I'm the Last - Ruínas de Akhalen

Sombras Perseguidoras


"Escondidos no vale tentador."

As rochas começaram a ruir novamente, algumas desgastadas pelo frequente afiar de garras que cortariam os céus. Pedras estas que permaneciam inerentes marcadas com tempo pelas sombras que se moviam. O véu tornou-se escuro mais uma vez. O planeta agora completamente envolto por um abraço que selava as criaturas em uma gaiola desprovida de qualquer esperança.

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"Acordando em minha realidade."

Por um abrir súbito de seus olho como pedras brancas cintilantes que a princípio ofuscariam sua visão, mas logo tornavam-se mais amenas a este brilho. Sem erguer-se totalmente, dobrou-se a molde das pedras e sairá de seu provisório aconchego. O nevoreiro cessará antes da hora, abrindo espaço para os vultos caminharem sem dificuldades. Seus olhos percorreram o novo mas tão bem conhecido ambiente noturno.
Sozinho? Jamais estivera.

Poucos, praticamente o cercando, mas tão pouco ele era o alvo. Ao longe pode ver o que buscavam desde que tocou a órbita. A poeira microscópica que atingia e cobria cada espaço naquele momento servia como um refletor. Os músculos de seu corpo preparavam-se ardualmente a completar mais uma tarefa. Os Sombrios não podiam ser vistos pois caminhavam pela escuridão. Mas podiam ser ouvidos e seus gritos de fúria só soavam em frequência surda. Observando, o tempo já não mais era seu inimigo, esperando um paso em falso para livrar-se das feras e pela poeira que os cegava teve enfim o que esperava. Por um salto silencioso e assim adentrando o desconhecido, mais uma vez correr era necessário e sua busca se tornava a iniciar. Seus pasos logo eram rápidos e bruscos em meio às cinzas e pedras que por meio de saltos e quedas que lhe davam ainda mais de seus cortes e arranhões. Não havia vantagem, as feras em um grito aterrorizante seguiam em desespero e fome com cada vez mais desejo de matar. As cinzas erguidas aqueciam o solo e a respiração tensa que agora possuia fazia com que seu corpo ferver-se em adrenalina pois aquela tormenta tão pouco cedo acabaria, entre pedras, rochas, escombros gigantescos.
Algo no céu pareceu despertar-lhe de seu pesadelo, pequenos e quase imperceptíveis feixes de luz faziam um contorno na orbita em movimentos rápidos e certeiros, fascinado pela dança criada por elas acabou por cair em uma fenda no solo e rolar pelo chão. No céu agora apenas se tinha o início de uma tempestade violenta, o ar gélido começou a ventar como se cortasse tudo em seu caminho em grande velocidade que ocorria logo acima de sua cabeça. Os Sombrios já não eram mais possíveis de se ouvir, significando que a besta aos poucos ia surgindo bem a frente de seus cegos olhos, que mesmo desta maneira, sabiam quem agora fugia em trevas pronto para devora-lo.
Gigantesco e deformado, como um tornado de poeira que queimava inconscientemente. O som que emitia era suficiente para fazer a terra tremer e gerar profundos cortes a mesma, sugando a energia de seu núcleo.
O pequeno não tinha porque esconder seu medo, não estava ali pois queria. Mas sim por sua curiosidade que se tornou sua maldição. Abrindo as portas e ferindo aquele mundo para sempre.
"A menina que um dia fora bela, descobriu e despertou a destruição"
O Obscuro começou a absorver as rochas e as memórias vividas nela no passado, mas as que o deixavam mais forte eram as do ser que o libertou.
Sua visão, a pouca que ainda a restava, ia se apagando. Mas ao fundo, bem ao fundo no canto do céu, um esfera luminosa tomou-se forças a se expandir.
Mas nisto a jovem tão logo desmaiou em um solo quebrado, devastado pelos milênios em que sua existência era desgastada.