Bom dia, boa tarde, boa noite.

Estão aqui reunidas as diversas aventuras que vivi durante minha juventude, não digo que sou velha por que já passei disso, agora eu estou muito morta, não um pouco, estou tão morta que a terra já me comeu e meus ossos são talvez brinquedo de algum cachorro; Falarei no passado, no presente e no futuro, ignore. Vamos começar por Marta mas conheceremos as outras, tenha calma. Não digo que será rápido, será longo na verdade, eu gosto dos detalhes... Me chamo Nalbina, não é o nome mais bonito do mundo eu sei, mas mamãe sempre foi meio louca, me disse certo dia que este era o nome de uma tia que faleceu alguns meses antes de eu nascer, não sou rancorosa mas não nego que já imaginei a morte dela de varias maneiras atrozes.

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Me chamam de Naná desde sempre, talvez por ser mais rápido, mais fácil, mais bonito, só sei que sempre fui Naná.

Deixemos de lado meu nome e vamos as minhas belezas, podia ser um nome feio mas vá, meu físico compensava, e me chame de convencida, eu tinha certeza das minhas boas linhas, mas ser mais bela que o nome “Nalbina” não é tarefa difícil. Eu tenho um peso comum, e uma altura comum, bem comum poderia ser, se não fosse toda a malandragem que sempre me rodeou, com cabelos longos e cacheados caindo no rosto quando não estão presos em um rabo de cavalo baixo e ornamentando minha cabeça um chapéu branco de fita vermelha, marrom da cor do caramelo assim como minha pele, que beleza, parecia um veludinho de cor indefinida, nem branca e nem preta... Como disse uma vez Antonia “cor de caramelo”, meus olhos bem pretos como um casal de corvos que viviam a namorar os corpos alheios, a boca também, cheia, carnuda e namoradeira.

Eu devia negar que era boa pra danar, e fui criada assim, chegou um tempo em que eu entendi minha bondade, no coração e no corpo.

Namorei muitas, e vou contar agora, talvez comece com a pequenina, não se assuste, nessa época eu tinha 22 anos e ela 17, poderia ser errado, mas você verá que está certo demais.