— Stevie, acho... melhor... continuarmos... a... jogar... vídeo... game... agora. – Bucky tinha dificuldade em falar, uma vez que o loiro insistia em selar-lhe os lábios a cada palavra proferida. Não estava reclamando, de forma alguma, mas logo os pais do Rogers chegariam e aquela não era uma cena muito aconselhável de ser vista no momento.

— Só mais um pouco. – Steve sussurrou, beijando-o calorosamente em seguida.

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Bucky ainda o segurava pela cintura e se esforçava muito para não mover as mãos para nenhuma outra parte do corpo do loiro, concentrando-se em qualquer outro lugar que não fosse o calor gostoso do pequeno corpo do Rogers sobre o seu. Caralho, Steve tinha a boca mais filhodaputamente deliciosa que conhecera, ele precisava admitir! Depois de muito tentar, ele finalmente conseguiu afastá-lo um pouco. Sorriu contido quando o loiro reclamou baixinho e lhe selou carinhosa e demoradamente a testa. A destra foi parar na face de lábios muito vermelhos e inchados, e o Barnes deixou um carinho com seus dígitos ali.

— Você gosta mesmo de beijar, não é mesmo? – Bucky riu outra vez.

— Eu não sabia que você era tão bom nisso, acabei me empolgando um pouco. – O loiro deu de ombros.

— Ah, Stevie, fica cada vez mais difícil manter as mãos longe de você... – Ele suspirou.

— Mas esse não foi o propósito da sua volta? Manter suas mãos em mim? – Ele arqueou uma sobrancelha, abusando do tom zombeteiro.

— Seu fedelho. – Bucky bagunçou seus cabelos, rindo. Steve acabou rindo também pouco antes de sair de cima do Barnes para se deitar ao seu lado. – Me diz uma coisa, Stevie.

— Hn ?

— Agora vai ser sempre assim? – Ele direcionou os olhos ao Rogers quando questionou.

Steve ficou muito tempo perdido nas esmeraldas do Barnes, tentando compreender o que ele queria dizer com aquilo. Demorou muito até que percebesse a fragilidade do moreno e entendesse as palavras não ditas em seu semblante. O loiro sorriu complacente e se aproximou, abraçando-o tortamente.

— Te disse isso antes e vou repetir quantas vezes forem necessárias, Buck. – Ele sussurrava. – Eu nunca mais vou te deixar sozinho, você quer que eu desenhe pra poder entender melhor? – Bucky riu soprado com o tom implicante do outro.

— Você é quem não seria capaz de entender mesmo se eu desenhasse. – Rogers percebeu que aquela sentença tinha um significado bem mais profundo do que aparentava.

— Eu entenderia se me explicasse. E mesmo se não conseguir entender, eu vou me esforçar ao máximo para, pelo menos, não ferir mais os seus sentimentos.

— Aos poucos a gente vai se explicando e dando conta de nos encaixarmos, certo? Se trabalharmos direitinho, cabe todo mundo. – Ele riu soprado.

— Eu senti tanto a falta disso. – Steve suspirou, apertando-o mais de encontro ao corpo e lhe selando os cabelos.

— Disso...? – Bucky aproveitou o aconchego e se agarrou ao loiro, fechando os olhos para aproveitar aquele momento que parecia único e fantasioso.

— Sua risada. Não a versão forçada que tem esboçado até agora, mas esse riso frouxo de quem não consegue conter a graça toda dentro de si. Eu senti tanto a falta da sua risada ao longo desses anos...

— Bom, talvez você a tenha trazido de volta, certo? – Sua voz saía abafada porque escondia o rosto no peito do Rogers, mas não menos compreensível.

— É, talvez eu tenha. – Steve sorriu um pouco mais, selando-lhe novamente os cabelos. – Eu senti tanto a sua falta por todos esses anos que eu quase enlouqueci, desculpe ter demorado tanto para te dizer isso. – Sussurrou num fio de voz. Bucky sorriu um pouco com aquilo porque finalmente se sentiu acolhido depois de tanto tempo sozinho.

— Não faz ideia do que é loucura, Stevie, eu estive lá por um ano inteiro até você me trazer de volta. Eu também senti a sua falta, seu delinquente imprestável. – E num rápido movimento, Bucky roubou um selar do Rogers e tudo pereceu estar, finalmente, em seu devido lugar.

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— Steve? – Do andar de baixo eles ouviram a voz da senhora Rogers.

— Seus pais chegaram, melhor descermos para o jantar. – Bucky foi o primeiro a se levantar, seguindo para a porta. Steve o observava com semblante divertido.

— O que foi, Barnes? Com medo?

— Talvez. – Ele deu de ombros.

— Podemos deixar a notícia para outro dia, se você preferir. – Steve deu de ombros.

— Eu prefiro. – Bucky se sentiu pouco mais aliviado.

— Tudo bem. – Steve suspirou. – Temos tempo de sobra. – Se levantou e seguiu até o moreno, roubando-lhe um último selar antes de pisar fora do quarto, piscar divertidamente e sussurrar para o outro. – Vivendo perigosamente.

Bucky riu soprado e negou de leve com a cabeça antes de acompanhá-lo escada abaixo. Os pais de Steve rearranjavam as compras nos armários e geladeira no tempo que chegaram no andar de baixo, Bucky se prontificou a ajudar, ele sempre se prontificava. Steve acreditava fielmente que esse era um dos grandes motivos pelo amor quase devoto que seus pais sentiam por ele, o Barnes estava sendo um idiota se pensasse por um segundo que seus pais seriam contra qualquer coisa que viesse dele. Riu soprado quando a mãe pediu ajuda para o preparo do jantar, então ele ficou um pouco nostálgico logo em seguida.

— Hey, o que foi, Steve? – Seu pai passou um dos braços sobre seus ombros e o trouxe para mais perto.

— Estava me lembrando de quando éramos mais novos e Bucky costumava ajudar a mãe dele na cozinha. Ele sempre foi muito mais dessas coisas que eu, acho que mamãe gosta mais dele por isso.

— Deixe de besteira! É claro que é porque ele é inteligente que gostamos mais dele! – Seu pai gargalhou quando ele soltou um muxoxo. – Bucky sempre foi prestativo e sempre gostou de ajudar a sua mãe e a mãe dele nas tarefas. É bom que aos poucos ele se reencontre aqui, ninguém merece passar por tanta coisa ruim assim na vida, é bom tê-lo de volta depois de tudo. – Seu pai sorriu, apertando-o de encontro ao seu corpo.

Steve se sentiu tentado a perguntar se ele teria essa mesma visão se soubesse o que ocorrera até momentos antes, no entanto, ele apenas sorriu de volta e seguiu com o pai para a mesa, a fim de ajudá-lo a prepará-la para o jantar. Logo estavam os quatro comendo e conversando sobre amenidades, e os pais de Steve notaram a vivacidade no olhar do Barnes, chegando a comentar em algum momento da noite. Bucky disse-lhes que tinha muito a ver com os últimos acontecimentos em sua vida, mas que guardaria aquele segredo até tudo ser algo concreto que ele pudesse colocar em palavras sem o risco de ser tirado de si. Os Rogers não questionaram mais, apenas sorriram e respeitaram o pedido do garoto. Se o motivo o fazia sorrir, então só poderia ser boa coisa, não haveria com o que se preocupar.

Quando se despediu, lá pelas tantas da noite, Bucky garantiu a Steve que estaria bem e que não havia com o que se preocupar, mesmo assim o loiro resolveu acompanhá-lo até sua casa, só para garantir que não havia um estoque de garrafas novinhas esperando o moreno por lá. O Barnes revirou os olhos quando o Rogers se convidou a entrar e vistoriou todo o andar de baixo, mas acabou rindo soprado quando o mesmo disse que, se desconfiasse de algo, estaria ali de madrugada naquele mesmo dia.

— Stevie, na boa, o que acha que eu sou? Um posto de gasolina? – Revirou os olhos.

— Está chegando lá, pelo que pude notar das outras vezes.

— Eu vou ficar bem, ok? Hoje foi um bom dia, não me sinto tentado a me jogar de um prédio nem nada do tipo. – Ele revirou os olhos.

Aquele não fora um bom comentário, principalmente porque o fez se recordar da conversa que teve com Peggy sobre Melissa.

— Me espere aqui. – Ele se virou em direção à porta.

— Onde você vai? – Bucky perguntou antes que ele saísse.

— Buscar uma muda de roupas, você não dorme sozinho nesta casa nem fodendo esta noite!

O Barnes gargalhou. Achou graça do jeito tempestuoso e protetor do loiro, mas muito mais do novo Steve boca suja que surgia aos poucos.

— Stevie, não precisa, sério.

— Cala a boca, Barnes, não estou te dando opção.

— Eu também não te dei e você acabou me beijando. – Ele cruzou os braços e arqueou uma das sobrancelhas. Steve sorriu de viés.

— Então estou contando com você para revidar o meu ato de rebeldia. – Piscou antes de finalmente alcançar a maçaneta. – Eu volto logo, se trancar essa porta, eu arrombo. Até mais.

— Adianta te pedir para não voltar? – Bucky tentou mais uma vez.

— Nem um pouco. – Steve sorriu vitorioso.

— Então até logo. – Suspirou cansado, mesmo que no fundo a felicidade quisesse o tomar por completo.