Aelin perdera a noção do tempo.

Antes da dor a dominar e a escuridão a reivindicar, ela tentara, tolamente, contar quanto tempo levaria de Eyllwe até seu destino, sendo esse qual fosse, para não ficar totalmente perdida, caso uma oportunidade de fuga aparecesse.

Inútil.

Após quase uma hora de viagem, ela se viu sufocada, sob o peso neutralizante de todo aquele ferro. Ela sabia como se abstrair da dor, todos os anos vivendo na guilda dos assassinos e depois em Endovier, a ensinaram algumas coisas. Mas mesmo que a mente de Aelin se forçasse a estar bem longe, seu corpo sentia o impacto. E ao ser privada dos poderes de cura, sangue continuava a escorrer por suas costas, a enfraquecendo cada vez mais, até que a perda de consciência foi impossível de evitar.

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Porém, durante todo o tempo em que esteve acordada, sua mente fugiu para um porto seguro. Sua corte. Sua família. Seu marido. Não gostava de imaginar a reação deste ao descobrir o que tinha feito, todos os favores cobrados, todos os planos que ela não o tinha incluído e nem ao seu primo. Ao menos, tinha dado a Terrasen a chance de um futuro, com um rei e uma rainha, mesmo que ela nunca o visse. Seu povo, graças a Lysandra, teria uma.

Por mais que quisesse amaldiçoar os deuses e Elena, não podia a culpar. Tinha sacrificado sua existência na Escuridão por mais tempo para a herdeira de Mala. E mesmo ali, ela se perguntava se teria sido mais fácil se ela tivesse morrido aos oito anos no rio Florine. Não teria conhecido as pessoas mais importantes de sua vida, mas também nunca teria que sentir o que seria perdê-las. Além de que teria condenado o mundo às trevas eternas.

Logo antes de adormecer, sentiu o laço da parceria repuxar, e não sabia se era uma alucinação.

“Eu a encontrarei”

Com um misto de terror e esperança, usou tudo o que restava de si, para mandar algo por aquele laço. Um lampejo que fosse. Perdendo suas forças e se esvaindo.