Apenas uma Humana

Capítulo 14 - Sansão


Pov’ Victória Grimes

Pode ter sido uma atitude nobre ou suicida. Mas, eu já havia voltado por todo o caminho. Vi Dale tentar convencer a Andrea a ir com ele. Os dois me olharam surpresos e confusos. Eu apenas me agachei na frente de Andrea.

— Olha eu sei que essa situação esta no mínimo caótica. Mas, eu não posso deixar você morrer aqui. Quando Amy foi atacada, poderia ter dado um tiro no zumbi e foi isso que tentei fazer, mas falhei. – Confesso rapidamente. – A culpa em mim é grande e eu sei pelo que está passando!

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— Você não sabe! - Andrea gritou. – Saiam daqui antes que morram. - Ela disse para mim e Dale.

— Eu sei sim! - Afirmei. – Eu já perdi muitas pessoas importantes na minha vida. Perdi meus pais. Perdi meu melhor amigo de infância e pensei que havia perdido o meu irmão. Sei que a dor que sente é muito forte, mas isso não significa que você deva ficar aqui para morrer. - Digo com pressa olhando o time.

— Amy não iria gostar disso! - Falo voltando a olhar a loira. – Não posso deixar você para trás, se eu fizer isso vou me sentir culpada por não ter feito o certo. E o certo é te levar daqui. - Digo me levantando.

— Andrea por favor! - Pediu Dale.

— Tá legal! - Ela diz rapidamente.

(...)

Nós três corremos para fora do prédio e nos jogamos atrás de uma mureta, quando tudo foi pelos ares. Fechei meus olhos em pânico, quando a poeira tomou conta do ambiente. Foram longos minutos que eu não conseguia enxergar nada, e muito menos ouvir direito. Eu abri meus olhos e pude ver que alguém havia me puxado para um abraço.

— Você ficou louca por acaso? - Ouvi Shane dizer preocupado. - Você tem ideia do susto que me deu? - Ele perguntou soando aliviado.

Não consegui responder ao mesmo, pois tudo o que eu fiz foi me deitar em seu ombro e fechar os olhos um pouco.

(...)

Todo o meu grupo seguia em direção ao Fort Benning. Eles pareciam estar otimistas e acreditavam que houvesse alguém lá. Já eu? Duvido muito, se o CDC foi uma merda dessas, imagina então o Fort Benning. Rick e Shane ficaram bravos por eu ter voltado para buscar Andrea sem falar com ninguém. Tive que ouvir horas de sermão dos dois e ainda da Lori. A briga terminou comigo dizendo que já era dona do meu próprio nariz a tempos e que eu fiz o que julguei certo.

Nesse exato momento eu estava no trailer, senta ao redor da mesa com Shane e Andrea. Mas minha cabeça estava em outro lugar, quando senti o trailer parar. Levei um pequeno susto quando Emily ergueu a voz.

— O que foi agora? - Perguntou e se levantou. - Puta merda, sério! - Reclamou ao ver a fumaça sair do trailer.

— Parece que não poderemos seguir viajem. - Digo irritada.

(...)

Todos começaram a explorar a montoeira de carros e caminhões. Alguns procuravam suprimentos e outros gasolina. Eu e Emily jamais esperávamos encontrar aquilo. Nós duas estávamos perto de uma minivan quando ouvimos um chorinho baixo. Não era um choro de um humano e parecia ser um animalzinho. Abrimos a porta e um cãozinho felpudo pulou para fora. Ele era preto e meio marrom.

— Ai meu deus! - Exclamei. - Achei que não veria mais um cachorro novamente. Que lindo! - Digo fascinada.

— As crianças vão pirar quando virem o vira-lata fofo! - Emily diz fazendo carinho no animal.

— Vamos ver se tem alguma coisa a mais nesse carro! - Sugeri.

Emily abriu o capo e viu um dois sacos de ração e alguns brinquedos. Também havia uma grande mala. E um kit de primeiros socorros.

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— Eu acho que ele foi deixado para trás. –Digo com dó.

— A pessoa não queria ter riscos. Cachorros são tão imprevisíveis quanto bebês. – Emily observou. – Se não souber como fazer eles ficarem quietos eles podem latir e chamar a atenção.

—Também são um ótimo alarme para impedir a entrada de pessoas desconhecidas ou zumbis. - Defendi o cachorro.

— Rick não vai deixar levarmos ele. - Emily afirmou.

— Não vou deixar um animal indefeso a mercê dessas bestas devoradoras de carne. - Neguei pegando a mala.

Abri e comecei a mexer nas roupas. Sorri ao perceber que dariam em mim e na Emily facilmente. Achei uma bela jaqueta de couro e sorri.

— Olha só para mim! - Digo chamando a atenção de Emily. – Sou o Dean Winchester versão feminina. - Brinco.

— Tá mais para Sam, nem loira você é. – Emily zombou.

— Muito menos você que pinta o cabelos. – Zombei.

— Infelizmente não vou poder mais, já que não tenho mais tintas para retocar. - Emily bufa.

— Olha só esse vestido! - Digo puxando um vestido florido. - Vou levar, quem sabe um dia eu possa usar. - Digo o jogando de volta na mala.

— Pega calcinha e vê se tem absorvente ai. Improvisar com pano é uma merda. - Emily diz entrando no carros para vasculhar. – Achei um canivete e absorvente. – Eita tem até camisinha! Quem pensa em transar no meio de um apocalipse. - Emily diz inconformada.

— Isso deve estar a muito tempo no carro e também qual seria o problema, o mundo acabou mas as pessoas ainda tem suas necessidades. – Respondo sem pensar.

Emily saiu do carro. - O Victoria você pensa em fazer sex... - Ela se cala quando Carl e Sofia se aproximam de nós duas.

— È um cachorro? - Sofia pergunta animada.

— Sim! - Confirmo.

— Ele tem nome? - Foi a vez de Carl pergutar.

— Me deixa ver aqui! - Digo indo examinar a coleira. - O nome é Sansão.

— Podemos brincar com ele? - Sofia perguntou.

—Sim só não o deixem fugir e não se afastem muito de nós. - Digo autorizando a brincadeira.

(...)

Shane havia achado água potável e me aproximei dele. Ele abriu um galão e começou a fazer a festa. Ele bebeu e se molhou, depois me chamou. Dei um beijo no mesmo e depois sorri.

— Fez um bom trabalho. - Elogiei e parti para água.

Bebi água com uma grande alegria e antes que pudesse me molhar, Carl me chamou.

— Tia o sansão correu para o meio do mato. - Carl disse cabisbaixo.

— Quem é Sansão? - Shane perguntou confuso.

— È um cachorro que eu e Emily achamos. – Expliquei para Shane. – Fica tranquilo Carl que eu achei um apito daqueles e chamar um animal. - Digo indo na direção que meu sobrinho apontou.

— Olha o que você vai fazer Victória! Você vai ir até lá. – Shane diz em tom de alerta.

— Eu não vou ir muito longe! - Reviro os olhos. - Só irei entrar um pouquinho e soar o apito. - Digo saindo de perto dos dois.

(...)

Havia adentrado um pouco na floresta, mas eu sabia o caminho de volta. Apitei por alguns segundos e logo o cachorro apareceu.

— Vamos lá garoto, voltar para os outros! - Digo o pegando no colo.

Quando estava saindo do mato e indo de volta até a estrada, quase enfartei. Havia um bando de zumbis se arrastando. De longe pude notar que o meu grupo estava se escondendo.

— Ai meu deus, o que faço! - Digo para mim mesma.

Olho ao meu redor e tudo que havia era árvores. Minha melhor chance era de catar um lugar na floresta e me esconder. Vi ao longe Sofia me olhar e corro em direção a floresta. Só que eu me desequilibrei e cai sem querer e acabei machucando Sansão que chorou alto. Depois de me erguer eu corri . Corri o suficiente para nem ao menos saber onde eu estava. Havia uma grande árvore com uma abertura. Dava ara mim entrar ali dentro.

Então eu me escondi ali e tampei a boca de Sansão, torcendo para o mesmo não me ferrar mais ainda.