Reflexion

Capítulo 15


Todos, menos Edward, entraram no quarto de Bella. E todos, menos Edward, estavam ali a fazer piadas para animar Bella. Mesmo que a morena conseguisse ver o olhar sério em cada um deles, mesmo que ela soubesse que eles tinham mais para dizer do que aquilo que estavam realmente a dizer.

—Para o ano temos de ir todos outra vez ao baile! - disse Alice. -O que vale é que eu nem me importo.

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—Claro que não Alice! Vai ser mais uma desculpa para puderes comprar um vestido novo! - disse Emmett. -Ai espera ... não precisas de desculpas.

—Isso são ciúmes Emmett? Também posso comprar um para ti. -Todos se riram e Emmett limitou-se a olhar raivosamente para Alice. Bella soltou uma pequena risada, mas na realidade os seus pensamentos não estavam ali, naquele quarto.

—Onde é que ele está? -perguntou a morena e mesmo sem ela dizer, todos sabiam de quem é que ela estava a falar.

—O Edward preferiu falar a sós com a Dra. April... enquanto nós estivermos a falar com ela, ele vem ter contigo. - disse Renée acariciando o rosto da filha.

—Porque é que vocês têm de falar com ela?? Eu já disse que não tenho nada. - disse Isabella irritada.

—Querida... - começo Charlie. -Nós só queremos que tudo fique bem, e para isso temos de falar com a médica.

—Mas... - continuou Bella. No entanto foi interrompida com alguém a bater à porta. O coração da Swan bateu mais rápido quando viu que era Edward. Ele sorriu para ela e ela sorriu para ele, mas por baixo daquele sorriso ela pode ver que Edward não estava bem.

—A Dra.April disse que já podem ir falar com ela. - disse ele ainda parado ao pé da porta.

—Obrigada querido- disse Esme.

(...)

A Dra. April estava no seu consultório, mexia nos diversos papéis que tinha em cima da secretária. Processos de pacientes que estavam no hospital e parou a olhar para um em concreto. Isabella Swan, a nora do Dr. Carlisle que parecia ter um grande problema. Recusava-se a falar sobre ela e só tinha tomado mais atenção ao que a doutora dizia quando esta falou nos amigos e familiares. Alguém bateu à porta despertando a médica dos seus pensamentos.

—Sim? - disse April.

—Boa noite - disse um rapaz de olhos verdes e cabelos meio arruivados. -Eu sou o filho do Carlisle e eu queria falar com a doutora sobre...

—Sobre a Isabella? -interrompeu a médica. - Entre.

Edward entrou e sentou-se na cadeira em frente à médica.

—Então, diga-me Edward... o que o trás aqui.

—O meu pai disse que a doutora queria conversar connosco. - disse Edward

—Sim. Mas também disse que era depois de irem visitar a Isabella. Ela estava um pouco ansiosa por vos ver.

—Sim, eu sei. Eu... não quis ir sem antes falar consigo. Eu sei que você não quer que nós falemos sobre o porque dela estar aqui, mas..., mas eu sei que eu posso falar com ela. Ajudá-la a entender o que têm e todas essas coisas que são precisas agora.

—Edward, a Isabella não precisa que ninguém a vá confrontar, neste momento ela precisa que as pessoas a apoiem sem a julgarem.

—Eu não a ia julgar! Eu só quero perceber o porque de ela nunca ter falado nada disso comigo... eu sempre lhe disse que ela não precisava de mudar nem por mim nem por ninguém. Ela não devia ouvir o que aquelas cobras diziam...

—Desculpe? Cobras? -perguntou a médica.

—Há duas raparigas na nossa escola que passavam a vida a meterem-se com a Bella. A gozarem com ela por ela não ser tão magra como elas... e… basicamente a culpa era minha. Elas achavam que a Bella não era para mim e que eu devia ficar com uma delas.

—Então ela sofria de bullying? Tens alguma prova disso? Testemunhaste isso alguma vez? Ouviste o que é que elas diziam?

—Não, eu nunca ouvi. Mas..., mas houve uma vez que eu encontrei-a chorar na casa de banho por causa delas. Ela não me contou o que é que elas disseram, mas foi a partir desse dia que ela começou a dizer que queria mudar. E eu disse que só a apoiava se ela quisesse mudar por ela e não pelo que as outras pessoas diziam ou pensavam dela.

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—Muito bem... Isso são informações importantes. O tipo de distúrbio que a Bella tem pode vir muitas vezes de situações de bullying. Ela fica com a imagem que as outras pessoas fazem dela na cabeça e não a tira mais.

—Mas eu apoiava sempre. Eu dizia-lhe e mostrava-lhe todos os dias que ela era perfeita para mim... Eu não entendo como é que não percebi que ela estava assim, que ela se sentia assim.

— Eu sei que é difícil de compreender, mas este tipo de doenças é muito difícil de ser detetado e.... difícil de ser tratado. A Isabella vai passar por um longo caminho ... ela tem de ser capaz de tirar a imagem má que tem dela e aceitar-se como é. Isso vai demorar tempo e ela vai precisar de todo o apoio que puder ter. Nós não a podemos prender no hospital por muito mais tempo, ela vai continuar os tratamentos, vai ter consultas comigo e com uma nutricionista, mas precisa dos amigos dos familiares e de si.

—Eu só quero ajudá-la. - disse Edward. -Quero fazer o possível e o impossível para que ela se sinta bem.

—Isso é excelente. - disse a médica. -E o primeiro passo para isso é ir ter com ela agora.

Edward assentiu, agradeceu à médica, que lhe pediu para ele chamar as restantes pessoas, e saiu. Pronto para ir ter com a sua Bella.

(...)

Todos saíram deixando os dois sozinhos. Edward aproximou-se finalmente da cama onde a namorada estava deitada.

—Olá. -murmurou ela.

—Olá. -respondeu ele e com o seu tradicional sorriso de lado continuou- Podes chegar-te para lá? Estou cansado...

Bella riu baixinho e chegou-se na cama dando espaço ao namorado para se deitar ao lado dela. A cama onde Isabella estava nem estava deitada nem sentada, Edward aconchegou-se ao pé da namorada e encostou o rosto ao pescoço dela deixando um casto beijo aí.

Ninguém falou durante algum tempo.

—Edward... - sussurrou Bella.

—Sim? - perguntou ele seguindo o exemplo dela, e sussurrando também.

—Estás chateado comigo? - disse ela ainda baixinho.

—Não. Porque é que estaria?

—Porque... porque eu não cumpri o que te prometi.

Edward tirou a cabeça do pescoço da namorada e fez com que ela o encarasse.

—Estás a falar de que, amor? - perguntou suavemente.

—Eu prometi-te que não ia fazer nenhuma loucura e olha para mim! Para o que eu fiz...

—Bells... - disse ele suspirando. -Eu sei que tu não querias ter feito isso, que foi resultado das circunstâncias da vida... eu não estou chateado. Talvez triste, mas não chateado.

—Eu sei que a médica acha que eu estou doida ou maluca ou outra coisa qualquer. Mas eu sei o que vejo quando olho ao espelho. O meu reflexo é feio e gordo... eu não gosto dele.- disse a morena com as lágrimas a caírem-lhe pelo pálido rosto.

—Amor... eu já disse milhões de milhares de vezes: tu és e sempre serás perfeita. Eu sei que vai demorar, mas tu vais ver isso, mas tens de deixar a médica ajudar-te ... tu não és feia e muito menos gorda, e mesmo que fosses eu ia amar-te de qualquer maneira! Tens de falar com ela, tens de lhe dizer aquilo que me disseste. Tens de explicar o porquê de pensares isso e o porquê de fazeres o que tens feito. E eu prometo que vou estar sempre lá, ao teu lado.

—Sempre? -sussurrou Isabella.

—Sempre. - confirmou ele. -O meu lugar será sempre ao teu lado.

—Obrigada por seres assim. - disse ela. - Eu amo-te de Edward, acima de tudo e de todos.

—Eu também te amo minha Bella. Acima de tudo e de todos.