WSU's A Frente Unida
IV — Resgate
Hospital de Trauma, São Paulo
Arthur Brandão não recebera visita nenhuma naquele dia. Não tinha família, seus pais haviam morrido há alguns meses por consequências de exposição à radiação, que lhes desenvolvera câncer.
A Column, empresa na qual trabalhavam os pais de Arthur, cometera um acidente nuclear que afetou grande parte da capital paulista.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!O artista e ativista pela causa dos trabalhadores, mesmo que jovem, demonstrava ser uma pessoa honesta e que lutava pela justiça que não teve. Agora, tinha um policial e um detetive em seu quarto de hospital.
— O médico disse que você vai voltar andar. — disse Erik. — Vai precisar de descanso e de mais uma cirurgia.
Erik e Azathoth estavam sentados num sofá de courino preto, em frente à cama do garoto com a perna engessada erguida.
— É muito corajoso em estar aqui, lado do cara que tentou te matar — disse Arthur.
— Não, eu sei que não ia matar ele garoto. — Azathoth sobressaltou o tom de voz. — É apenas a raiva em você ao não ver se fazer justiça e isso não se trata de vingança. Talvez agora possamos dialogar.
O garoto sorriu, olhou para cima. Fechou os olhos e segurou as lágrimas.
— Não se trata de vingança? — indagou Arthur. — Eu só tinha os meus pais nessa cidade — desabafou expelindo o ar dos pulmões. —, e eles se foram.
Arthur cobriu o rosto, os detetives entreolhavam-se penalizados.
— Fui para a rua e sobrevivi, não foi da forma mais honrada. — o garoto suspirou. — Eu tinha comida, tinha um teto e essa maldita radiação levou tudo e só me deu esta maldição de poder.
— Parece até engraçado quando você se refere a este dom, como maldito — ironizou Azathoth.
— Era muito bom no início, sabe? Ver todas aquelas pessoas estáticas e eu podendo ter de tudo. — disse Arthur dando um sorriso amarelado. — Foi bom na minha necessidade, mas eu me senti um bandido. — Os olhos de Arthur vidraram-se no nada. — Fiquei dependente disso, vivendo num mundo sozinho, com toda merda chegando ao meu pescoço.
Erik passou a mão no rosto.
— Deus, Arthur! — disse Erik olhando para baixo. — Queríamos solucionar o caso, mas estávamos lutando contra o governo e com um gigante mundial.
Arthur reclina a cabeça sobre o travesseiro e olha para cima.
— Só recorri a vocês porque invadi a Column, mas eu não achei nada, eles movem os dados para o computador central em Dakota. — disse Arthur. — Preciso saber se posso confiar em vocês dessa vez.
Erik e Azathoth se entreolharam novamente, dessa vez, desconfiados.
— Abra-se para a Lei — disse Erik irônico.
— Contratei um dos melhores espiões do mundo na semana passada, um cara da Colômbia. O preço? — ele sorriu. — O valor de cem pesos colombianos, ele faz isso por que gosta, por hobby.
Azathoth levantou-se.
— Como pode acreditar nesse tipo de besteira? — Azathoth indaga indignado. — Vamos embora, Erik.
Arthur desespera-se e levanta o tom de voz para chamar atenção
— Chequem as notícias, detetives! — disse Arthur sorrindo. — A matriz da Column em Dakota, foi assaltada esta semana, eles estão loucos.
Azathoth olhou para o garoto espremendo os olhos. Erik levantou-se e aproximou-se de seu antigo parceiro.
— Se o que ele está dizendo é verdade podemos solucionar o caso, Azathoth — Erik cochichou.
— Chegamos à origem da tecnologia nuclear necessária para os terroristas — Azathoth respondeu.
Arthur olhava atentamente o cochicho de ambos, curioso, mas não podia ouvi-los.
— Eu ia dizer que acharíamos como e quem a Column subornou para livrar-se do caso do acidente em São Paulo — respondeu Erik.
Azathoth arqueou as sobrancelhas como se insistisse que o caso tinha ligação com os terroristas no Rio.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Não seja idiota, Azathoth. Isso é um blefe! A Column deveria gerar mais energia que Angra I e II mensalmente, e ela o fez. — disse Erik cerrando os dentes. — Como faria isso sem a cota de urânio cedido pelo governo? — não cochichava baixo o bastante, Arthur ouvia.
— O urânio vinha por meses disfarçado num barco saleiro do oriente — Arthur respondeu.
— Para Suape, no Recife. — completou Azathoth. — Urânio ilegal estava entrando no país há cerca de dois anos. Karen, Soldado e Aracnídeo prenderam os traficantes, mas foi tarde, já tinham o bastante.
Erik pensou, era uma possibilidade.
— Então matamos três coelhos com uma cajadada só. Chegamos ao vendedor do urânio, que passa para a Column, e, assim, no destinatário da tecnologia. — concluiu Erik pensativo. — Como contatamos esse cara?
— Facebook — respondeu Arthur convicto.
— Pelo amor de Deus! — exclamou Erik. — Nós queremos te ajudar, mas parece que você não quer o mesmo!
Erik tirou o celular do bolso e entregou a Arthur.
— É só apertar no botão Facebook — indicou Erik apontando no aparelho.
Arthur pegou o smartphone e abriu a página de login.
— fora-michel — Arthur pronunciava seu e-mail enquanto digitava.
Sentando no sofá, Azathoth soltou uma risada ao ouvir o e-mail.
— Isso está ficando cada vez mais interessante — disse Azathoth rindo de raiva.
O garoto contatou o espião, que mandou a localização para o encontro.
— Estou mandando uns amigos, fodi meu joelho — Arthur gravou um áudio.
O espião mandou um gif da risada de Zach Galifianakis em “Um Jantar para Idiotas” e sinal de “joinha”. Arthur mostrou a tela do celular aos dois.
— Arizona — disse Azathoth observando de perto.
— Viram só? — indagou Arthur. — Precisam se modernizar, caras.
Rio de Janeiro
Doutor Hugo Gustaffson, cinquenta anos, doutorados em física moderna e nuclear pela Universidade de Lisboa. Ele chegava ao seu apartamento luxuoso na zona sul carioca. Havia tido um dia cheio e lotado, já que cooperava com as operações de segurança das Olimpíadas, numa contramedida tomada pelo governo, vide às ameaças nucleares terroristas.
Ofegante, desde que tomara a decisão de subir escadas para perder peso. Abriu a porta amarela de madeira e adentrou em seu recinto. Colocou sua maleta em cima do sofá de textura aveludada com estampa de onça. Sons de salgadinhos sendo mastigados na geladeira de sua cozinha começaram a incomodá-lo.
Morava sozinho, sem animais, sem ninguém. Decidiu tomar cuidado, tirou uma arma 9mm do jarro com um bonsai nativo do oriente e foi lentamente à cozinha, até que viu uma caveira em cima de sua mesa.
— Meu Deus do céu! — exclamou. — Vade retro!
Ele soltou a arma e ajoelhou-se em posição de reza.
— Nunca devia eu ter passado a tirar sarro de Wellington! — exclamou benzendo-se e olhando para os céus. — Demônios existem! — disse assustado com seu sotaque europeu.
A máscara do Temerário estava por cima da mesa, incomum na sua rotina, o assustara. Marcos que estava em seu banheiro, corre desesperado.
— Professor! — disse ao correr em direção ao senhor grisalho e bem trajado com fino terno português. — Calma, professor!
Professor Gustaffson abraça Marcos de olhos fechados.
— Acho que me borrei, por sorte minha calça é marrom. — comenta o professor assustado. — Leve o que quiser, mas não me faça mal.
Marcos havia sido aluno de Hugo, quando cursava engenharia. Havia tanto tempo que o senhor já não lembrava mais do rosto de seu ex-aluno modificado pelo tempo.
— Vejo um fogo em seu olhar e ela me leva a delirar. — Marcos começa a cantar. — Sinto o seu corpo a dançar e me quer, e me quer enfeitiçar. — Ele levanta-se e começa a fazer a coreografia de Roberto Leal. — Mas acho que ela só quer bailar, não acho que quer me amar. Filha de Alá, vou te buscar como as noites de Ali Babá.
O doutor apertou os olhos, uma imagem lhe veio à mente.
— Fonseca? — perguntou o doutor.
Marcos abriu os braços e sorriu receptivo à lembrança do professor.
— Quando vai parar de caçoar de meu sotaque? — indagou o doutor.
O professor ficou de pé e eles abraçarem-se com tapinhas nas costas.
Velhos amigos.
— Eu acho que nunca, mas eu amenizo se me ajudar em algo — disse Marcos.
O doutor apontou, sorrindo, o indicador para Marcos.
— Não devia me pedir nada em todo este caos, rapaz — disse o doutor.
Marcos mostra-lhe o cubo de chumbo de meio metro cúbico no chão da cozinha.
— Deve estar se perguntando o que é. — o doutor balança a cabeça negativamente. — Eu roubei dados de uma nave do futuro — trincou os dentes. —, bem como o urânio dentro da mesma nave. Algum tempo venho trabalhando nisso, é um capacitor de fluxo de ondas gravitacionais, o primeiro e único.
O doutor soltou uma risada.
— Quanta fantasia! — O doutor ri.
Marcos aperta um botão e uma pequena escotilha cubo se abre, mostrando os isótopos de urânio.
— Isso é real doutor, e eu preciso de você — afirmou Marcos.
Doutor Hugo coça a cabeça calva.
— Eu não posso — respondeu ele.
— Têm terroristas lá fora e o nosso destino pode estar neste capacitor. — disse Marcos. — Se encontrarmos a bomba, podemos enviá-la para o inferno! Vamos lá! Qualquer um pode ser um herói! Se dê essa chance, homem! — exclamou Marcos forma contínua e desnecessária.
— Está a me chamar de qualquer um? — disse o doutor de cenho franzido.
A pergunta deixou Marcos desconcertado.
Você tinha que abrir a sua maldita boca — pensou Marcos.
— Te peguei, trouxa. — disse o doutor ao dar um pequeno soco no ombro de Marcos. — Do que vai precisar, Fonseca?
Marcos sorriu.
Nave Carmem
Karen colocava cuidadosamente o curativo no queixo de Tales. Ele estava sentado numa cadeira e ela em pé de frente para ele. Parecia nervosa e com os dentes trincando desabafava:
— Mas vocês tinham que agir como duas crianças mesmo! — esbravejou Karen.
O Soldado permanecia calado, só ouvia. Afinal, sabia que Karen estava certa. Sabia também que haviam sido feitas vítimas no prédio próximo.
A porta da nave se abre, Jonas e Carol entram.
— Atualização: Nove mortes, nenhum desaparecido. — disse Jonas ao saltar e pendurar-se de cabeça para baixo numa teia. — Queixinho de vidro, hein, mestre? Eu vi.
Soldado o olhou desconfiado, fazendo Jonas sentir um frio na espinha.
— Eu vi mais do que isso, Jonas. — disse Karen. — E nem queira saber o que era aquela aura negra que cercava o Tales. — ela abaixou a cabeça. — Talvez se não fosse o Marcos, algo pior teria acontecido.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!O Soldado levanta-se da cadeira nervoso.
— Eu tinha tudo sobre controle! — exclamou Tales.
— Oh! — disse a agente Trap, chamando atenção. — Calma aí, gente! — pediu mostrando as mãos. — Que bom que você está melhor, Carol! — disse irônica.
Um alerta apareceu na gigantesca tela da nave, fazendo Karen observar.
— Carmem está triangulando um sinal de rastreamento — comentou Karen.
Abriu-se um mapa com uma luz vermelha piscando no ponto indicado pelo rastreador.
— Cantagalo. — comentou Carol. — A gente tá perto.
— Show! Vamos subir o morro! — disse Jonas sorridente.
— A gente tem essa nave pra não fazer isso — rebateu Carol.
Carmem, a inteligência virtual da nave fez um alerta.
— A assinatura do rastreador é de Marcos Fonseca, lady Horbury — disse Carmem, referindo-se a Karen.
O Soldado tosse. Põe a mão na boca e entre os dedos, sangue.
— Isso não quer dizer que seja o Marcos, ele pode ter grampeado outro terrorista? — perguntou Carol. — Estou bem, não houve nada grave, e pronta pra mais um round. — ela aproxima-se do Soldado e lhe dá um tapinha nas costas. — E você grandão?
O Soldado olha de lado para ela. Põe-se de frente para os três na nave.
— Marcos nos deixou, mas é nossa obrigação como a Frente Unida nunca deixar ninguém para trás. — disse o Soldado. — Vamos atrás do sinal, independente de quem seja.
Tales estava preocupado. Duas vezes a aura negra o atacava em tão pouco espaço de tempo. Esse fenômeno que brotava de suas emoções, o deixando mais rápido e mais forte por alguns instantes e, que após estes momentos, deixava sequelas, que poderiam estar matando-o.
Complexo Cantagalo/Pavão/Pavãozinho
Era um casebre. Ainda nos tijolos e com telhas que quase a cair chegavam. No alto do Morro do Cantagalo, numa área nobre de vista para o mar, uma das mais belas do Rio de Janeiro. O complexo era cercado de uma selva de pedra, contrastava a riqueza e pobreza, extremos típicos de uma cidade brasileira.
Num dos quartos de apenas dois ou três metros quadrados, sentados ao chão grosso estavam amarrados e amordaçados a primeira dama americana e seu filho, embaixador sul-coreano dos Estados Unidos e a empregada do presidente.
Na sala estava sentado numa velha cadeira estava Ibrahim Abdullah, o líder do grupo islâmico sul-americano, cercado por seus homens. Esperava apreensivo, até que foi ao quarto. Começava um diálogo em inglês.
— Eu espero que estejam prontos para o pior — disse Abdullah. —, se a política de negociação dos estadunidenses for tão dura como disseram — pegou uma câmera gravadora. —, vou filmar a decapitação de um de vocês com essa câmera e depois outro, depois outro, até chegarmos a um acordo.
A primeira dama pôs a mão sobre os olhos do filho.
— Você deveria se envergonhar! — disse o embaixador. — Tem uma família aqui!
Abdullah sorriu.
— Então temos o primeiro candidato à mula-sem-cabeça — disse ao chutar o rosto do embaixador, que caiu ao chão.
O corte aberto no rosto do sul-coreano fazia-o sangrar.
— Canalha! — gritou a primeira dama. — Eu não sei quem você é, mas vai pagar por tudo que está fazendo.
Abdullah agachou-se, segurou o rosto da primeira dama com a mão direita pelas bochechas.
— O que eu estou fazendo — disse Abdullah com uma voz intimidadora. —, querida primeira-dama, é rir por último. Quando os Estados Unidos da América estiverem desarmados e indefesos, serão atacados pelos inimigos dele. — Apontou para o embaixador.
A primeira dama fechou os olhos, seu filho chorava, a empregada estava assustada.
— Não vai ter mais volta. Os sobreviventes serão como nós, corrompidos e a nação do repúdio se tornará a da tolerância religiosa e corrompida. — disse Abdullah ao levantar-se. — Preciso de uma barganha mais contundente, talvez algo mais convincente ao presidente. Sugerem algo antes de terem suas cabeças tiradas do pescoço?
A empregada evitou o olhar do terrorista, que foi até ela. Chegou manso, tirou um canivete do bolso. Passou a ponta afiada entre os seios dela, depois na boca.
— Você tem algo — disse Abdullah.
— Por favor, não me machuque. — disse a empregada. — Eu tenho algo. — ela engoliu a saliva na garganta. — Só me leve para outro local.
Buffalo e Sampdoria ao chegavam casebre. Carregavam consigo um drive externo, das informações roubadas da ANIC, o que comprometeria toda a segurança nas Olimpíadas.
Abdullah conversava com a empregada na sala sentados num velho sofá, quando eles chegaram.
Sampdoria aproximou-se e entregou o disco rígido a Ibrahim.
— Aos irmãos que ficaram para trás — Ibrahim disse ao levantar-se e erguer o braço com o disco.
Os homens, nove terroristas precisamente, erguem seus braços. Ibrahim vê algo incomum no pulso erguido de Buffallo. Ele segura-o e tira o objeto estranho. O observa entre o polegar e o indicar.
— Um rastreador. — Uma luz forte ilumina todo o casebre. — Filho da puta burro! — esbraveja Ibrahim com Buffalo.
Um flashback, pousa sobre a mente de Buffalo.
O Temerário apertando seu pulso, rastreador no local apertado.
— É a Frente Unida — disse Buffalo.
— Que legal, você pensa! — ironizou Sampdoria.
Na nave, Carmem dizia informações:
— Treze assinaturas de calor, lady Horbury. Não posso trazer ninguém, estão cercados por paredes opacas — disse Carmem.
— Pelo menos quatro são reféns, tomem cuidado. — disse o Soldado. — Vamos apenas cercar a casa, eles podem usar os reféns como escudos. Preciso de uma janela, ou algo que me faça olhar para dentro da casa.
— Acho que sei o que está pensado — Karen disse sorrindo.
A nave abre as portas, a Frente Unida desce. Karen fica na porta da frente, Aracnídeo e Carol na porta dos fundos e o Soldado Fantasma sorrateiramente vai para uma janela na lateral da casa.
— Se vocês se aproximarem — disse Ibrahim com o filho do presidente sob mira de uma pistola. —, eu mato! — Tales olha pela janela e uma fenda se abre. — Pode acreditar que eu mato!
Um punho segurou a arma do terrorista fortemente, o pulso de Ibrahim vai para trás o fazendo soltar gritar de dor.
— Eu acredito em você — disse o Soldado segurando, a arma que tomara do terrorista e torcendo-a.
Vários disparos dos outros terroristas vão à direção do Soldado, que agarra o garoto, jogando-se para fora do casebre.
— Merda! — grita Sampdoria. — Peguem os outros reféns, precisamos sair daqui!
Karen une a todos com uma ligação psíquica.
As luzes da casa se apagam.
— Terrorista também tem que pagar imposto — disse Carol desligando o registro de energia do casebre.
Um grupo de terroristas vai ao quarto que estavam a empregada e o embaixador, mas ao invés de encontrarem os dois, esbarram em uma teia que fechava a passagem da porta aberta.
— Nunca entre em quarto de casal — disse o Aracnídeo pendurado do telhado. Os terroristas atiram e o telhado desaba com Jonas. — Ai, caramba!
Karen quebrou as paredes com sua força e entra no quarto que estavam os dois, partiu a mordaça e as cordas que os prendiam.
— Vão! — disse Karen, a culta enxadrista paulista, em inglês para o embaixador. — Corram para a nave!
Os terroristas cercaram Jonas, ele tentou um soco e derrubou um homem. Um chute e derrubou outro, esquivou-se de um tiro, mas foi acertado por trás com um golpe na nuca. Em desvantagem, saltou para cima para deixar o combate.
Buffalo derrubou uma parede e saiu correndo, estava com a primeira dama nas costas.
A Agente Trap e o Soldado observam o grande homem correndo.
— O garoto tá na nave. — disse o Soldado. — Eu pego o grandão.
Trap concordou, acenando positivamente.
Sampdoria também saiu da casa.
— Nunca pensei que o lobo mal fosse derrubar a casa de tijolos — disse Sampdoria quando começou a soprar fortemente.
Soprou até que a casa desabou. Um disparo preciso na garganta o faz parar e ficar arquejando com o sangue se esvaindo no pescoço.
— Isso só até o caçador chegar — disse Trap com uma Desert Eagle em mãos.
Karen olhou de um lado para outro e se desesperou.
— Jonas?! — gritou Karen procurando entre os destroços do casebre — Jonas?! — Uma lágrima solitária desce sobre sua bochecha direita.
Ela não encontrava o amigo com quem mais identificava, por ser, além dela, um adolescente com poderes extraordinários no grupo.
— Chamou? — perguntou o Aracnídeo cutucando seu ombro por trás.
— Desgraçado! — esbravejou Karen o abraçando.
Buffallo correu descendo o morro pelas escadas improvisadas. Uma fenda surgiu à sua frente e uma mão agarrou o seu pescoço o levantado.
— Acabou — disse o Soldado saindo da fenda e fazendo Buffalo soltar a primeira dama.
Buffalo soltou uma risada.
— Está apenas começando — disse Buffalo ao levar um soco em seu queixo impenetrável.
Buffalo revidou afastando o Soldado com um soco no peito. Uma tontura atinge Tales, mais efeitos pós-aura negra surgem. Buffalo levou um choque e caiu nocauteado ao chão. A Agente Trap surge com um taser na mão.
— Esse daqui derruba um búfalo — comentou Carol ironicamente. Aproximou-se do Soldado. — Tá tudo bem com você?
Ele pensou no que vai dizer.
— Sim — mentiu o Soldado.
A dois quilômetros dali
Ibrahim apareceu no meio de uma rodovia. Havia escapado da Frente Unida sem que percebessem a sua invisibilidade.
Um carro vinha em sua direção, suas vestes que cobriam até o rosto, assustaram o motorista que desviou e bate num poste. Guardou o HD com os planos de segurança nacional num de seus bolsos.
De outro bolso, retirou um aparelho de celular e ligou para um contato, que atendeu à ligação em inglês.
— Betty? — perguntou desesperado. — Você está bem? — indagava a voz do outro lado da linha mostrando-se impressionado.
Silêncio.
A respiração alta de Abdullah era como a de um animal cansado do outro lado da linha.
— Sente falta da sua empregada, presidente? — indagou ironicamente o terrorista. — Ela vai voltar para os seus braços, em breve.
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O presidente estava apreensivo ao ouvir o som da ligação cair.
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