You are not alone...

It's okay...we are okay...


(POV Regina)

Henry, mesmo mancando, veio correndo até meus braços. Eu o abracei com todas as forças que eu tinha, apesar de não serem muitas. Chequei cada cantinho de seu corpo procurando por outros ferimentos sem ser os da perna. Ele estava bem, apenas sujo, cansado e com medo. Seu corpo tremia contra o meu.

O alívio que sentia com Henry desapareceu, dando lugar ao pânico, o qual eu estava sentindo pelas últimas duas horas. Eu não via Alycia. Eu não via Emma. Pensei em várias coisas, nenhuma delas era boa. Parei de pensar e comecei a gritar seus nomes até não poder mais.

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O silêncio predominou o ambiente. Ninguém poderia entrar ali naquele momento, os túneis ainda estavam muito instáveis. Com Henry em meus braços, esperei. Segundos se passara, e tenho certeza que foram os mais longos da minha vida. As lágrimas rolavam pelo meu rosto.

Emma trazia Alycia desacordada em seus braços. Seus olhos estavam vermelhos, suas mãos cheias de sangue. Entreguei Henry para Graham e corri até elas. Quando estava quase as tocando, Emma caiu de joelhos no chão e eu fui junto. Quando vi, eu já estava sendo retirada de cima da minha filha por Emma, dando espaço para os paramédicos trabalharem. Emma me abraçou e eu chorei em seus braços.

—Regina.- Whale me chamou, me tirando dos meus devaneios. Levantei em um pulo, assim como todos que esperavam por notícias.

—Whale…ela…

—A cirurgia foi bem-sucedida.- Soltei o ar que nem sabia que estava segurando.

—Mas… - Disse Emma. - Sempre tem um “mas”… - Ele respirou fundo.

—Tivemos algumas complicações. Só saberemos se há sequelas quando ela acordar.

—E quando vai ser isso?- Perguntou Mary.

—Nós…nós não sabemos. Pode ser em algumas horas, ou dias…

—Ou nunca…- Completei quase sussurrando. Ele abaixou o olhar e assentiu com a cabeça.

—Podemos ficar com ela? - Perguntou Emma botando a mão em meu ombro. Seu toque me acalmava.

—Infelizmente não. Ela precisa descansar. -Voltou a nos encarar.- Com tudo que aconteceu, seu sistema imunológico está fraco, são muitas chances de pegar uma infecção.

—Podemos vê-la?- Perguntei com os olhos marejados. Ele assentiu. Apenas eu e Emma fomos, David e Mary ficaram cuidando de Henry.

Ela estava tão pequena. Ela respirava lentamente. Tudo isso me levava para meses atrás quando era Henry deitado em uma cama de hospital. Não consegui aguentar por muito tempo, eu não tinha controle sobre as minhas lágrimas. Emma me puxou para mais perto e me abraçou. Me encaixei eu seus braços e me permiti desabar.

*

—Gold!- Entrei na em sua loja desesperada.

—Madame prefeita.- Disse ele com um sorriso cínico.- A que devo a honra?

—Pare com seus joguinhos.- Disse já sem paciência.

—Eu ouvi sobre Alycia.- Seu sorriso desapareceu - Eu realmente sinto muito.- Ele realmente parecia estar triste.

—Eu não preciso do seu consolo, preciso de ajuda.

—Que seria…

—Magia Gold. Não vim aqui quando Henry estava doente não vim aqui quando Henry estava doente pois ainda tinha esperança, mas Alycia… Ela pode não ter muito tempo.

—Eu não faço a mínima ideia do que você está falando.- Eu já esperava por essa reação, então fui preparada.

—Talvez isso faça você mudar de ideia.- Eu segurava sua tão preciosa xícara. Ele me olhou com raiva.

—Devolva – Falou entredentes.

—Então diga o seu nome…-Quando ele ia protestar, interrompi.- O seu verdadeiro nome.- Seu maxilar estava travado. Quanto mais ele demorava a responder, mais a xícara “caía” de minha mão.

—Rumplestilskin…- Disse entre dentes.

—Bom garoto.- Dei um sorriso e joguei a xícara em sua mão.- Agora me diga!

—Regina, eu realmente sinto muito, mas não eu não sei como trazer a magia para cá.- Ele abaixou o olhar.- Eu sei o que Alycia e Henry significam para você.- Respirei fundo tentando conter as lágrimas.

—Não há nada que eu possa fazer?- Ele negou com a cabeça e eu me virei para a porta.

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—Quem diria que a Evil Queen tem um coração… e que ele funciona.- Disse Gold quando eu já estava na porta. Eu não disse nada, não fiz nenhum barulho. Apenas respirei fundo e deixei a loja.

*

Henry tinha apenas uma faixa em sua perna, ele não tinha se machucado muito. Pedi para que Mary e David o levassem para casa e ficassem com ele. Dois dias se passaram e Alycia ainda não tinha acordado Estávamos no telhado do hospital, o “canto” da Alycia, vendo as luzes da cidade a noite. Emma me abraçava enquanto estávamos sentadas no chão. Eu estava tão agarrada nela, que parecia um bebê.

— É verdade não é?- Perguntou quebrando o silêncio entre nós. Eu a olhei confusa.- A maldição… - Fiquei sem reação por um momento.

—Emma…-Tentei falar, mas ela me cortou.

—Eu sei que esse não é o melhor momento, mas eu preciso saber… não minta para mim. - Desviei meus olhos, voltando a esconder o meu rosto em seu pescoço e afirmei com a cabeça. Passamos minutos em silêncio. Em momento algum ela tentou se desvencilhar do meu toque, então não me afastei.- Eu acredito Regina…- Disse com a voz embargada. As minhas lágrimas já molhavam o seu pescoço.- Eu acredito, mas…nada acontece…- Ela já não contia mais o choro.- Deveria existir magia não é? Então por que tudo isso está acontecendo? Por que a tal maldição não foi quebrada?- Fez uma pequena pausa e puxou o ar.- Por que ela não acorda?- Também me entreguei ao choro. Me encolhi mais em seu colo. Estávamos perfeitamente encaixadas.

—Eu não sei…- Minha voz saiu trêmula, quase um sussurro. Mesmo não querendo, me afastei e olhei em seus olhos.- Eu realmente não sei Emma…- Ela me olhou com pesar. Tirou uma mecha de cabelo do meu rosto e botou atrás da minha orelha. Se aproximou lentamente e colou nossas testas.

Nossas respirações se misturavam, nossos corações batiam freneticamente. Não apenas pela aproximação, mas pelo choro. Ela me abraçou. Não conseguia fazer mais do que isso e eu entendia isso. Alycia estava internada e não sabíamos quando iria acordar. Henry machucado e ela traumatizada. Sem contar que eu tinha acabado de confirmar suas suspeitas de que contos de fadas são reais, me fazendo assim a Rainha Má e ela a filha da Branca de Neve e o Príncipe Encantado. E pior, agora sabia o motivo de não ter crescido com seus pais. Eu… Eu tirei tudo dela e ela ainda estava ali, me abraçando. Sua reação era entendível.

Voltamos ao quarto de Alycia de mãos dadas. Eu sabia que depois de tudo aquilo ela precisaria de espaço, mas naquele momento nós precisávamos uma da outra. Cheguei mais perto e sentei na poltrona ao lado da cama e segurei suas pequenas mãos. As vezes eu esquecia que ela tinha apenas 11 anos, já que ela era mais adulta que eu na maior parte do tempo.

Não sei quando peguei no sono, mas quando acordei estava deitada no sofá. Não era confortável, mas as minhas costas agradeceram. Abri os olhos lentamente e vi Emma ocupando a poltrona ao lado da cama. Já era dia, a luz entrava pela janela do quarto, me dando uma melhor visão das duas.

—Eu tentei Ally…Eu juro que tentei.- Sua voz saia baixa, mas era alta o suficiente para eu conseguir ouvir. Ela fazia carinho nos cabelos de Alycia.- Eu acreditei em você, no Henry…na Regina.- Sua voz estava embargada. Eu me levantei e comecei a andar lentamente em sua direção.- Por favor não diga que tudo isso é loucura…acorde…- Eu já estava quase chorando novamente. Abracei Emma por trás e ela me abraçou de volta. Ficamos assim até ouvirmos um barulho do monitor.

—Ally?- Perguntei mais para mim mesma do que para ela. A esperança foi embora tão rápido quanto veio. Ela estava convulsionando. Emma me tirou do quarto rapidamente. Os médicos entraram e começaram a trabalhar.

—Código azul!- Gritou Whale. Mais enfermeiros entraram com desfibriladores. Eu não conseguia parar de chorar e Emma estava se segurando.- Carregar em 160. Afastar!- Nada acontecia. Tentaram mais duas vezes.- Não faça isso Alycia! Vamos lá! Você é uma Mills! Você é forte! Carregar em 200! Afastar!- Minutos se passaram e nada. Vi Whale parando com as massagens cardíacas e abaixando a cabeça. Pude jurar que estava chorando.- Hora da morte, 11:33 AM…- Me joguei no chão e gritei até não conseguir mais. Emma me abraçou mais forte. Também estava chorando.

Depois que me acalmei um pouco entrei no quarto. Ela estava sem vida. Ela não respirava mais.

—Eu sinto muito minha pequena panda…- Sussurrei enquanto fazia carinho em seu rosto, mesmo sabendo que era uma coisa que ela nunca mais sentiria. Ouvi um barulho e me virei. Henry… Ele se aproximou lentamente com lágrimas nos olhos. Emma tentou segurá-lo.

—Eu só quero me despedir…- Disse baixinho, não fazia escândalo. Ele sentou na cama ao lado do corpo sem vida de Alycia e desabou em choro.- É minha culpa…se eu não tivesse…desculpa…eu te amo…- Se inclinou, deu um beijo em sua testa e desceu da cama, andando lentamente até a porta.

—Eu também te amo meu pequeno insuportável…- Sua voz era baixa, mas ele ouviu. Todos nós ouvimos. Henry voltou seu olhar para ela, que estava sorrindo, e correu para os braços da irmã, assim como eu e Emma fizemos.

—Como?- Perguntou Emma chorando, mas dessa vez era de felicidade.

—Beijo de amor verdadeiro…

—Quebra qualquer maldição.- Completei.- Isso significa…

—A maldição foi quebrada.- Disse Mary, ou melhor, Snow entrando no quarto.

Eu estava feliz, radiante, mas com medo. Ela olhou para Emma e sorriu. Olhou para mim e continuou com o sorriso. Olhou para Alycia e Henry e sorriu ainda mais. Se aproximou e abraçou Emma sem dizer nada, tinha finalmente achado sua filha. Ela olhou para mim e me abraçou. Comecei a chorar, soluçando até. - Está tudo bem…nós estamos bem. - Me disse. Eu não podia estar mais feliz.

Uma semana depois, Alycia estava voltando para casa comigo e Henry. Sua cabeça ainda estava enfaixada e ela ainda sentia muitas dores, mas estava melhor. Nem todos os moradores da cidade ficaram felizes em me ver, mas boa parte dos habitantes tinham a memória de Regina, não da Evil Queen. Emma ia todo dia visitar Alycia, mas mal falava comigo. Eu entendia, mas isso ainda me machucava.

Ela estava morando com os pais, mesmo se recusando a chamar os dois assim. Havia virado xerife da cidade, já que Graham quis sair e viver na floresta.

Era difícil sair de casa, já boa parte da cidade queria me ver morta. Emma não deixava ninguém chegar perto da mansão, assim como Snow e Charming. A minha amizade com eles não tinha se desfeito. Como eles mesmos me disseram, eles tinham me perdoado anos atrás.

—Você deveria ir atrás dela.- Disse ninguém menos que Ruby quando me viu sentada no sofá olhando para o nada. Ela estava me ajudando a cuidar das crianças.- Ela pode querer espaço, mas você deveria ir atrás dela.- Ela sentou ao meu lado e olhou em meus olhos.- Eu sei que mais da metade de Storybrooke quer a sua cabeça em um espeto…- Dei um riso fraco.- Mas ela vale a pena, eu sei que vale. Regina… vá atrás dela. Eu cuido dos pestinhas - Ela sorriu para mim e eu sorri de volta. Lhe dei um beijo no rosto e fui direto me encontrar com Emma.

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Ela tinha ido falar com Gold. Não sei direito o que aconteceu, mas pelo visto ela estava fazendo um favor a ele. Vi Emma e Gold conversando, quando cheguei perto da loja. Quando entrei, os dois pararam de falar na hora.

—Gold, pode nos deixar a sós?- Pediu Emma. Ele não respondeu e nem se moveu. Revirei os olhos.

—Emma…eu…- Ela não me deixou terminar de falar e me beijou desesperadamente. Foi um beijo calmo, cheio de saudade. O gosto da sua boca é melhor do que eu pensei loirinha.

Nos separamos quando vimos a necessidade de ar. Ficamos sorrindo. Ela se afastou lentamente, me olhando nos olhos. Vi Gold pela minha visão periférica e tenho certeza que vi um sorriso de canto. O Dark One…fã de amor verdadeiro? Essa é nova. Quando Emma ia começar a falar, a porta da loja abriu. Não reconhecia aquela pessoa. Mas Emma sim. Seus olhos se arregalaram e ela se afastou de mim lentamente, com os olhos vidrados na porta.

—Neal?