The Fox

Capítulo 27 - Amizade


O ano letivo seguiu mais tranquilo do que eu esperava. Não tivemos grandes acontecimentos dentro da escola desde a abertura do Clube de Duelos. Mas claro que fora de Hogwarts a situação era outra.

A cada dia, o número de Comensais da Morte crescia exageradamente; pessoas controladas pela Maldição Imperius, jovens que se “alistavam” à causa D’Aquele-que-não-deve-ser-nomeado. Muitos fins de semana em Hogsmeade foram adiados ou cancelados devido à ataques e ameaças.

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Para a alegria de muitos, o Natal logo chegou e nós tivemos a sorte de poder ir ao vilarejo bruxo antes do feriado. Estava absurdamente frio, apesar da nevasca ter dado uma trégua, todo o lugar estava coberto por uma grossa camada de neve.

Depois de um breve passeio, nós nos reunimos no Três Vassouras para tomar Cerveja Amanteigada. Os garotos conversavam animadamente, James e Sirius iriam novamente para casa naquela tarde. Mesmo com o Black estando morando sozinho, ele ainda fazia parte da ceia de família dos Potter, o que me deixava verdadeiramente feliz. O convite se estendeu para todos, mas eu preferia ficar em Hogwarts naquele ano em especial.

O primeiro Natal de Pandora sem os pais. Pior ainda, o aniversário de morte deles.

Remus disse que nos faria companhia, já que sua família não comemoraria o natal devido ao fato de seu pai estar trabalhando incansavelmente no Ministério.

— E sua mãe? – questionei.

— Ela me disse que prefere que eu fique aqui em segurança do que me arriscar voltando para casa sem motivos... – sua boca se contorceu, ele não estava gostando da ideia no geral.

Ao meu lado, Pandora estava cabisbaixa e pensativa, mexendo distraidamente nos fios soltos de seu cachecol em cima da mesa. Eu me recusei a ser aquela sem noção que a perguntaria porque ela estava daquele jeito, mas outros não tiveram o mesmo senso de sensibilidade.

— Qual o problema, Travers? – Lucy, que, sem surpresa nenhuma, tomou a liderança de seu trio de trasgos, questionou parando ao lado de nossa mesa – A vida se tornou tão deprimente que aceitou de vez seu lugar ao lado da escória?

Então, num movimento totalmente sincronizado, Sirius e eu nos erguemos com as varinhas em riste apontadas diretamente para a cara da desgraçada.

— Pode se mandar, garota... Ou eu mesma estouro isso que você chama de rosto. – falei friamente.

Ela apenas deu um sorriso debochado antes de seguir seu caminho, não parecia nem um pouco abalada pela ameaça. Eu sentia o sangue fervendo no meu rosto de tanto ódio que estava sentindo naquele momento.

— Liv, não vale a pena. – Pandora segurou na minha mão e me fez sentar novamente – Ela só age assim porque sabe o quanto me afeta.

— Eu juro... Assim que eu colocar os pés fora dessa escola, eu vou acabar com ela... – murmurei, guardando minha varinha de volta na capa – Garota desgraçada...

Antes que o clima pesasse ainda mais na mesa, James tratou logo de começar a contar suas PÉSSIMAS piadas, só sossegando quando conseguiu arrancar um mínimo sorriso de Pandora.

— Oh! Mas olha a hora! – ele virou seu copo de cerveja amanteigada de uma vez, todos o olharam confusos – Eu tenho que encontrar a Evans.

— QUÊ?! – um coro ressoou na mesa.

— É, ela finalmente aceitou me encontrar em Hogsmeade. – ele anunciou orgulhoso enquanto colocava seu cachecol – Até mais tarde, amigos.

E saiu todo pomposo, parecendo que tinha ganho o dia, ele estava tão radiante que até se destacava no meio das pessoas acuadas no Três Vassouras.

— E eu fiquei sobrando! – Peter resmungou vendo o Potter sair – Como sempre.

— Ué, Peter, você anda bem estranho ultimamente, achamos que pudesse estar vendo alguém. – Sirius riu.

— Eu n-não ando estranho. – o Pettigrew cruzou os braços e desviou o olhar – E eu não vou ficar aqui segurando vela.

Tão rápido quanto o Potter, ele pegou seu próprio cachecol e saiu sem ao menos terminar sua bebida. Remus e Sirius trocaram um olhar confuso e preocupado. Algo dentro de mim dizia que ele estava aprontando, mas eu não tinha coragem de avisar aos garotos, não queria ser a pessoa que cria intriga no grupo dos amigos.

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Naquela noite, Pandora, Remus e eu estávamos no Salão Principal jantando juntos, como sempre ocorria em casos da maioria dos alunos irem para casa, as mesas não precisavam ser separadas por casas. Era a primeira vez que estávamos jantando juntas em Hogwarts e era nosso último ano, a situação só se tornava ainda mais emocionante.

— Como essa mesa fica silenciosa sem o James e o Sirius... – comentei olhando ao redor, todos os presentes conversavam em um tom baixo.

— Pois é... – Remus concordou sem sequer levantar o rosto, parecia distante da nossa realidade.

— Qual o problema, Lupin? – questionei o empurrando levemente pelo ombro – Saudades da gangue?

— Hum, não, só estava pensando... Em todo o comportamento estranho do Peter.

— E quando ele não teve um comportamento estranho? – Pandora indagou.

— Tudo bem que ele é um pouco diferente de nós, mas ele anda muito distante ultimamente... É estranho, sabe?

— Posso imaginar. – assenti – Mas talvez ele apenas se sinta excluído por causa de nós...

— Hora de arrumar uma namorada para o pequeno Peter. – Pandora sugeriu animada e Remus riu.

Finalmente voltamos para nossas respectivas Salas Comunais, eu as adorava em épocas de Natal, ficavam decoradas e praticamente vazias, era adorável. Meu irmão estava adormecido em uma das poltronas próxima à lareira com um livro de História da Magia em cima de seu rosto.

— Esse capotou... – Lupin riu ao ver a cena.

— Meu Deus, nem tenho coragem de acordá-lo... – tirei o livro de cima do rosto do meu irmão e entreguei à Remus – Vou levá-lo ao dormitório.

— Precisa de ajuda? – ele questionou quando eu joguei os braços do meu irmão ao redor do meu pescoço.

— Não, está tudo bem... Deixe-o aproveitar enquanto os outros ainda aguentam carregá-lo por aí. – ergui o corpo do Theo e ele automaticamente enrolou as pernas na minha cintura, repousando a cabeça no meu ombro.

Subi as escadas em direção ao dormitório masculino com muita concentração para não fazer com que eu caísse e saísse rolando com meu irmão. Remus abriu a porta do quarto dele para mim e eu o coloquei na cama cuidadosamente, assim como eu, ele estava sozinho em seu dormitório. Ajeitei suas cobertas e dei um beijo em sua testa.

— Liv... – ele sussurrou se aconchegando no travesseiro – Obrigado...

— De nada, maninho. – sorri suavemente – Boa noite.

Agitei minha varinha para diminuir as luzes do quarto e saí. Remus fechou a porta lentamente, ainda me olhando.

— Acho que agora é minha vez de dizer boa noite.

— Sim... – me aproximei dele, deslizando meus braços ao redor de seu pescoço para beijá-lo.

Lupin me envolveu em seus braços e me apertou contra o seu corpo ao retribuir. Naquela altura eu julgava ser impossível sentir o que eu sentia, mas toda vez era puro, intenso e novo.

— É uma pena que meu quarto não esteja totalmente vazio... – ele sussurrou contra os meus lábios quando finalmente cortamos o beijo.

— E é uma pena que as escadas do meu não te deixem chegar lá. – ri me afastando para olhá-lo – Boa noite, Remus.

— Boa noite, Liv. – ele me deu mais um selinho antes de me largar.

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O clima parecia estar melhor na véspera de Natal. Todos estavam tentando se alegrar apesar de tudo. A ceia estava em seu habitual clima de harmonia, o diretor fazia piadas, a maioria não tão engraçada assim, mas ainda bem interessantes. Todos conseguiram se divertir tanto quanto em outros natais, o que me deixava bem tranquila.

— Quem dera os professores relaxassem assim nos outros dias do ano... – Pandora sussurrou e eu ri – McGonagall sorriu mais hoje do que em todos os dias que tive aula com ela.

— É a magia do Natal! – ergui as sobrancelhas.

— É... – Pandora concordou e deu um meio sorriso pendendo a cabeça para o lado.

O fato era que, por mais que nós nos esforçássemos, não dava para esquecer o que aquilo era, o aniversário de morte dos pais de Pandora. E não havia nada a ser dito que já não fora antes, eu só precisava estar lá por ela.

Dei um leve empurrão em seu braço para chamar a atenção e ofereci meu melhor sorriso solidário para ela.

— Hey, está tudo bem, não é?

— Sim. Obrigada. – ela me assegurou – Mas eu acho que vou me deitar um pouco cedo hoje... Não precisa se preocupar, eu realmente estou com sono depois de ter comido o suficiente para aguentar até o ano novo.

— Tudo bem, eu entendo... – apontei Remus com a cabeça, que estava cochilando com o queixo apoiado na mão ao meu lado.

— Boa noite, Liv. E feliz Natal. – ela me deu um rápido abraço antes de se levantar e se despedir de todos.

Aos poucos a grande mesa foi esvaziando. Já era próximo das duas da manhã quando eu arrastei Remus de lá.

— Vem, mocinho. Hora de dormir... – o empurrei para fora do Salão Principal.

— Não, espera! – ele pareceu desperto de repente – Eu tenho uma surpresa para você!

— O quê? Agora? Mas...

— Shhh! – ele me puxou na direção oposta do corredor – Fique quieta e vamos.

Remus me arrastou pelos cantos do castelo até chegarmos no sétimo andar, no corredor da Sala Precisa.

— Mas o que você está aprontando? – questionei mantendo minha voz baixa.

— Você já vai saber.

Nós passamos na frente do local até que a porta surgiu. Eu estava tão confusa, não sabia o que poderia ter lá dentro de tão importante para que Remus me arrastasse até lá na madrugada de Natal. Ele parecia extremamente nervoso e ansioso, tanto que respirou fundo antes de abrir a porta.

Lupin entrou na sala e eu fui logo em seguida, tomada por uma grande surpresa.

Estava tão acostumada com o ambiente da sala para o meu treinamento, que por um segundo achei que estava no lugar errado. Pois o local parecia bem menor, com janelas altas por onde entrava apenas a luz da lua, e ainda bem que não era a lua cheia, havia candelabros pelas paredes com velas acesas e bem no centro do quarto, uma cama bem arrumada, de lençóis claros, cheia de travesseiros, com um dossel alto onde pendiam tecidos brancos e finos até o chão.

— R-Remus... – acabei engasgando de choque – O que é... tudo isso?

— Bom, eu te disse que estava planejando uma forma de passarmos a noite juntos, então...

— Oh! – ok, eu realmente não esperava por aquilo – Eu nem poderia imaginar que uma coisa dessas era permitida.

— Eu tenho quase certeza que não é, mas é uma boa oportunidade, não acha? – ele virou de frente para mim e segurou minhas mãos – Então, o que me diz?

— Sinceramente, eu estou encantada pelo seu esforço...

— Não foi grande coisa, eu só pensei e a Sala fez. – ele riu.

— Certo, mas mesmo assim, você ainda se esforçou para planejar. – coloquei a mão em seu rosto – E eu adorei.

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Remus me deu um de seus sorrisos adoráveis antes de me beijar apaixonadamente. Joguei meus braços ao redor do pescoço dele ao retribuir, o empurrando em direção a cama sem interromper o beijo. Ele caiu sentado e me puxou para o seu colo.

— Posso perguntar... – interrompi o beijo para me concentrar em desabotoar a camisa dele – De onde saiu a ideia de usar a Sala Precisa?

— Então... – ele apoiou as mãos no colchão, me observando abrir pacientemente cada botão – Sirius me deu a ideia.

— Por que eu não estou surpresa com isso? – o encarei por um segundo – Você realmente o perguntou sobre isso?

— Como se eu precisasse! Achei que estando com a Pandora ele se concentraria no próprio relacionamento e não nos dos outros. – ele riu levemente – Nem queira saber as coisas que ele sugeriu ao Potter.

— Realmente não quero. – finalmente consegui me livrar da camisa dele – Eu tenho coisas melhores para fazer.

Parei um momento para apreciar o corpo do meu namorado, tão lindo, mesmo com todas aquelas cicatrizes que tanto ele insistia em esconder e dizer que eram horríveis, elas não me incomodavam nem um pouco. Aproveitei para deslizar a ponta dos dedos por uma que ia da sua costela até o meio de seu peito. Ele acompanhava o movimento das minhas mãos com os olhos, respirando pesadamente.

— Olivia... – ele segurou meu rosto entre suas mãos e me fez olhar em seus olhos – Eu... Te amo. Tanto.

— Eu também te amo, Remus. – senti meu coração se acelerar como se fosse explodir e o beijei novamente.

Apesar de tantas outras noites que tivemos juntos, aquela foi realmente especial e inesquecível.

Tanto que na manhã seguinte, eu sequer queria sair do lugar. Estava muito bem aconchegada no peito de Lupin, sentindo a luz do dia contra as minhas costas.

— Temos que sair daqui, Olivia... – ele repetiu pela terceira vez – E se o Filch entrar achando que é o armário de vassouras?

— Só mais um pouquinho... – resmunguei escondendo meu rosto em seu pescoço.

— Nada disso. – ele me afastou delicadamente e se sentou para começar a se vestir – Está na hora do café da manhã, por sorte chegaremos ao Salão Principal sem encontrarmos ninguém pelos corredores.

Permaneci deitada, apoiada em meu cotovelo enquanto o observava se arrumar. Era algo tão banal, mas eu parecia uma idiota admirada pelo simples modo como ele se movia, porque eu estava apaixonada.

— Remus... – o chamei e ele me olhou – Eu te amo...

— Eu também te amo. – ele se debruçou na cama e me beijou ternamente.

Quando as férias acabaram e todos os alunos já haviam retornado, o ritmo se tornou intenso. Os N.I.E.Ms estavam se aproximando, os ataques no mundo bruxo continuavam e em resumo, tudo era tenso demais. Porém, nós acabamos tendo uma surpresa nos meados de fevereiro, quando a professora McGonagall chamou meus amigos e eu para a sala do diretor.

— Professora, o que nós fizemos dessa vez? – James perguntou.

— Potter, dessa vez não tem nada a ver com o que vocês aprontam. – ela falou enquanto subíamos as escadas em espiral.

O Professor Dumbledore estava atrás de sua mesas, pleno como sempre, concentrado em alguma leitura, quando entramos. Ele ergueu o olhar por cima de seus óculos quando notou nossa presença e nos ofereceu um sorriso simpático.

— Olá a todos. – ele se levantou e deu a volta em sua mesa para ficar de frente para nós – Muito obrigado, Minerva, mas pode deixar que eu assumo daqui.

A professora McGonagall nos deixou com o professor e se retirou.

— Imagino que estejam se perguntando o motivo de eu ter os chamado aqui. – ele começou a falar – Bom, como vocês já devem imaginar, o Ministério da Magia não tem dado conta de todas as ameaças contra o mundo bruxo, sem falar que, a qualquer momento o Lord das Trevas pode tomar o controle de tudo, como já vem acontecido por meio da maldição imperius com muitos funcionários do Ministério. São poucas as pessoas em que podemos confiar e são menos ainda os que têm coragem suficiente para se posicionar contra isso.

“Eu e mais alguns professores viemos observando alguns alunos com potencial e talento suficiente para ajudar nessa guerra desde o ano passado e para começo, escolhemos vocês seis.”

Nós nos entreolhamos. Peter estava super nervoso, parecia que ia vomitar a qualquer momento, já Sirius e James pareciam animados, Remus e Pandora compartilhavam da minha expressão de curiosidade.

— O senhor está nos convidando a se juntar num tipo de grupo contra Você-Sabe-Quem? – Lupin questionou.

— Algo desse tipo, Remus. – o professor assentiu – Eu não queria chegar ao ponto de ter que pedir para jovens com todo um futuro pela frente para lutar numa guerra... Mas são tempos difíceis, nunca ocorreu algo assim antes, tudo movido pela intolerância.

— Nem precisa perguntar duas vezes, professor. – Sirius deu um passo a frente – Eu estou dentro.

— Eu também! – James o acompanhou.

— Aprecio o entusiasmo, senhores. – ele se voltou para o resto de nós, como se esperasse alguma resposta.

— É claro, professor. – Pandora assentiu – Sem dúvidas.

Remus e eu trocamos mais um olhar e aceitamos prontamente, até Peter se esforçou para parecer animado. Eu queria uma chance de lutar e agora eu teria.

— E essa organização tem um nome? – Sirius perguntou.

— Oh sim... – Dumbledore sorriu – Ordem da Fênix.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.