A Viajante - Tomione

Faço uma escolha!


Hermione Granger

Agora era oficial: Lord Voldemort havia retornado dos mortos, ou melhor, dos quase mortos. Ele me viu naquele dia no Ministério quando atraiu o Harry usando o Sirius. Eu sabia que ele havia pedido para alguém pesquisar tudo sobre mim porque eu não tinha o sangue puro como alguns dos meus amigos. Pior: eu era trouxa!

Eu não sei como e nem quando ele descobriu onde os meus pais moravam, eu só sei que senti o meu coração ser totalmente fragmentado quando acordei certa manhã com a notícia de que ele havia assassinado os meus pais da maneira forma possível. Ele havia os torturado fisicamente, produzindo cortes por cada centímetro do corpo deles e por fim havia lançado a maldição da morte sobre cada um deles, da mesma maneira que ele havia feito com os pais do Harry.

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Agora, eu era órfã da mesma maneira que eu sabia que Tom Riddle havia sido. Agora eu estava só e nem o carinho e a solidariedade dos meu amigos seria capaz de acalmar toda a dor que inundava o meu coração. Ver Rony se agarrando com Lilá não era nada comparado à dor da perda das única pessoas que eu sabia que me amariam imensamente até o fim de suas vidas.

Mas, eu sempre soube que ser amiga de Harry Potter tinha os seus riscos. Eu sabia que cedo ou tarde, aquele que se intitula Lord das Trevas iria voltar a sua fúria contra mim, ainda mais descobrindo que eu era nascida trouxa, uma sangue ruim, uma ladra de magia. Mesmo assim eu quis pagar para ver. Mesmo assim eu quis lutar pelo que era certo e foi nessa busca por tentar que eu acabei me refugiando na biblioteca durante todo o tempo que eu pudesse ficar para pesquisar maneiras de deter Lord Voldemort. Eu não tenho medo do nome dele, e embora eu sabia que o Harry vai derrota-lo um dia, eu sei que posso fazer algo para pelo menos ajuda-lo.

Com isso, consegui convencer Harry a me emprestar a capa da invisibilidade para que eu pudesse estudar à noite na biblioteca, ainda que ele estivesse contrariado, e foi em uma dessas noites de insônia que eu descobri uma paixão diferente: a paixão pelas dimensões temporais. Pelos efeitos causados pelo bruxos que desafiam o tempo e viajam por ele.

Descobri então que era possível modificar significativamente o futuro se uma viagem ao passado fosse feita. Descobri que matar alguém no passado, por exemplo, faria-o desparecer no presente, e todos se esqueceriam dele como se ele nunca tivesse existido. Porque ele foi morto por alguém no passado.

Matar é algo horrível e repugnante, mas eu já havia ouvido um de meus tios, que é advogado, que quando o crime é cometido sob um relevante valor social, a conduta era menos reprovável. Era o princípio da utilidade. Eu mataria um para salvar milhares, da mesma forma que Harry terá que fazer um dia. Decidi então poupar o meu amigo desta árdua tarefa. Eu viajaria ao passado e mataria Tom Rddle.

Quase não consegui dormir na noite passada após tomar essa decisão, mas então fui acordada por Gina que falava enquanto dormia.Era engraçado porque apesar de ela namorar Dino, ela chamava por Harry em seus sonhos, mas por mais que o sonho dela estivesse bom, eu tive que acordá-la porque teríamos aula dali a uma hora.

— Gina, Gina... – Eu sussurrei delicadamente enquanto a sacudia devagar. – Temos aula daqui à pouco... – eu acrescentei ao vê-la se mexer e abrir os olhos de forma preguiçosa.

— Não quero ir, Mione, quero ficar na cama o dia todo... – ela protestou com a voz manhosa.

— Ah, mas você vai sim! Nem que eu tenha que te levar à força! – eu insisti, puxando o cobertor dela e fazendo-a me olhar com cara feia. Por fim, ela se deu por vencida e se levantou.

Após ter certeza de que a minha amiga havia acordado, segui para o banheiro para tomar o meu banho matinal. Uma boa chuveirada pela manhã sempre me ajudou a pensar melhor, e essa manhã, eu precisava planejar a minha ida para o ano de 1943, o ano que Tom Riddle matou os pais para detê-lo antes que ele fizesse as suas primeiras vítimas.

A única maneira que havia de viajar no tempo seria usando um vira tempo, e na noite no Ministerio, eu consegui roubar um excelente que fazia cada dia no passado ser igual a um minuto no presente, ou seja, eu poderia passar o tempo que fosse no passado que a falta que eu faria aqui seria a mínima possível. A minha intenção era somente estudar, mas agora eu havia encontrado uma utilidade ainda mais nobre do que essa. Decidi então que partiria essa noite.

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Assim que acabei o meu banho, desci para o salão comunal para o desjejum, e após começar a comer a minha primeira fatia de bolo, eu senti alguém pousar a mão levemente sobre o meu ombro e se sentar ao meu lado. Era o Harry.

— Como está, Mione? Sei que mal tenho falado com você e que ando meio obcecado para descobrir o que o Draco anda fazendo, mas quero que saiba que não esqueci a sua dor. Eu sou seu amigo e irei estar aqui sempre que você precisar. Se precisar de um ombro amigo para desabafar ou para ao menos chorar, saiba que você tem o meu. Eu só não sei nunca quando te abordar por medo de te incomodar... – ele se abriu sendo sincero e eu senti as lágrimas virem, embora tenha me esforçado bastante para contê-las.Eu sentiria a falta de Harry quando eu viajasse – Por favor, não chore...

— Está tudo bem, Harry...eu sou uma boba! Você é como um irmão pra mim e eu sei que você anda ocupado om as suas coisas e sei bem que posso contar contigo, e saiba que não há forma melhor de estar me ajudando do que me emprestando a sua capa da invisibilidade para que eu possa estudar à noite... – eu comentei e nós dois rimos em seguida. Ele nunca entenderia a minha necessidade de estudar.

Então Rony apareceu de mãos dadas com Lilá. Senti o meu estômago revirar e me levantei rapidamente para ir assistir a minha primeira aula do dia que seria a do Slughorn, o professor novo de poções que tratava o Harry como uma celebridade e gostava de mim pela minha inteligência.

No geral, a aula foi boa,embora eu não tenha me concentrado nela direito por estar preocupada com a missão da noite. Eu não podia falar com ninguém para não se impedida, e se eu falhasse, talvez eu nunca mais conseguisse voltar outra vez...

O restante do dia e das aulas foi igual. Harry me fez companhia durante o dia todo. Rony ficou com Lilá, e no fundo foi melhor assim, porque eu não conseguiria olhar nos olhos do ruivo, o garoto que eu amava para me despedir.

Então a noite caiu, e agora eu estava no salão comunal com o Harry, a Gina e Dino. Aproveitei para gravar um pouco do som das vozes de cada um deles para que eu levasse comigo e usasse como força para enfrentar tudo, mas então eles começaram a se despedir porque iriam dormir e eu puxei Harry para um abraço apertado, deixando-o sem ação. Fiz a mesma coisa com a Gina, o Dino, Neville e o próprio Rony, sim, eu não resisti.

Todos me olharam confusos e eu fui correndo para o meu dormitório para preparar a minha mala e todas as coisas que eu queria levar: roupas modificadas para a moda de 1943, livros sobre viagem no tempo e mais alguns que eu gostava e fotos. Fotos dos meus pais, com Harry e Rony e todos os meus outros amigos, grifinórios ou não. Guardei um diário na bolsa também para escrever sobre todos os dias relevantes que eu tivesse em 1943. Toda informação seria útil se eu falhasse no passado e conseguisse voltar no presente.

Eu estava preparada e a única coisa que faltava era dar voltas no meu vira tempo para começar a cumprir a minha missão. Eu esperei todos adormecerem, e quando eu tive a certeza de que seria única acordada no Castelo, eu dei o número de voltas necessárias para voltar a 1943: o ano que eu mudaria a história pra sempre!