Apenas uma Humana

Capítulo 12 - O porto seguro


Pov’ Victória Grimes

No dia seguinte, todos estavam arrumando as coisas pois iriamos partir para o CDC hoje. Quanto aos meus ferimentos estavam piores e infecção estava pior do que ontem, mas não estava ainda tão grave, a ponto de eu me desesperar. Emily estava aqui comigo, tentado me dar algum conforto. Eu iria ir no carro de Shane, pois Jim iria ir no Trailer do Dale já que ele estava pior do que eu. No fundo eu sabia que Jim estava morrendo, mas eu não iria encher a cabeça dos outros. Se eles ainda viam esperança, eu não queria ser aquela a arrancar essa esperança deles. Eles queriam salva Jim ,mas não podiam.

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Eu estava no carro do Shane esperando o mesmo vir. Sentia-me cada vez pior e cada vez mais fraca. A todo o momento eu pensava em meu futuro. Quando eu fosse atendida no CDC, estaria a salva, mas e depois disso. Viveríamos lá dentro até as coisas melhorarem? Isso se conseguirmos chegar até lá.

Meus pensamentos estavam em conflitos . Meu lado pessimista estava guerreando com o meu lado otimista. Eu estava tentando me concentrar nas coisas boas que poderiam de fato acontecer, mas eu olhava em volta para nossa nova realidade e tinhas minhas dúvidas se coisas boas ainda poderiam acontecer no meio desse caos.

Desperto de meus pensamentos quando alguém abre a porta do carro. Eu estava no banco do carona e quando olho para o meu lado, vejo Shane entrar no mesmo. Logo ele deu partida e seguimos viagem em uma espécie de comboio.

— Morales e sua família não quiseram vir. - Shane disse quebrando o silêncio.

Eu tentei dizer alguma coisa ,mas meus olhos estavam peados demais. O meu corpo estava pedindo mais descanso e quando dei por mim, já estava quase caindo no sono.

(...)

Quando acordei novamente senti meu corpo ser carregado. Olhei em volta e mal acreditei no que vi. Estávamos na cidade, em frente ao CDC. Tudo estava destruído. O cheiro fétido no ar fez meu estomago se revirar. Esforcei-me para olhar mais e vi muitos corpos abertos no chão. Aquele lugar era o resumo da morte. Olhei para o prédio da CDC que agora mais parecia um porto seguro em meio ao caos.

Não consegui ficar por muito tempo acordada, porém antes de apagar eu fiz uma prece aos céus para que eu possa viver , pelo menos mais um dia.

(...)

Dessa vez quando eu acordei, eu percebi que havia algo diferente. Para começar havia aquele som de pi infernal dos hospitais. Por um momento achei que talvez eu tivesse sofrido um acidente e que tudo isso não passou de um sonho. Pensei que poderia ter estado em coma e que só agora eu havia acordado e que tudo estaria normal novamente.

Entretanto, um incomodo se fez presente na minha perna e quando fui tentar me erguer uma mão me impediu. Olho para o dono da mão e vejo um cara loiro, que eu nunca tinha visto antes.

— Se eu fosse você não faria isso. – Ele aconselhou.

— Quem é você? - Perguntei curiosa.

— Me chame somente de Dr. Jenner ou Jenner. – Ele indo verificar meus ferimentos. - Os antibióticos estão surtindo efeito e eu fiz uma sutura apropriada. – Ele me informou.

— Obrigada! - Digo um pouco desapontada por tudo aquilo não ser um pesadelo. Aqui estou eu. - Onde está meu irmão? - Pergunto olhando envolta.

— Rick, estava aqui faz uma hora. Agora, ele deve estar com os outros, jantando. - Jenner me respondeu.

— Eu poço ir até lá? - Indaguei.

— Tem que ir numa cadeira de rodas ou usando uma muleta, sua perna ainda não tem muita firmeza para sair andando por ai. – Jenner explicou.

— Me dá uma muleta mesmo. - Digo dando ombros.

Esse doutro é um sujeito bem estranho e olhando para ele parece que o mesmo sabe de algum segredo. Algo que nós não sabemos. Reviro os olhos, tenho que parar de julga-lo sem conhecer o mesmo direito. Vai ver esse é o jeito dele mesmo. Apoio-me na muleta e Jenner me guia até o local.

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(...)

Quando entrei na sala o primeiro a vir até mim foi Rick. Ele me deu um abraço sem tanta força para não abrir os pontos do meu ombro. Ele me colocou sentada em uma cadeira e levou rapidamente as muletas para outro canto.

Olhei para aquela mesa farta e tudo que pude fazer foi sorrir. Fazia tempo que eu não me sentava á mesa e comia uma refeição tão farta quanto aquela. Emily que estava ao meu lado, me estendeu algo que me fez ficar contente na hora. Ela me deu uma taça de vinho. A última vez que eu tive a oportunidade de beber álcool foi naquela maldita festa.

Peguei a taça rapidamente de dei um longo gole, aproveitando para degustar a bebida ao máximo. Comecei a comer sem trocar uma palavra com ninguém e depois de quase estar terminando meu prato, fui me virar para Rick que me olhava faz algum tempo.

— O que foi? – Questiono.

— Depois quero te perguntar algo. –Ele diz em voz baixa.

— O que? - Pergunto curiosa.

— A sós! – Ele retrucou sério.

Engoli a comida, com um frio na barriga. Limitei-me a assentir para Rick que resolveu mudar de assunto.

— Está se sentindo melhor agora? - Ele pergunta.

— Sim Rick. – Afirmo. – Mas, um banho e uma cama quentinha seria algo bom. - Digo sonhadora.

— Você pode ter os dois aqui. – Rick diz sorrindo. – Só não exagera na água quente, pois isso tudo funciona com geradores e estamos no subsolo. - Ele explicou rapidamente.

— Ainda bem que eu não tenho problemas com isso. – Dou de ombros. - Sinto falta de um banho quentinho. – Digo animada.

— Você não faz ideia do quanto é libertador. – Emily comentou e eu sorri ainda mais animada.

Eu olhei para um canto isolada do lugar e Shane que havia cedido o lugar para mim. Estava em um canto isolado, bebendo e olhando para a garrafa. Não pude deixar de ficar preocupada, ele parecia tão triste e tinha um arranhão em seu rosto.

Resolvo deixar as suspeitas de lado e peço a Rick me mostrar meu quarto e o mesmo me leva.

— Sobre o que queria falar? - Questionei quando nos distanciamos.

— Sobre você e Shane. - Rick respondeu rapidamente.

— O que tem nós dois? - Me fiz de desentendida.

— Eu que quero saber. – Ele retrucou. – O que há exatamente entre vocês dois? – Rick me pergunta.

— Eu o amo. – Digo suspirando. Rick me olha surpreso.

— Eu não sei se ele sente o mesmo, Rick mas nós estamos tentando. - Falo honesta.

— Tentando o que? - Perguntou Rick aflito.

— Construir alguma coisa. Viver alguma coisa, sei lá. – Respondo dando de ombros.

— È que eu não esperava isso tão cedo, ainda mais com tudo isso que aconteceu. - Rick diz embolado e eu fico confusa.

— Não esperava que eu me envolve-se com o Shane? - Pergunto.

— Bem,isso também. Mas, o que quero dizer é que não esperava ver minha irmãzinha dizer que vai tentar construir algo definitivo com um homem. - Ele responde. – Parece ontem que eu tinha que te defender dos garotos que implicavam com você, que você brincava com suas bonecas, que eu fui na sua formatura do ginásio. - Ele diz saudoso.

— As coisas mudam Rick. As pessoas crescem e vão amadurecendo. – Digo sorrindo para o mesmo.

— Só toma cuidado com seu coração mana, eu confio em Shane, mas sou seu irmão e sempre vou te dizer para tomar cuidado, por que Shane pode te machucar um dia e não quero ver você chorando pelos cantos. – Rick diz preocupado.

— Está bem, irmão coruja! - Falo o abraçando e o mesmo retribuiu

Quando me separei dele, eu lhe dei um último sorriso e entrei no meu quarto. Vi meus pertences na cama, mas os ignorei e corri para o banheiro . Despi-me rapidamente e entrei debaixo do chuveiro;. Liguei a água quente e senti uma das melhores sensações da minha vida.