Violeta
Violeta - Capítulo único
Violeta
O seu mundo era violeta como a cor dos olhos dela.
Olhos de flor, tão hipnotizantes e carinhosos. Olhos que literalmente enxergavam a alma; que viam pequenos resquícios de bondade até mesmo em um ser cheio de calamidade.
Até mesmo em um pequeno deus.
Eram olhos que transbordavam sentimentos, que refletiam toda a ternura e carisma de seu coração.
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Um sentimento tão grande, tão gratificante e puro que dominava todo o seu espírito divino. Como poderia um deus apaixonar-se por uma mera humana? Por aqueles olhos grandes e brilhantes, tão encantadores e que lhe enfeitiçavam só por admira-los por poucos instantes.
Sim... Yatogami estava apaixonado por aquele campo de flores; uma combinação intrigante de vermelho com o azul. Uma cor tão serena e ao mesmo tempo misteriosa, que representava muito bem as características da bela garota.
Mesmo que ele tivesse existido por tanto tempo - tantos séculos de obscuridade -, nunca havia presenciado aquela tonalidade única.
Violeta.
Ela era como a própria flor, simples e delicada. Tão linda que por vezes via-se perdido em sua beleza, por aquele sorriso tão brilhante quanto as estrelas de seu pequeno universo. Ela era o mundo, o seu mundo. Lábios tão finos e rosados, que por muito tempo gostaria de prová-los. Aparentavam ser tão doces quanto o açúcar natural das frutas.
Hiyori.
Sua linda e preciosa Hiyori.
Ela o salvou.
Salvou da escuridão que o cercava. Segurou sua mão e o puxou para junto de si, protegendo-o com sua luz.
Ela era a sua fraqueza, seu bem mais precioso.
E ele era a sua ruína.
Quanto mais se importava, mais chances tinham de usarem-na contra si. E ele era perigoso, fadado ao caos e ao sofrimento.
Se ele realmente queria protegê-la...
Se ele realmente a amava... Era o melhor a se fazer.
Mesmo que isso o fizesse quebrar sua promessa. Mesmo que isso dilacerasse o seu coração.
Ele queria estar sempre ao seu lado, assim como ela desejava.
Mas não importava.
Tinha que deixá-la ir.
Mesmo que no fundo ele não quisesse ser esquecido.
Pelo menos não por ela.
E essa seria uma das soluções.
Cortar os laços.
Agora o violeta era a perdição.
A cor e a flor.
Pois tudo lembrava ela.
Dizem que o tempo seria bom para o esquecimento e superação. Mas não para ele.
Ela sempre seria o violeta do amor e da salvação. E ele sempre seria o azul da dor e da destruição.
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