a tempo.

‘Ela pediu para que todos se acalmassem, pois não estávamos a sós. Uma família nos observava. Hoje eu sei que eles não conheciam Alice e tinham certo receio dela, não propriamente medo, porque vampiros não têm medo de muitas coisas, não precisam temer. Foi então que mais um guarda apareceu. Uma figura em um manto escuro, tão pequena quanto Alice. A princípio eu pensei que fosse um garoto, mas quando ela tirou o capuz eu pude ver que na verdade era uma garota. Ela era muito jovem, não deveria ter mais do que treze anos.

‘Os rapazes cumprimentaram a recém-chegada com uma reverencia temerosa. Fiquei imaginando o porquê se ela era menor do que eles. Hoje eu sei que ela, Jane, tem essa influência sobre os outros devido ao seu dom. Ninguém quer experimentar novamente a sensação de estar queimando em meio a uma fogueira como é a lembrança da transformação. Essa é a nossa mais forte memória e ninguém gosta de reviver.’

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Espero que não tenham percebido, mas isso me preocupou por um instante, mas logo eu resolvi que tudo bem passar pela dor da mudança para nunca mais me separar de meus pais. Eu não posso mais viver sem eles. Não consigo nem imaginar.

Bella mantém a narrativa:

— Lá chegando depois de percorrermos os subterrâneos escabrosos da cidade, eu vi numa sala redonda três homens sentados em tronos. Rapidamente eu reconheci os três, eles eram praticamente iguais à pintura que eu tinha visto no escritório de Carlisle. Aro, Marcus e Caius, os anciãos e líderes do coven italiano.

— Eu vi um quadro parecido lá em casa no Brasil, mamãe me mostrou. Mas o que quer dizer coven?

— Coven significa grupo, clã. Nós somos um. Os Denali e os Volturi são outros e existem mais outros.

— Nós somos uma família – protesto debilmente.

— Sim, querida – diz mamãe. – Nós somos, mas os outros nos conhecem mais como clã. Nós nos consideramos família, mas os outros nos encaram como um coven.

— Então como os outros nos chamam?

— Eles nos chamam de clã de Olympic (Olympic coven)– diz papai. – Ou apenas se referem a nós como os Cullen.

— Mas vocês não moraram sempre aqui, não é?

— É verdade criança, mas nós moramos aqui na maior parte do tempo. É nossa casa preferida. Às vezes moramos aqui sem que as pessoas da cidade saibam – explica Carlisle.

— Temos muitas casas?

— Esta, uma em Londres que comprei há alguns anos, a ilha, outra casa em Chicago que é do Edward. Uma fazenda em Columbus que pertence a Esme. Uma casa no Tenesee, outra em Nova York.

— E a nossa casa no Brasil – eu adiciono.

— Sim, querida – diz Esme e adiciona olhando para o marido. – Você esqueceu a nossa casa no Alasca, querido.

— Ah, é verdade.

— Entao são nove casas? – conto nos dedos. – Uau!

— Sim, filha. E mais as nossas casas de ‘verão’ no Mississippi e no Texas. Mas quase não vamos para lá. Você sabe que não nos exibimos muito na luz do sol.

— Preferimos a privacidade da ilha - complementa Carlisle.

— Eu compreendo.

Bella retoma a palavra:

— Um deles era tão loiro que o cabelo chegava a ter uma cor quase tão branca quanto a da pele cor de cera de vela, e os outros dois tinham os cabelos pretos que contrastavam e emoldurando perfeitamente os rostos. Enquanto um tinha os cabelos ondulados o outro tinha os cabelos lisos. Todos tinham os cabelos na altura dos ombros.

‘O homem de cabelos lisos levantou do seu lugar e veio ao nosso encontro e pegou imediatamente a mão que Edward lhe estendia. Ele ficou fascinado com como ele conseguia ficar perto de mim, jamais imaginou que alguém pudesse superar o autocontrole de Carlisle. Edward disse que ele não superava de maneira nenhuma, mesmo assim Aro estava intrigado comigo e pediu para pegar minha mão também. Edward disse que pedisse para mim e então ele perguntou se podia e eu relutante ofereci minha mão a ele que a envolveu avidamente. Por pouco não recuei assustada que ele me prendesse, mas fiz um esforço enorme para ficar parada no lugar.

‘Aro ficou admirado que também não pudesse ouvir nenhum de meus pensamentos. Então ele ficou intrigado e curioso para saber se eu era imune aos outros dons também. Ele pediu para Jane tentar usar seu dom em mim, mas é claro que Edward não permitiria que ela fizesse isso pois temia que eu não fosse resistir ao dom ofensivo dela. Dons aparentemente inofensivos podiam testar, mas um dom agressivo como o dela não iria permitir. Ele pulou na minha frente para me proteger, mas caiu no chão se contorcendo de dor infligida pela ‘bruxa’e foi facilmente imobilizado por Felix.’

— Bruxa? Mas Jane não é vampira?

— Quero dizer bruxa como referência ao seu dom cruel. A maioria dos vampiros também se refere a ela dessa maneira.

— Eu, por exemplo, também sou uma bruxa – diz Alice. – Bem, na verdade era assim que as pessoas me chamavam quando eu era humana. Mas não precisa ter medo, não sou uma bruxa má – ela diz ao me ver me encolhendo. Lembro da história do Mágico de Oz, a bruxa boa e a bruxa má.

— Na verdade a maioria de nossos dons são psíquicos e, portanto pode mser considerado uma forma de bruxaria – explica Carlisle.

— Como assim? – peço que ele me explique, mas é Bella quem responde.

— Nossos dons na maioria trabalham dentro da mente das pessoas, criando uma ilusão. Isso é claramente perceptível no dom de Jane. Ela não provoca uma dor real, mas apenas faz que sintamos uma dor imaginária.

— Existem muitos dons? – fico curiosa. Se Jane pode fazer isso que é tão assustador mas ao mesmo tempo incrível, imagino que outros dons podem haver.

— Nossa prima Kate pode provocar uma sensação de choque elétrico em alguém.

Tento me lembrar da jovem loira de cabelos lisos.

— A namorada do Garrett, não é? – pergunto para ter certeza.

— Sim, ela mesma – diz Edward.

— Apenas alguns poucos vampiros têm algum dom sobrenatural a mais – diz papai. Na época não percebi que ele queria encurtar o assunto, pois se fosse falar cada um levaria horas e já estava quase escurecendo. Apesar de ser pouco mais de cinco horas da tarde era inverno e o dia terminava mais cedo. Agora sei que são 24 ao todo.

Bella continua:

— Então Jane tentou usar seu dom em mim, mas não conseguiu me fazer sentir nada. Eu me concentrei para bloqueá-la, mas eu acho que nem era necessário eu fazer aquela careta. Jane também se esforçava cada vez mais para me atingir, mas não importava o quanto ela tentasse não conseguia. Aro riu deliciado ao ver a cena. Foi uma prévia do confronto que ocorreria mais tarde quando eu já era uma vampira. Tanto antes como depois o resultado foi o mesmo. Nulo. Meu escudo a impedia. Quando humana eu não conseguia proteger mais ninguém além de mim mesma e agora eu posso expandir a cobertura sobre minha família – Bella olha para Renesmee e Jacob, depois para Edward e para todos nós.

Bella protegeria a mim se fosse necessário?! Sim, não há mais dúvida disso. Eu fui tola em acreditar que ela não me protegeria, não precisa nem mamãe pedir. Ela sabe o quanto eu sou importante para Esme assim como Renesmee é para ela. Ela sabe disso. Ela faria o que precisasse. Ela pode, ela faria. Uma filha protege outra, nada faria Esme mais feliz de nos ver assim, como irmãs no verdadeiro significado da palavra. Bella sabe que se fosse o contrário eu a protegeria também então não custa nada se ela pode e vale muito.

— Então o ancião loiro disse que eles não deveriam me deixar viva pois eu sabia do segredo. Eu tentei dizer o mesmo que disse quando conheci os Cullen, que eu não contaria para ninguém, mas ele, Caius, não deixou eu falar. Claro que Aro não queria me matar então pediram a opinião do outro ancião, Marcus, e ele também não via problema em me deixar viva. Os Cullen que cuidassem de mim. E se não cuidassem direito, eles iriam sofrer as conseqüências e ser punidos. Mas eu não gostaria que minha família sofresse, então eu não faria nada que pudesse prejudicá-los.

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‘Mas Aro disse que se ao menos Edward pretendesse me transformar... Mas na época ele era totalmente contra a ideia e Aro sabia disso, pois viu os pensamentos que ele já teve. Então Alice pediu para que Aro visse o que ela tinha a intenção de fazer. Caso Edward não quisesse ela poderia me transformar. Ela tinha a intenção, mesmo que não tivesse certeza se conseguiria, mas a intenção era o bastante para convencer Aro a nos deixar partir em paz. Ele ficou muito satisfeito e nos despediu mandando lembranças para seu amigo Carlisle por meio de nós. O nosso retorno era uma mensagem de amizade.

— Ele ainda era amigo - comenta Esme.

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